Casey Affleck falou pela primeira vez em detalhes sobre a acusação de assédio do qual foi alvo durante a produção do filme “Eu ainda estou aqui” (2010). Em entrevista à agência AP, ele pediu desculpas por comportamento “não profissional” e diz que está aprendendo a ver seus próprios erros.

“Eu não sabia de verdade pelo que eu era responsável como chefe. Mas eu agi de uma maneira e permiti outros que se comportassem de um jeito que não foi profissional. E eu peço desculpas”, ele disse à AP.

“Eu não concordo com a descrição de tudo como aconteceu, e tudo que foi dito sobre mim, mas eu queria fazer a coisa certa. Então, fizemos do jeito que foi pedido na época. E nós concordamos em apenas tentar deixar isso para trás e continuar com nossas vidas, o que acho que merecemos, e quero respeitá-las, como elas respeitaram minha privacidade”, ele diz sobre o acordo extrajudicial.

Mas ele diz que após a discussão voltar à tona, ele aprendeu e reavaliou seu comportamento. “Eu saí de uma posição defensiva para um ponto de vista mais maduro, tentando achar minha própria culpa. E assim que fiz isso, descobri que há muito a aprender.”

“Nesta indústria, as mulheres têm sido mal representadas, mal pagas, objetificadas, diminuídas e humilhadas de milhões de maneiras”, ele disse. “E ninguém estava reclamando disso, inclusive eu, até que algumas mulheres tiveram a coragem e a sabedoria de se levantar e dizer: ‘Sabe o quê? Agora basta'”.

Além de elogiar o movimento #MeToo, ele também disse que aprendeu a “ficar calado”.

As acusações

O ator desistiu de apresentar uma das categorias do Oscar 2018, marcado por manifestações do movimento #MeToo e contra o assédio sexual, por conta da polêmica gerada em relação às antigas acusações.

Ele foi diretor e produtor de “Eu ainda estou aqui”. Na época, a também produtora Amanda White abriu um processo pedindo US$ 2 milhões e a diretora de fotografia Magdalena Górka processou em US$ 2,25 milhões. As ações não chegaram a ser julgadas, pois foram feitos acordos extrajudiciais que não tiveram valores divulgados.

Amanda diz que ele a assediou e constrangeu várias vezes, como quando agarrou-a com força pelo braço após ela negar ir para seu quarto de hotel, trancou-a fora do quarto dela, incentivou outro homem a tirar a roupa na sua frente e referiu-se a mulheres como “vacas”.

Magdalena disse ter sofrido assédios constantes por Casey e outros homens da equipe. Em uma ocasião, ela diz que, enquanto dormia, o diretor se deitou na sua cama só de cueca e camiseta, com hálito de álcool.

do site G1