Na semana dos namorados, que tal lembrar os casais mais apaixonados da telona? (E um que faz o amor parecer uma desgraça)

10 coisas que eu odeio em você

10. Patrick e Kat (10 Coisas que Eu Odeio em Você, 1999)

Amor adolescente: é fácil pegar 10 Coisas que Eu Odeio em Você e jogar na vala comum dos besteiróis adolescentes que invadiram o cinema naquele ano. Mas a verdade é que o filme, um dos primeiros dos futuros astros Heath Ledger (!), Joseph Gordon-Levitt (então um menino) e Julia Stiles, foi marcante pra muita gente, e continua uma das melhores adaptações de A Megera Domada, de Shakespeare, pra telona. Ah, e, para as moças, tem aquela cena em que Patrick (Ledger) canta “Can’t Take My Eyes Off of You”, de Frankie Valli, em pleno estádio, para conquistar Kat (Stiles). Ah…… (suspiros)

e o vento levou

9. Rhett e Scarlett (…E o Vento Levou, 1939)

Amor e ódio (mais amor, claro): durante muito tempo o casal definitivo do cinema, a dupla Rhett Butler (Clark Gable) e Scarlett O’Hara (Vivien Leigh) passa a maior parte de …E o Vento Levou às turras, enquanto o país lá fora está pegando fogo (literalmente: é a Guerra Civil chegando).

Apesar do ambicioso painel histórico, muito da lenda de …E o Vento Levou se deve à química entre o casal, um dos primeiros a retratar o amor de forma mais realista, longe das paixões exageradas do cinema da época.

azul é a cor mais quente

8. Adèle e Emma (Azul é a Cor Mais Quente, 2013)

Amor até o fim (que não é a morte): Adèle (Adèle Exarchopoulos) e Emma (Léa Seydoux) são um casal lésbico, mas isso não quer dizer muita coisa em Azul é a Cor Mais Quente (nem deveria, em qualquer outro contexto). O que interessa, no filme de Abdellatif Kechiche, é acompanhar a história de amor entre as duas, do início, cheio de excitação e descobertas, até o final, melancólico, mas sublime. E encontrar, de forma única na telona, todas as nuances de uma grande paixão, eterna enquanto durou.

a dama e o vagabundo

7. Vagabundo e Dama (A Dama e o Vagabundo, 1955)

Amor sem barreiras: entre as muitas coisas encantadoras da animação A Dama e o Vagabundo, está a abordagem divertida e – por que não? – ousada da luta de classes, encarnada nos dois cães que dão nome à obra. Sim. Pois esse filme ensina a lição definitiva do amor sem preconceitos, acima das opiniões e convenções sociais, contente apenas em ser… amor.

annie hall noivo neurótico noiva nervosa

6. Alvy Singer e Annie Hall (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, 1977)

Amor que não deu certo (mas valeu tê-lo vivido): uma das abordagens mais maduras do amor no cinema, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, o péssimo título brasileiro para a dramédia de Woody Allen, é na verdade uma ode a um amor partido. Contado todo a partir das memórias de Alvy Singer (Allen), o protagonista, o filme mostra o percurso acidentado e, quase sempre, malfadado do amor – mas também por que, apesar das desilusões, continuamos insistindo nele.

casablanca

5. Rick e Ilsa (Casablanca, 1942)

Amor que podia ter sido (e foi, mas podia ter sido muito mais): quantas pessoas viveram um grande amor e o perderam? Menos do que se imagina, provavelmente. E quantas, dentre essas, tiveram a chance de reencontrá-lo, e, melhor ainda, de continuar de onde pararam? Menos ainda.

Pois essa foi a sorte de Rick Blaine. Ou, para ser mais exato, o azar. Seu grande amor de tempos idos, Ilsa Lund (Ingrid Bergman), voltou com a mesma capacidade de provocar estragos no seu coração, mas agora ela está casada e, pior, o rival é um herói da resistência durante a 2ª Guerra Mundial, Laszlo (Paul Henreid).

Bom, amar, saber que se amou, já é mais do que muita gente pode almejar durante a vida, e motivo suficiente para erguer a cabeça. Isso é Rick e Ilsa. Isso é Casablanca.

encontros e desencontros

4. Bill e Charlotte (Encontros e Desencontros, 2003)

Cumplicidade (a forma mais profunda de amor): num mundo hiperconectado e transbordante de informação como o nosso, a solidão não acabou. Na verdade, anda-se mais sozinho do que nunca, diante de todas as pressões e compromissos que as facilidades tecnológicas nos permitem assumir. O casal que melhor traduziu essa contradição é a dupla de solitários expatriados de Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola.

Bill (Bill Murray, magnífico) e Charlotte (Scarlett Johansson, em seu primeiro papel de destaque), perdidos na noite do Japão, se apoiam um ao outro com aquela empatia que só um profundo sentimento mútuo – a solidão compartilhada, depois o amor – pode criar. E nós, do lado de cá, que também nos sentimos assim, entendemos cada gesto.

brilho eterno de uma mente sem lembranças

3. Joel e Clementine (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, 2004)

Amor que dói (e muito): a dor de uma separação é uma lembrança que muitos gostariam de apagar, se pudessem. Pois esse foi o mote da difícil, mas sublime, jornada psicológica de Joel (Jim Carrey) em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Na trama imaginada pelo roteirista Charlie Kaufman, ele procura um tratamento experimental para arrancar – literalmente – da memória a presença da ex-namorada, Clementine (Kate Winslet). Mas o que fazer quando a nossa mente quer lembrar – na verdade, precisa lembrar – da pessoa amada, do sentimento, dos momentos a dois?

É assistir a este filme inesquecível para descobrir.

titanic

2. Jack e Rose (Titanic, 1997)

Amor maior que a morte: mesmo com todos os seus detratores – e são muitos –, Titanic continua firme na memória do público pela história do romance entre o pobretão, porém livre, Jack Dawson (Leonardo DiCaprio, no filme que o projetou) e a rica, mas aprisionada pelas convenções, Rose DeWitt Bukater (Kate Winslet, em sua segunda aparição nesta lista). Dois personagens muito bem caracterizados, com um romance que remete às paixões extremadas do início do cinema, e uma jornada emocional inesquecível, conduzida com firmeza pelo diretor James Cameron. Vai continuar favorito.

antes da meia-noite jesse celine melhor casal

1. Jesse e Celine (série Antes do Amanhecer, 1995)

Amor: como vimos ao longo desta lista, o amor tem muitos lados, mas nada iguala o início da paixão. Esse momento mágico, de admiração dos menores gestos, de uma afeição que mal cabe em nós mesmos, teve um retrato sem igual em Antes do Amanhecer, do diretor Richard Linklater. O início de uma das séries mais celebradas do cinema – cada filme parece ser o retrato definitivo das diversas fases da paixão – é puro encantamento.

Na trama, Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) se conhecem por acaso, num trem, e decidem passar o dia em Viena, apenas para aproveitar a companhia um do outro. Tudo o que antecede o amor – os flertes, as piadas, os silêncios, os olhares, o beijo –, é evocado na obra de forma singela e pungente, e o que fica, no final, é a sensação de ter vivido tudo aquilo de novo. Nenhum outro filme (ou série) conseguiu fazer igual. E nunca houve casal no cinema como Jesse e Celine.

Menção honrosa:

shrek fionaShrek e Fiona (série Shrek)

Outros casais notáveis do cinema:
  • Theodore e Samantha (Ela, 2013)
  • Jack e Ennis (O Segredo de Brokeback Mountain, 2005)
  • Robert e Francesca (As Pontes de Madison, 1995)
  • Danny e Sandy (Grease – Nos Tempos da Brilhantina, 1978)
  • Rocky e Adrian (Rocky: Um Lutador, 1976)
  • Han e Leia (série Star Wars)
  • Tom e Vada (Meu Primeiro Amor, 1991)
  • Richard e Emmeline (A Lagoa Azul, 1980)
  • Sam e Molly (Ghost – Do Outro Lado da Vida, 1990)
  • Mickey e Mallory (Assassinos por Natureza, 1994)
  • Edward e Vivian (Uma Linda Mulher, 1990)
  • Forrest e Jenny (Forrest Gump – O Contador de Histórias, 1994)
  • Mark e Bridget (O Diário de Bridget Jones, 2001)
  • Christian e Satine (Moulin Rouge – Amor em Vermelho, 2001)
O pior casal:

saga crepusculo amanhecer edward bellaEdward e Bella (série Crepúsculo)

Um dos casais mais chatos e desapaixonados do cinema. O que é aquele terceiro filme, em que Bella Swan (Kristen Stewart) muda ao sabor do vento entre o vampiro reluzente Edward (Robert Pattinson) e o lobisomem bombado Jacob (Taylor Lautner)? Ou o quarto, em que ela aceita ser violentamente machucada pelo namorado pra poder transar com ele? Ou, ainda pior, definhar por dentro pra conseguir dar à luz à filha mutante de ambos? Perguntas para as quais nunca vai haver resposta.

Menção desonrosa:

jack joy jogo de amor em las vegasJack e Joy (Jogo de Amor em Las Vegas, 2008)

O rei e a rainha da comédia romântica besta unem forças para esvaziar o gênero de qualquer resquício de charme.