Como prometido, trazemos agora a segunda parte da matéria sobre os diretores que estão mudando a cara do cinema produzido no Amazonas. Hoje é a vez dos rapazes que, juntos, têm ganhado grande destaque no Amazonas Film Festival (AFF), sobretudo a partir da última edição: Emerson Medina, Diego Nogueira e Ricardo Araújo d’Albuquerque. Eles falam sobre seus projetos para este fim de ano e você conhece mais sobre a carreira deles.
Outro integrante da trupe que é a “bola da vez” do cinema amazonense, Emerson Medina já apareceu recentemente aqui no blog, mas o assunto hoje é outro: o diretor, que, em parceria com Rod Castro, assinou o premiado “Et Set Era” (2012 – leia-se “etcétera”), apresenta as novidades de um curso realizado em São Paulo no meio deste ano.
“Terminamos ontem (5 de setembro) a mixagem de som de um filme que é o trabalho final do curso que fiz na Academia Internacional de Cinema (AIC), em São Paulo, com alunos de todo o Brasil, em julho. É um curta chamado ‘Papo de Elevador’.
A proposta foi que os alunos iriam elaborar vários projetos de filme, qu,e em seguida, deveriam ser submetidos ao crivo de uma assembleia, formada por nós mesmos. Podíamos nos candidatar a diversas funções. Eu me candidatei à direção e acabei sendo escolhido pra executar esse projeto.
Outra característica desse curso é que eles (os professores) impunham uma série de limitações, buscando estimular a disciplina dos realizadores. Assim, aprendemos a explorar ao máximo um orçamento restrito, um período limitado de filmagem, poucos atores e poucas locações. Foi uma experiência muito interessante.
O filme vai ter cerca de três minutos, e gira em torno de um homem com síndrome de Tourette (desordem neurológica caracterizada por “surtos” bruscos e involuntários, em que as vítimas geralmente disparam uma série de palavrões) que fica preso com uma mulher num elevador. Ele tenta controlar a sua condição, mas as reações dela tornam isso cada vez mais difícil. Estou correndo com as etapas finais da pós-produção pra inscrever o filme no Amazonas Film Festival. Quero levar esse filme ao máximo de pessoas”.
Com destaque pela proposta mais intimista de seu curta de estreia, “Póstumo”, Diego Nogueira revelou inteligência e sensibilidade para a caracterização de personagens – motivos pelos quais a obra levou o prêmio de Roteiro no AFF do ano passado. Bastante acessível, ele me deu alguns detalhes de sua nova empreitada numa conversa por telefone:
“O meu filme se chama ‘Quando o Homem diz Amém’. Por sinal, terminei tudo ontem (6 de setembro). É uma comédia sobre um casal que está se arrumando pra sair. Ele já está pronto, mas ela não – todos os dilemas do mundo resolvem atormentá-la justamente nessa noite. Para tentar convencê-la a sair, ele começa a dizer tudo o que ela quer ouvir – mas, a verdade, o que ele pensa mesmo, ele fala pra audiência, que funciona como uma quarta parede. Os atores são o João Paulo Salazar e a Thaís Fernandes. Acredito bastante nesse projeto e quero inscrevê-lo no Festival desse ano. Também estou desenvolvendo um roteiro que quero inscrever nessa mesma premiação. Mas, por enquanto, não posso revelar mais detalhes”.
Este é o nome por trás do trabalho mais surpreendente do cinema amazonense no ano passado,“A Última no Tambor”, um policial denso e muito bem executado, com uma atuação antológica de Breno Castelo (Melhor Ator no AFF) e fotografia noir apurada do próprio diretor. Ricardo, além de pertencer à turma supracitada, também colabora com o site PulaPirata, que trata de quadrinhos e entretenimento, onde assina como “Manjaro”. Por telefone, ele me falou do seu novo filme, e deixou bem claras suas influências:
“O meu novo trabalho se chama ‘O Necromante’, e é uma trama de suspense com toques fantásticos, na linha de quadrinhos (e filmes) como ‘Constantine’, ‘Hellboy’ e ‘Dylan Dog’. Terminamos as filmagens no dia 30 de julho e agora vamos entrar na etapa de pós-produção. Não quero revelar mais detalhes da história porque pretendemos que seja uma surpresa para o público. Os atores são o Breno Castelo, o Diego Bauer e a Amanda Magaiver, e eu dirigi em parceria com o ‘Presto’, do PulaPirata. Vamos correr com os trabalhos pra ver se conseguimos inscrevê-lo no Amazonas Film Festival desse ano”.
Esse é um que certamente estamos aguardando!
Infelizmente a matéria ficou no mais do mesmo, do texto anterior. Um pena.
Caros leitores,
o Cine Set adota nova política: não aceitaremos mais comentários com acusações sem comprovação nem xingamentos gratuitos que contenham palavras de baixo calão.
Isso não significa que não nos possam criticar (o comentário do João Victor está aí como exemplo), porém, este campo passará a ser um local para discussões sérias e importantes e não um grande palco de irresponsabilidades ou acusações sem cabimento.
Grato pela atenção,
Caio Pimenta
editor-geral do Cine Set
ola cine sat , foi legal apresentar estas pessoas para a opinião publica saber que estão produzindo para o AFF e dai discorrer de suas virtudes intelectuais e de formação. confesso que eu com 12 anos ajudando e também produzindo para outros produtores e realizadores já sinto até medo de tê-los como meus concorrentes, mesmo eu ja tendo no meu curriculun empenho e filmes locais como nas asas do condor, filhos do jaú (doctv)Eçoi, sete palmos de terra e um caixão, terras dos meninis pelados com que vai do roteiro a fotografia tenho certeza que os julgadores do aff terão uma nítida percepção mesmo das seus prestimosos serviços como realizadores… mas que tal o cine sat fazer uma matéria de um panorama geral/e ou diagnóstico da distribuição dos filmes que foram contemplados com a premiação de roteiro do qual estes jovens ja sinalizaram que vão participar para a produção do seus curtas e assim termos uma reflexão se esse fomento está sendo adequado ou devemos avançar um pouco mais? já que tão importante em produzir ,distribuir o filme é essencial para a devida fruição do público com a obra.
parabéns pela iniciativa, mas devo lembrar que existem muitos outros dedicados a realização nesse Estado. e que tal uma matéria do panorama diagnóstico sobre o fomento, produção e distribuição dos filmes que venceram a premiação de roteiro no Amazonas Film Festival? um mote para o cine sat abrir o debate sobre a necessidade de profissionalização e assim, se fazer a passagem do ente realizador para produtor/ cineasta.
Carlos ( Demétrio ) Garcia . videomaker e cientista social.