MELHOR ATOR EM 2016

  1. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso” – 198 PONTOS
  2. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack” – 102 PONTOS
  3. Michael Fassbender, por “Steve Jobs” – 87 PONTOS
  4. Juliano Cazarré, por “Boi Neon” – 75 PONTOS
  5. Ryan Reynolds, por “Deadpool” – 45 PONTOS


Caio Pimenta

  1. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”
  2. Viggo Mortensen, por “Capitão Fantástico”
  3. Ryan Reynolds, por “Deadpool”
  4. Michael Caine, por “A Juventude”
  5. Shia Labeouf, por “Docinho da América”
  6. Michael Fassbender, por “Steven Jobs” e “A Luz Entre Oceanos”
  7. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”
  8. Naomi Nero, por “Mãe Há Só Uma”
  9. Samuel L. Jackson, por “Os Oito Odiados”
  10. Bryan Cranston, por “Trumbo – A Lista Negra” e “Conexão Escobar”

Comentário

Leonardo DiCaprio ser o melhor do ano justo em um papel que nem é o melhor da carreira dele mostra que as atuações masculinas em 2016 não foram tão espetaculares assim. Viggo Mortensen é a grande força do belo “Capitão Fantástico”, enquanto Ryan Reynolds merece um justo reconhecimento pela luta e bom humor para levar “Deadpool” para os cinemas. Sempre relegado a papéis coadjuvantes, Michael Caine aproveita a chance de ser protagonista dando um pouco de vida o superestimado Paolo Sorrentino. Igual Robert Pattinson, Shia Labeouf tenta reconstruir a carreira sem holofotes em uma atuação cheia de complexidades em “Docinho da América”, enquanto Fassbender eleva a qualidade dos dois trabalhos dele no ano. Se Tremblay e Nero são as revelações de 2016, Samuel L. Jackson se diverte e tira o público da letargia de “Os Oito Odiados”. Por fim, Bryan Cranston mostra que está deixando Walter White para trás.


Camila Henriques

  1. Michael Fassbender, por “Steve Jobs”

  2. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”

  3. Juliano Cazarré, por “Boi Neon”

  4. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”

  5. Neel Seethi, por “Mogli – O Menino Lobo”

  6. Willem Dafoe, por “Meu Amigo Hindu”

  7. Michael B. Jordan, por “Creed – Nascido Para Lutar”

  8. Ryan Reynolds, por “Deadpool”

  9. Bryan Cranston, por “Trumbo – A Lista Negra”

  10. Michael Keaton, por “Spotlight – Segredos Revelados”

Comentário

2016 foi bem diversificado no que diz respeito a grandes atuações masculinas no cinema. Tivemos Michael Fassbender como um dos homens mais famosos dos séculos XX/XXI, DiCaprio em uma atuação finalmente oscarizada, Juliano Cazarré em um trabalho corajoso em “Boi Neon”, dois jovens talentos que carregaram seus respectivos filmes com muita graça (Jacob Tremblay e Neel Sethi), Willem Dafoe como o derradeiro protagonista de Hector Babenco, Michael B. Jordan e Ryan Reynolds à frente de projetos que surpreenderam e Bryan Cranston e Michael Keaton com atuações de destaque em filmes mais burocráticos.


Danilo Areosa

  1. Michael Fassbender, por “Steve Jobs/A Luz Entre os Oceanos”
  2. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”
  3. Javier Camara, por “Truman”
  4. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”
  5. Juliano Cazarré, por “Boi Neon”
  6. Michael Keaton, por “Spotlight”
  7. Jean Rochefort, por “A Viagem do Meu Pai”
  8. Christopher Plummer, por “Memórias Secretas”
  9. Logan Marshall-Green, por “O Convite “
  10. Gunnar Jónsson, por “Desajustados”

Comentário

Menções Honrosas: Vincent Cassel por Meu Rei; Ralph Ineson por A Bruxa; Michael Caine por A Juventude; Tom Hanks por Sully e Viggo Mortensen por Capitão Fantástico

2016 representou finalmente a merecida estatueta do Oscar para Leonardo DiCaprio por O Regresso. Sua atuação como Glass é intensa e sabe pontuar os méritos do seu talento. Se por um lado, fiquei feliz com a vitória de Leo, por outro tenho que fazer jus ao verdadeiro dono da encenação dramática do ano: Michael Fassbender. Ele mostra a sua performance versátil, indo da explosão das emoções em Steve Jobs ao comedimento delas em A Luz Entre Oceanos. Já Jacob Tremblay tem atuação notável como o adorável Jack de O Quarto de Jack. O prodígio ator, não se esforça em atuar, ele praticamente naturaliza a personagem, dominando a cena e deixando-nos comovidos com essência do personagem.

Os veteranos também brilharam no último ano. Quase aos 90 anos, Christopher Plummer dá a credibilidade e profundidade ao drama de seu protagonista que sofre de Alzheimer em Memórias Secretas, conferindo o equilíbrio necessário e certo brilho à produção. Um pouco mais “moço” que Plummer – diferença de um ano– o francês Jean Rochefort segue o caminho de um senhor de idade com a mesma doença e que tem uma relação conturbada com a filha em A Viagem do Meu Pai. Se a personagem já é especial por excelência na sua construção, o ator a veste com enorme talento e encanto, graças a sua atuação impecável que vale cada momento do filme.

Saindo da ala dos veteranos aos jovens destaques, temos no cinema nacional Juliano Cazarré como Iremar de Boi Neon. O ator cria uma personagem com várias nuances, conciliando comportamentos clássicos masculinizados ao mesmo tempo que expõe o lado delicado de Iremar. Outros dois obscuros atores chamaram a atenção. Depois de anos no pelotão C de Hollywood, Logan Marshall-Green é a própria representação de atuação quando se imagina uma pessoa instável e paranoica no envolvente thriller de suspense psicológico O Convite. No drama islandês Desajustados, Gunnar Jónsson reproduz toda a doçura e sensibilidade de Fúsi em sua jornada de autodescoberta na referida obra – um dos ótimos trabalhos de 2016 que merece ser descoberto. Michael Keaton pelo segundo ano consecutivo, oferece outra boa atuação. Como o líder da equipe de um jornal pela busca da verdade em Spotlight, o ator mostra elegância e determinação na composição de seu personagem. Não poderia fechar a lista sem render elogios a Javier Camara no drama de amizade Truman. Mesmo ao lado de um Ricardo Darin soberbo, Camara rouba a cena, principalmente por pontuar com maestria a introspecção, empatia e sofrimento do seu personagem frente a partida do seu melhor amigo, portador de uma doença terminal. Atuação discreta, mas cheia de humanidade.


Diego Bauer

1 – Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”

2 – Juliano Cazarré, por “Boi Neon”

3 – Colin Farrell, por “O Lagosta”

4 – Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”

5 – Fernando Alves Pinto, por “Para Minha Amada Morta”

6 – Viggo Mortensen, por “Capitão Fantástico”

7 – Alfredo Castro, por “De Longe Te Observo”

8 – Jesse Eisenberg, por “Café Society”

9 – Stephen Lang, por “O Homem nas Trevas”

10 – Ralph Ineson, por “A Bruxa”

Comentário

Talvez nem se trate da melhor atuação da sua carreira (isso não quer dizer muita coisa, claro), mas sem dúvida é um trabalho diferenciado esse de DiCaprio em O Regresso. Já Cazarré, sem dúvida, alcança o seu melhor trabalho em Boi Neon, trazendo doçura e sensibilidade a um homem embrutecido, numa grande atuação. Farrell mostra mais uma vez que é um ator muito interessante, dessa vez mostrando uma faceta mais contida e introspectiva, no ótimo O Lagosta. Tremblay é o que nos faz acreditar no universo de O Mundo de Jack, daqueles trabalhos que marcam uma carreira. Assim como Cazarré, Fernando Alves Pinto surpreendeu com a sua incisiva, e ao mesmo tempo, introspectiva atuação em Para Minha Amada Morta, um dos destaques brasileiros de 2016. Mortensen e todo o elenco de Capitão Fantástico merecem destaque pelo trabalho desempenhado neste filme, uma conexão rara. O experiente Alfredo Castro mostra que é um dos atores latino-americanos mais interessantes da atualidade em De Longe Te Observo, uma performance cheia de camadas escondidas, e com o olhar que diz mais do que palavras. Das surpresas mais agradáveis do ano foi ver o reencontro de Eisenberg com Allen, numa combinação muito produtiva em Café Society, no melhor momento do ator desde A Rede Social. O Homem Nas Trevas é um filme atmosférico e claustrofóbico, que só alcança um bom resultado devido a aterrorizante figura desempenhada por Stephen Lang. Por fim Ralph Ineson, numa atuação discreta, que quase não chama atenção para si, mas que é fundamental para estabelecer o austero clima de A Bruxa.


Gabriel Oliveira

  1. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”
  2. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”
  3. Antonio Bolívar, por “O Abraço da Serpente”
  4. Samuel L. Jackson, por “Os Oito Odiados”
  5. Ralph Ineson, por “A Bruxa”
  6. Irandhir Santos, por “A Luneta do Tempo”
  7. Ryan Reynolds, por “Deadpool”
  8. Ferdia Walsh-Peelo, por “Sing Street”
  9. Neel Sethi, por “Mogli – O Menino Lobo”
  10. Shia LaBeouf, por “Docinho da América”

Comentário

Mesmo se todos os outros integrantes dessa lista fossem atacados por um urso e passassem mais de duas horas comendo o pão que o diabo amassou, talvez Leonardo DiCaprio abocanharia o primeiro lugar ainda assim. O Regresso pode não ser o melhor papel do ator, mas é um trabalho de intensa entrega física e emocional, e vale o Oscar mesmo que tenha bagunçado a linha temporal do mundo. Em seguida ao talento já veterano de DiCaprio, o ranking continua com Jacob Tremblay e um trabalho impressionante para alguém tão jovem em O Quarto de Jack.

Assisti a poucos filmes durante o ano, e talvez as posições seguintes da lista não sejam exatamente os melhores, mas foram atores que se destacaram positivamente no escopo daquilo que vi. Assim, continuamos com Antonio Bolívar e Irandhir Santos, nomes além do circuito de Hollywood, todos encarando jornadas contra o mundo ou contra si mesmos em seus filmes. Samuel L. Jackson não faz mais que sua obrigação em Os Oito Odiados, mas é uma obrigação bem feita; Ralph Ineson pode até assustar em A Bruxa; o estreante Ferdia Walsh-Peelo é um ímã de simpatia em Sing Street; e Shia LaBeouf é a coisa mais aceitável no arrastado Docinho da América.

Por fim, nos blockbusters do ano, duas surpresas: na maré de filmes chatos ou simplesmente passáveis de super-heróis, Ryan Reynolds é o anti-herói que precisávamos, na persona irreverente de Deadpool. Já o outro talento mirim, Neel Sethi, traz a ingenuidade e o sentido de descobrir o mundo necessários a Mogli – O Menino Lobo.


Ivanildo Pereira

  1. Ryan Gosling, por “Dois Caras Legais”
  2. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”
  3. Michael Fassbender, por “Steve Jobs”
  4. Colin Farrell, por “O Lagosta”
  5. Oliver Masucci, por “Ele Está de Volta”
  6. Michael B. Jordan, por “Creed”
  7. Ryan Reynolds, por “Deadpool”
  8. Juliano Cazarré, por “Boi Neon”
  9. Mark Duplass, por “Blue Jay”
  10. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”

Comentário

Minha lista de atores tem a revelação Tremblay (injustamente ignorado no Oscar), o brasileiro Cazarré pelo desempenho real e forte em Boi Neon, Jordan (outro injustamente ignorado pela Academia) e os indicados Fassbender e DiCaprio – este último ganhou, por isso foi o ano dele, certo? Ele já teve desempenhos melhores, mas uma hora precisava ganhar, e seu esforço na neve foi recompensado.

No entanto, algumas das atuações masculinas que mais me impressionaram em 2016 vieram de desempenhos idiossincráticos e ousados. Como o de Duplass, sempre com a emoção à flor da pele, ou o impressionante Masucci, que conseguiu nos fazer rir com aquela figura digna de pesadelos. E em termos de desempenho ousado e de capacidade de desaparecer dentro do personagem, ninguém superou Farrell: a meu ver, parece que a grande maioria do público ainda não se tocou do quão ótimo ator ele é, as bombas que ele estrelou ao longo da carreira ainda lançam sombras longas sobre ele.

E, claro, tem os dois Ryans. O Reynolds, enfim, emplacou na carreira com o desempenho quase sobrenatural em Deadpool, possuído pelo personagem da sua vida. E o Gosling entregou aquele que é o meu desempenho masculino preferido de 2016, simplesmente impagável como o detetive de araque da comédia dirigida por Shane Black. Sinceramente: Black e Gosling deveriam fazer mais filmes juntos daqui para frente. Não é todo ano que temos desempenhos cômicos tão fortes como estes, e por isso eles merecem ser reconhecidos e admirados.


Lucas Jardim

1. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”
2. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”
3. Antonio Bolívar, por “O Abraço da Serpente”
4. Devon Terrell, por “Barry”
5. Naomi Nero, por “Mãe Só Há Uma”
6. Lukas e Elias Schwarz, por “Boa Noite, Mamãe”
7. Juliano Cazarré, por “Boi Neon”
8. Bryan Cranston, por “Conexão Escobar”
9. Ryan Reynolds, por “Deadpool”
10. Samuel L. Jackson, por “Os Oito Odiados”

Comentário

Não teve pra ninguém, não? DiCaprio levou seu Oscar para casa no início do ano por O Regresso e o mundo todo ovacionou sua vitória, tomando-a como sua (pra quem não acredita, este site ainda existe: http://hasleowonanoscar.com/).

De lá para cá, atuações masculinas sólidas daquela temporada de prêmios não perderam o vigor: Jacob Tremblay como o personagem-título de O Quarto de Jack proporcionou alguns dos momentos mais inesquecíveis do ano e a força que Antonio Bolívar imprimiu em seu índio Karamakate em O Abraço da Serpente também se mostrou duradoura.

De maneira geral, foi um ótimo ano para atores mirins ou iniciantes: além de Tremblay, Naomi Nero chegou ao cinema com um estrondo como o ambíguo protagonista de Mãe Há Só Uma e Lukas e Elias Schwarz carregam Boa Noite, Mamãe praticamente nas costas (e levam o filme por todas as suas mudanças tonais).

Por fim, atores do calibre de Bryan Cranston e Samuel L. Jackson entregaram suas habituais proezas a serviço de personagens acima da média em Conexão Escobar e Os Oito Odiados, respectivamente.


Pâmela Eurídice

  1. Leonardo DiCaprio, por “O Regresso”
  2. Viggo Mortensen, por “Capitão Fantástico”
  3. Jake Gyllenhal, por “Animais Noturnos”
  4. Colin Farrell, por “O Lagosta”
  5. Bryan Cranston, por “Trumbo – A Lista Negra”
  6. Alfredo Castro, por “De Longe Te Observo”
  7. Juliano Cazarré, por “Boi Neon”
  8. Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”
  9. Ferdia Walsh-Peelo, por “Sing Street”
  10. Ryan Reynolds, por “Deadpool”

Comentário

Esse foi o ano de DiCaprio. Ele fez torcer, chorar, gritar e ter n reações por meio da energia que impôs em O Regresso. Não tenho dúvidas disso e nem do quanto ele consegue desempenhar qualquer personagem com maestria. Como Cranston, que mostrou que há vida após Breaking Bad. Mortensen ressurgiu e mostrou o quanto está em forma em seus quase 60 anos e ainda pode ser fantástico, sem espadas ou olhar que clama por compaixão, mas tomando as rédeas em um patriarcado alternativo.

Ah, Jake Gyllenhal! Há uma sensibilidade expressa em seus olhos e na maneira como atua que em Animais Noturnos discerne o ritmo e contribui para as sensações da obra. Alfredo Castro por meio do olhar me deixou sem ação e ao mesmo tempo apavorada, embora em momentos me dividisse entre compaixão e desespero. Que outra atuação poderia causar isso em 2016?

Cazarré mudou a maneira como enxergar o homem do interior do nordeste, sem perder em nenhum momento a sua virilidade, que é também uma das marcas de seu trabalho em Boi Neon, falando profissionalmente, é claro. Por falar nisso, Reynolds conseguiu se redimir e apresentou um dos poucos super heróis que valeu a pena encarar em 2016, mudando a própria visão dada a classe. Farrell está tão despojado e apático que hipnotiza os caminhos traçados por Lanthimos.

É difícil crer que este é o primeiro trabalho de Tremblay e Walsh-Peelo. Ambos roubaram nossos corações em 2016. Tremblay deu a Jack a medida certa sem ser piegas e caricato, se tornou um personagem memorável e amado. Walsh-Peelo representou a geração irlandesa de 80 e tantos outros adolescentes que alimentam o mesmo sonho do garoto ou tem um crush na garota mais velha. Ele conseguiu a mágica que é peculiar aos personagens de Carney em sua estréia.


Renildo Rodrigues

  1. Bryan Cranston, em “Trumbo: Lista Negra”
  2. Don Cheadle, em “Miles Ahead”
  3. Michael Shannon, em “Destino Especial”
  4. Ryan Reynolds, em “Deadpool”
  5. Michael Fassbender, em “Steve Jobs”
  6. Tom Hanks, em “Negócio das Arábias”
  7. Juliano Cazarré, em “Boi Neon”
  8. Christopher Plummer, em “Memórias Secretas”
  9. Michael Caine, em “A Juventude”
  10. Jacob Tremblay, em “O Quarto de Jack”

Comentário

Num mundo ideal, mais pessoas teriam prestado atenção ao trabalho incrivelmente complexo e matizado de Bryan Cranston em Trumbo: Lista Negra. O filme podia não ser sensacional, com sua narrativa certinha e um tanto opaca, mas a performance de Cranston tem de ser um dos desempenhos mais completos e corajosos do cinema americano recente, evaporando qualquer outra presença em cena como o lendário roteirista Dalton Trumbo, mártir hollywoodiano da perseguição aos comunistas.

Aliás, outras duas figuras atormentadas do mundo real inspiraram grandes atuações masculinas desse ano: Don Cheadle, absolutamente assombroso como o trompetista americano Miles Davis, em Miles Ahead; e Michael Fassbender, verborrágico, sarcástico e ressentido em Steve Jobs. Michael Shannon, do sensacional Midnight Special, e Ryan Reynolds, como o herói freak Deadpool, também garantiram seus lugares na lista pela força e convicção de seus trabalhos.

Outros, porém, impressionaram pela sutileza: o menino Jacob Tremblay, de O Quarto de Jack, demonstrou segurança e maturidade enormes e sem alarde, desbancando inúmeros desempenhos adultos deste ano; Christopher Plummer e Michael Caine mostram que a inspiração só fez aumentar com a idade avançada; e Juliano Cazarré, em Boi Neon, e o sempre confiável Tom Hanks, em Negócio das Arábias, mostram a força presente nos pequenos gestos e na busca da delicadeza.


Susy Freitas

  1. Leonardo Dicaprio, em “O Regresso”
  2. Shia Labeouf, em “Docinho da América”
  3. Vincent Cassel, em “Meu Rei”
  4. Jacob Tremblay, em “O Quarto de Jack”
  5. Juliano Cazarré, em “Boi Neon”
  6. Naomi Nero em “Mãe só há uma”
  7. Michael Shannon, em “Destino Especial”
  8. Michael Fassbender, em “Steve Jobs”
  9. Ulrich Thomsen, em “A Comunidade”
  10. Ryan Reynolds, em “Deadpool”

Comentário

Alguma dúvida de qual seria a primeira posição da lista? O papel de Leonardo DiCaprio em “O Regresso” foi muito além do trabalho físico; traz a marca de uma sensibilidade bruta que serve à trama de superação do longa, ficando no topo da nossa seleção de melhores. Em seguida, um papel de complexidade e contradições: Shia Labeouf como Jake em “American Honey”, uma figura que transparece fragilidade, loucura e perigo, tudo ao mesmo tempo. A terceira posição na lista tem uma pegada semelhante: é Vincent Cassel em “Meu Rei”, num papel que também mostra as contradições na figura de um marido abusivo.

Fechando o Top 5, duas atuações bem distintas: uma é a do pequeno Jacob Tremblay como o personagem-título em “O quarto de Jack”, expressando o desespero e a inocência da condição atípica na qual Jack se encontra; a outra é o vaqueiro estilista de Juliano Cazarré em “Boi Neon”, que traz a rispidez de um homem simples que, no entanto, cultiva a criatividade em seu trabalho paralelo.

Na continuidade da lista, temos Naomi Nero, que surpreendeu como o Pierre de “Mãe sõ há uma”, não só pela androginia como pela ebulição que eu olhar consegue transmitir ao personagem; Michael Shannon como o pai introspectivo e dedicado em “Midnight Special”; Michael Fassbender como o esperto e difícil Steve Jobs;  Ulrich Thomsen como o pai que encara os prazeres e problemas da vida coletiva em “A Comunidade”; e, dando o braço a torcer, Ryan Reynolds encarnando o personagem principal em “Deadpool”, com toda a loucura, comicidade e trabalho físico que o filme pedia.

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos nove críticos do Cine SET elege o seu ‘TOP 10’. Critério leva em conta filmes lançados nos cinemas, streaming ou televisão no Brasil entre 1o de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016.

Para cada lista, fizemos a pontuação semelhante à da Fórmula 1:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!