A edição 2016 do Festival de Cinema de Sundance já revelou seus vencedores no domingo, 31 de janeiro. Como de praxe, o tradicional evento do cinema independente americano aponta dentre seus destaques produções que conquistam público e crítica no contexto de novos e/ou desconhecidos talentos. Por conta disso, o Cine Set traz uma lista de 5 fatos de Sundance 2016 que os fãs de cinema podem dar uma atenção especial ao longo do ano.



5. Os dois filmes sobre o caso Christine Chubbuck

Sundance apresentou um longa de ficção e um documentário abordando o caso da jornalista Christine Chubbuck: “Christine” e de “Kate Plays Christine”, dirigidos por Antonio Campos e Robert Greene, respectivamente. Chubbuck se suicidou ao vivo na bancada de um telejornal norte-americano nos anos 1970 e hoje, em tempos de grande questionamento sobre as abordagens sensacionalistas pelos meios de comunicação tradicionais, a história ganha um novo foco. Dentre os dois filmes, o documentário ganhou atenção especial por receber o prêmio de roteiro e pela originalidade de abordar o processo de pesquisa e preparação de uma atriz de teatro para interpretar Christine, ao mesmo tempo em que gera uma crítica sobre a exploração de imagens de morte e sofrimento.



4. “O abraço da serpente” ganha bônus para o Oscar?

O favorito para ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro esse ano é o húngaro “O Filho de Saul”. Porém, o seu concorrente colombiano “O abraço da serpente” ganhou pelo menos um agrado esse ano com o prêmio Alfred P. Sloan em Sundance, dedicado aos filmes com foco em difusão de temas relativos à ciência e cultura. Depois de uma vitória em Cannes, a honraria coroa o excelente longa sobre as buscas de Karamakate, o último sobrevivente de uma etnia indígena amazônica, e dois cientistas, que procuram uma planta medicinal considerada sagrada.



3. O “filme de peido” do ex-Harry Potter

Grosso modo, é como “Swiss army man”, longa de estreia de Dan Kwan e Daniel Scheinert, ficou conhecido em Sundance esse ano. Por isso e pela desistência de parte do público de assistir à exibição do filme. Os que se mantiveram na sessão garantem que não era tão ruim assim a história de Hank (Paul Dano, de “Sangue Negro”), jovem perdido em uma ilha deserta que conta com a ajuda de um morto-vivo, Manny (Daniel Radcliffe, “O” Harry Potter), que usa a flatulência como recurso de sobrevivência para o novo amigo enquanto os dois encaram questões existenciais profundas. O roteiro bizarro e a atuação de Radcliffe foram, no fim das contas, elogiados nessa comédia dramática que se mostrou mais que uma simples estatologia, e de quebra levou o prêmio de direção no festival desse ano.



2. O documentário sobre o sexting de Anthony Weiner

Em plena época de corrida presidencial nos Estados Unidos, os diretores Josh Kriegman e Elyse Steinberg trouxeram à Sundance o documentário “Weiner”, sobre o escândalo de mensagens de teor sexual enviadas pelo então congressista americano Anthony Weiner, trazidas a público num escandaloso caso entre 2011-2013. O longa ganhou o prêmio do júri como melhor documentário, mas também foi acusado de ser oportunista, uma vez que a esposa de Weiner hoje dá apoio à campanha de Hillary Clinton, que no passado também foi atingida pelo escândalo sexual do affair que o marido, o então presidente Bill Clinton, teve com Monica Lewinsky nos anos 1990.



1. A ovação de “The birth of a nation”, de Nate Parker

Falar em Sundance é falar de um festival deu luz a filmes como “Whiplash” e “Pequena Miss Sunshine”. E foi exatamente isso que ele fez por “Birth of a nation”, épico ovacionado de pé e agraciado com o Prêmio do Júri e Prêmio da Audiência esse ano. O filme está em perfeita sintonia com as atuais discussões raciais que permeiam Hollywood por conta do seu tema: uma rebelião de escravos afro-americanos em busca de liberdade, liderada por Nat Turner no século XIX. Com a compra do longa pela Fox Film por US$ 17, 5 milhões, ele também quebra o recorde de maior valor de direitos de um filme exibido em Sundance, que antes pertencia a “Pequena Miss Sunshine” (US$ 10 milhões). Não por acaso, “Birth of a nation” já está cotado para a lista de indicados do Oscar 2017!