agata kulesza ida

MELHOR COADJUVANTE DO ANO PELO CINE SET
  1. Agata Kulesza, por Ida – 60 pontos
  2. Tilda Swinton, por O Expresso do Amanhã55 pontos
  3. Jared Leto, por Clube de Compras Dallas 53 pontos
  4. Patricia Arquette, por Boyhood – 50 pontos
  5. Jesuíta Barbosa, por Praia do Futuro – 48 pontos

patricia arquette

Caio Pimenta
  1. Patricia Arquette, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  2. June Squibb, por Nebraska
  3. Agata Kulesza, por Ida
  4. Stellan Skarsgard, por Ninfomaníaca
  5. Tilda Swinton, por Expresso do Amanhã e O Grande Hotel Budapeste
  6. Jesuíta Barbosa, por Praia do Futuro
  7. Jacqueline Bisset, por Bem-Vindo a Nova York
  8. Uma Thurman, por Ninfomaníaca
  9. Robert Pattinson, por The Rover: A Caçada
  10. Woody Allen, por Amante a Domicílio

Comentários

Sorry, mas aqui vocês não verão Lupita Nyong’o. Tirando a bela cena protagonizada no final de “12 Anos de Escravidão”, não considero a atuação dela digna suficiente de toda badalação. O mesmo falo de Jared Leto por “Clube de Compras Dallas”. O vocalista do 30 Seconds to Mars até está bem, mas o impacto do trabalho dele está muito mais na caracterização do que na atuação por si só.

Enquanto você me xinga, falo sobre a quantidade de bons trabalhos femininos como coadjuvantes. June Squibb e Agata Kulesza, por exemplo, roubam a cena a cada aparição, enquanto Jacqueline Bisset se impõe em cena de tal forma com Gérard Depardieu para criar um duelo de titãs. Tilda Swinton, para variar, resolveu entregar duas excelentes atuações em personagens para lá de estranhas e Uma Thurman está divertidíssima em “Ninfomaníaca” dando um tom inesperado para o longa. Já Patricia Arquette renasceu para os cinemas em “Boyhood” a partir da simplicidade impressa por Richard Linklater para mostrar a força da mulher moderna em aliar família com crescimento profissional no dias de hoje.

Entre os homens destaco o sempre competente Stellan Skarsgard em um personagem complicado pelas sutilezas reveladas aos poucos e Jesuíta Barbosa por levar alma a “Praia do Futuro”. Tenho que dar meu braço a torcer para Robert Pattinson: achava um dos piores atores surgidos nos últimos anos e eis que ele surge renovado em “The Rover”. Por fim, Woody Allen consegue fazer de “Amante a Domicílio” um projeto menos esquecível.

matthew mcconaughey lobo wall street

Diego Bauer
  1. Matthew McConaughey, por O Lobo de Wall Street
  2. June Squibb, por Nebraska
  3. John Goodman, por Inside Llewyn Davis: Balada de Um Homem Comum
  4. Uma Thurman, por Ninfomaníaca – Volume 1
  5. Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
  6. Jamie Bell, por Ninfomaníaca – Volume 2 e Expresso do Amanhã
  7. Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
  8. Steve Carrell, por Tudo Por Um Furo
  9. Robert Pattinson, por The Rover: A Caçada
  10. Mia Wasikowska, por Amantes Eternos

Comentários

Uma prova de que a direção de Martin Scorsese permanece afiadíssima é o fato de que O Lobo de Wall Street permanece interessante depois da (rápida) passagem de Matthew McConaughey, pois a sua presença magnetiza, é responsável por uma comicidade deliciosa, que eleva o nível do filme. Trabalho de gente grande. Criando um humor amargurado e genial, June Squibb é o elemento que faz com que Nebraska seja mais do que um grande filme, ao acompanhar o altíssimo nível do elenco, e ainda conseguir ir além. Responsável por momentos dos mais engraçados de 2014.

Outra personificação de um humor melancólico e pessimista, John Goodman, mais uma vez, cria uma persona impagável que injeta uma bem vinda estranheza em mais um grande filme dos Coen. Trabalho subestimado, de um ator que está entre os mais talentosos do cinema norte-americano. Eu, assim como muitos outros fãs da atriz, sou um dos que sempre torce pra que Uma Thurman só trabalhe nos filmes de Quentin Tarantino, ou que pelo menos pense 10 vezes antes de se meter em qualquer filme. Bem, em Ninfomaníaca pude ver uma faceta que até então não conhecia da atriz, em um trabalho surpreendente e de dificílima condução.

Ator sempre interessante de acompanhar, Leto elevou o seu nível de atuação com este inspirado trabalho em Clube de Compras Dallas. Indo muito além da transformação física, o ator trilhou um caminho difícil, mas venceu os clichês, e criou uma figura repleta de dignidade por debaixo daquele visual afetado. E finalmente pude ver Jamie Bell de volta, e em dois trabalhos! Admito que fiquei receoso dele não ter continuar a sua carreira no cinema, pois ele demonstrava um grande potencial em Billy Elliot. Em Ninfomaníaca – Vol. 2 e Expresso do Amanhã, o ator mostrou que voltou para ficar, e que permanece intenso e interessante como antes, só que mais maduro.

No devastador 12 Anos de Escravidão, o elenco teve papel fundamental no sucesso do projeto, e aqui há de se destacar o trabalho de Lupita Nyong’o, que compôs uma figura marcante exatamente pela sua delicadeza, num trabalho extremamente exigente, e muito bem sucedido. O tal ponto fora da curva. Duvido que alguém tenha pensado neste trabalho de Carrell como um dos melhores do ano, mas preciso dizer que me diverti demais com esse personagem, que funciona exatamente por sua falta de pretensão (e noção em alguns casos). Aqui temos um Steve Carrell afiadíssimo, flertando sabiamente com a idiotice, e extraindo o necessário para o personagem.

Numa boa, sem frescura: Robert Pattinson já provou que é bom ator. Mesmo que seja Guy Pearce quem conduza a trama, o maior mérito de interpretação de The Rover: A Caçada é de Robert Pattinson, que alcançou a maturidade na carreira com este trabalho desafiador e executado de maneira surpreendentemente talentosa. Olho nesse ator que promete coisas muito boas nos próximos anos. Atriz que também vem acumulando um bom trabalho após o outro, Mia Wasikowska dá um ritmo diferente a Amantes Eternos, e carrega muito bem a responsabilidade de imprimir um novo ritmo à história. Trabalho excepcional desempenhado por uma jovem atriz que já tem maturidade de intérprete experiente.

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Gabriel Oliveira
  1. Jesuíta Barbosa, por Praia do Futuro
  2. Agata Kulesza, por Ida
  3. Patricia Arquette, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  4. Tilda Swinton, por Expresso do Amanhã
  5. Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
  6. Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
  7. Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
  8. Uma Thurman, por Ninfomaníaca – Volume 1
  9. June Squibb, por Nebraska
  10. Jamie Bell, por Ninfomaníaca – Volume 2

Comentários

A partir do momento em que Jesuíta Barbosa entra em cena em Praia do Futuro, não há mais como tirar os olhos dele, especialmente quando ele irrompe daquele elevador em Berlim. Hipnotizante no papel do irmão abandonado pelo herói de sua infância, o ator pernambucano deixa claro porque seu nome é considerado uma das grandes promessas do cinema brasileiro, consolidando o excelente trabalho já mostrado ano passado em Tatuagem.

Embora Jesuíta esteja no topo da lista, uma galeria de boas personagens femininas roubou a cena como coadjuvantes em 2014. Patricia Arquette se dedicou doze anos ao projeto de Boyhood – Da Infância à Juventude e o resultado foi o ponto alto de uma carreira que nunca teve muitos acertos. A maravilhosa Tilda Swinton viveu um dos seus personagens mais estranhos em Expresso do Amanhã – e, quando falamos em Tilda, isso quer dizer muita coisa. Já Lupita Nyong’o sofreu e emocionou o público em sua estreia em 12 Anos de Escravidão, enquanto June Squibb levou a irreverência de sua velhinha impetuosa a Nebraska. Uma Thurman, por sua vez, ensaiou uma volta aos bons papeis como a mulher traída mais amargurada e bizarra do ano em Ninfomaníaca – Volume 1. Entre todas elas, porém, o destaque ficou mesmo com a polonesa desconhecida Agata Kulesza, que foi o complemento perfeito para guiar a protagonista de Ida em uma viagem rumo ao passado familiar.

Voltando aos homens, Michael Fassbender e Jamie Bell surgiram assustadores em suas participações, cada um a seu modo: o primeiro, como o senhor de escravos que busca justificar suas ações numa lógica religiosa torta em 12 Anos de Escravidão; e o segundo, como o tenebroso K, que introduz Joe no universo do sadomasoquismo em Ninfomaníaca – Volume 2. Concluindo a lista, Jared Leto surpreendeu e trouxe sensibilidade ao papel da transexual Rayon em Clube de Compras Dallas – e a transformação física, como de costume, foi essencial para lhe garantir o Oscar de Ator Coadjuvante em 2014.

As menções honrosas vão para Matthew McConaughey e seu ritual estranho em O Lobo de Wall Street, a participação de Antônio Fagundes em Quando Eu Era Vivo e todo o elenco de coadjuvantes de O Grande Hotel Budapeste – incluindo nomes como Bill Murray, Adrien Brody e Willem Dafoe – e Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, com a presença luxuosa do saudoso Philip Seymour Hoffman e Juliane Moore.

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Ivanildo Pereira
  1. Ethan Hawke, por Boyhood
  2. Bradley Cooper e Vin Diesel, por Guardiões da Galáxia
  3. Tilda Swinton, por Expresso do Amanhã
  4. Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
  5. Patricia Arquette, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  6. Jonah Hill, por O Lobo de Wall Street
  7. Kim Dickens, por Garota Exemplar
  8. Robert Pattinson, por The Rover: A Caçada
  9. Agata Kulesza, por Ida
  10. June Squibb, por Nebraska

Comentários

Do Oscar no começo do ano, Leto foi o premiado e Squibb e Hill, merecidamente reconhecidos. São ótimos trabalhos, mas prefiro destacar atuações que, na minha opinião, foram marcantes, mas podem acabar não sendo reconhecidas pelo público ou pelas premiações. Como a de Kulesza em Ida – sensacional – ou a de Pattinson, que cada vez mais demonstra potencial para se livrar do estigma de Crepúsculo. Ou ainda a de Dickens, um daqueles rostos sempre vistos em filmes e seriados, mas quase nunca reconhecido – ela está absolutamente sólida em Garota Exemplar. Swinton mostrou a mais estranha e insana atuação da sua carreira em Expresso do Amanhã, mas é assim mesmo que gostamos dela, e Cooper e Diesel ajudaram a dar vida às criaturas mais legais do cinema em 2014.

E por fim, Arquette e Hawke deverão ser lembrados pelas premiações – se não forem, será injusto – e isso apenas representaria a coroação final de um projeto especial e marcante nas carreiras de ambos. Hawke, sempre um bom ator mesmo quando o filme é ruim, para mim é o número 1. Como o pai do garoto Mason em Boyhood, ele está absolutamente cativante e pode enfim, encontrar a consagração definitiva.

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Renildo Rodrigues
  1. Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
  2. Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
  3. Jesuíta Barbosa, por Praia do Futuro
  4. Tony Revolori, por O Grande Hotel Budapeste
  5. Jonah Hill, por O Lobo de Wall Street
  6. Lorelei Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  7. Martha Nowill, por Entre Nós
  8. Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
  9. Fabíula Nascimento, por O Lobo Atrás da Porta
  10. Kim Dickens, por Garota Exemplar

Comentários

No ano em que os filmes independentes tomaram a dianteira em Hollywood, produzindo sucessos de público e poupando o cinema americano de maiores vexames, é neles que vou buscar as atuações secundárias mais preciosas de 2014.

Os vencedores do Oscar, Jared Leto (“Clube de Compras Dallas”) e Lupita Nyong’o (“12 Anos de Escravidão”), claro, não poderiam deixar de comparecer. Com trabalhos magníficos, eles garantem com folga suas vagas nos postos mais altos da categoria. Três nomes em ascensão, Jonah Hill (que aos poucos vai conseguindo se livrar do rótulo de amigo-do-Seth-Rogen), Michael Fassbender (que deu uma derrapada com o irregular “O Conselheiro do Crime”, mas voltou à toda com o incandescente Sr. Epps de “12 Anos”) e o fenômeno Jesuíta Barbosa (que ainda emplacou o sucesso “Amores Roubados” na TV) mostram mais uma vez que são atores talhados para voos altos.

Três surpresas: a filha do diretor Richard Linklater, Lorelei, é a joia escondida de “Boyhood”; mesmo diante do trabalho brilhante de Ellar Coltrane, e da experiência do restante do elenco, a menina não se abala, e consegue roubar para si a primeira parte do filme. Já Tony Revolori é a alma de um dos filmes mais tocantes do ano, O Grande Hotel Budapeste. Ralph Fiennes pode ser o rosto reluzente nos trailers, mas é Tony quem empresta pungência às desventuras de Zero e Gustave. E mais uma sensacional do diretor David Fincher: Amy Dickens, que vive a detetive Rhonda em “Garota Exemplar”, trabalho que dispensa maiores comentários.

Por fim, duas atrizes que incendiaram a tela brasileira em 2014: a revelação Martha Nowill, de “Entre Nós”, que, por sinal, esteve no Amazonas Film Festival do ano retrasado; e Fabíula Nascimento, um talento que, tivéssemos uma produção menos incipiente, estaria sendo bem mais aproveitado.

agata kulesza ida

Susy Freitas
  1. Agata Kulesza, por Ida
  2. Tilda Swinton, por Expresso do Amanhã
  3. Uma Thurman, por Ninfomaníaca
  4. Jesse Eisenberg, por O Duplo
  5. Tony Revolori, por O Grande Hotel Budapeste
  6. Carrie Coon, por Garota Exemplar
  7. Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
  8. Jonah Hill, por O Lobo de Wall Street
  9. Noah Wiseman, por The Babadook
  10. Stellan Skarsgård, por Ninfomaníaca

Comentários

Quando Agata Kulesza surge em cena em Ida pela primeira vez, achamos que ela é uma coisa, quando é outra. Esse é o único momento em que ela nos confunde. A partir de então, todos os ditos e não-ditos da personagem no filme mostram exatamente quem é aquela mulher rígida, marcada pelo passado que ameaça se dissipar, mas nunca abandonar sua memória, e por retratar memória que Kulesza ganhou o primeiro lugar da lista. Com peso semelhante surgem Uma Thurman e Stellan Skarsgård, ambos em Ninfomaníaca. Enquanto que a primeira é a responsável por uma das cenas mais incômodas de um filme que conta com sexo para causar desconforto, o segundo surge como o simpático guia dos capítulos que compõem o filme, dando literalmente o suporte necessário à obra.

Surgem como coadjuvantes que trabalham a favor das quebras de atmosfera quando relacionados aos personagens principais Tilda Swinton em Expresso do Amanhã, Jesse Eisenberg em O Duplo e Tony Revolori em O Grande Hotel Budapeste. Esses contrapontos (Tilda como alívio cômico ao sombrio, Eisenberg sendo a antítese do personagem principal que ele mesmo interpreta e Revolori como uma voz muito mais preocupada que o protagonista de Fiennes) são a liga que dão consistência aos filmes dos quais fazem parte.

Dentre os astros em ascensão, tanto Fassbender quanto Hill em, respectivamente, 12 Anos de Escravidão e O Lobo de Wall Street instigaram bonito os espectadores a tirarem a atenção dos protagonistas em vários instantes, comprovando o potencial de se tornarem atores capazes de sustentarem filmes por si sós (desafio esse em estágio bem mais avançado para Fassbender).

Finalizando, dois estreantes compõem a lista: o pequeno Noah Wiseman, de The Babadook, e Carrie Coon, de Garota Exemplar. Ambos são absurdamente críveis como os parentes dos protagonistas (respectivamente, filho e irmã) e adicionam a cada instante detalhes que intensificam as sensações de acompanharem seus dramas e como estes afetam as relações familiares.

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COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos cinco críticos do Cine SET elegem o seu ‘TOP 10′. Critério leva em conta filmes lançados no circuito comercial do Brasil entre 1o de Janeiro e 31 de Dezembro de 2013.

Para cada lista, fizemos a pontuação semelhante à da Fórmula 1:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!