richard linklater boyhood

MELHOR DIRETOR PELO CINE SET
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude –  150 pontos
  2. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street – 73 pontos
  3. David Fincher, por Garota Exemplar – 71 pontos
  4. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste – 68 pontos
  5. Spike Jonze, por Ela – 46 pontos

richard linklater

Caio Pimenta
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  2. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
  3. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
  4. Damián Szifron, por Relatos Selvagens
  5. Alexander Payne, por Nebraska
  6. Pawel Pawlikowski, por Ida
  7. Ari Folman, por O Congresso Futurista
  8. David Fincher, por Garota Exemplar
  9. Alain Resnais, por Amar, Beber e Cantar
  10. Spike Jonze, por Ela

Comentários

Richard Linklater não deixou nem ter competição aqui. Mala!

Wes Anderson atinge a maturidade da carreira em um trabalho inspirado, Martin Scorsese mostra uma disposição de garoto e Szifron dá uma injeção de ânimo no cinema argentino. Já Alexander Payne confirma ser um dos grandes contadores de história da sétima arte nos dias atuais.

Pawlikowski cria uma experiência sufocante em uma obra com apelo visual raro; Ari Folman mistura animação com live-action em uma ficção científica ácida sobre Hollywood, enquanto David Fincher mergulha cada vez mais no estilo de direção minimalista. Na nona colocação, homenageio o mestre Alain Resnais na despedida deliciosa dele do cinema e Spike Jonze ocupa a vaga de Steve McQueen por não termos aqui a categoria de Melhor Roteiro, na qual ganharia de lavada.

richard linklater

Diego Bauer
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância a Juventude
  2. Joel e Ethan Coen, por Inside Llewyn Davis – Balada de Um Homem Comum
  3. Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
  4. Asghar Farhadi, por O Passado
  5. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
  6. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
  7. Jim Jarmusch, por Amantes Eternos
  8. David Fincher, por Garota Exemplar
  9. Alexander Payne, por Nebraska
  10. Jonathan Glazer, por Sob A Pele

Comentários

Menções honrosas a: Spike Jonze, por Ela; Lars von Trier, por Ninfomaníaca – Vol. 2; Mariana Rondón, por Pelo Malo; Denis Villeneuve, por O Homem Duplicado; J.C. Chandor, por Até O Fim; Anton Corbijn, por O Homem Mais Procurado.

A melhor direção do ano. A melhor direção dos últimos sei lá quantos anos. Talvez nem Linklater soubesse o quanto estava acertando enquanto fazia Boyhood. Trabalho genial de um diretor que pode até não ser um gênio, mas que está sempre evoluindo, e trilhando um caminho próprio, se arriscando a andar com as próprias pernas. Este é certamente um daqueles trabalhos para estudarmos daqui a alguns anos.

O que ainda não foi dito do trabalho de direção dos Irmãos Coen? Aqui eles repetem o êxito alcançado em seus maiores filmes, e conseguem explorar ao máximo a história que tem em mãos, levando-a a outro patamar. “Inside Llewyn Davis” é mais um marco em suas já grandiosas carreiras. O material que dava a base a “12 Anos de Escravidão” já era forte, mas a direção de McQueen é extremamente sofisticada e inteligente, sabendo explorar com enorme sabedoria os momentos dramáticos sem cair no pieguismos, ao mesmo tempo que tem coragem para não abrandar a situação vivida por aqueles personagens, respeitando as suas histórias. Um modelo a ser seguido pelo cinema de entretenimento.

Mestre da manipulação, apresentando importantes revelações da trama esporadicamente, apenas quando é necessário, Farhadi se estabiliza como um dos melhores e mais talentosos cineastas do mundo na atualidade. Não há outro diretor que tenha tanto domínio da direção de atores quanto o iraniano, que tem como marca a sua mise-en-scène extremamente sofisticada. Sabe aquele diretor com “sangue no olho”, que já imprimiu a sua marca em filmes inesquecíveis como Caminhos Perigosos, Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, além de já ter mostrado versatilidade e disposição para investir em projetos de diferentes gêneros? Pois é, Scorsese aprontou mais uma, aos 72 anos, e parece mais disposto do que nunca.

Costumo chamar o Wes Anderson de “Stanley Kubrick da Sessão da Tarde”. Embora possa soar ambíguo, encaro isso como um enorme elogio, pois considero Anderson o diretor mais “próximo” de Kubrick em relação ao rigor estético de seus filmes. Em O Grande Hotel Budapeste, o diretor realizou a sua maior produção, e mesmo que não tenha alcançado o mesmo resultado de Rushmore e Tenembauns, seu trabalho é muito, muito acima da média. Se alguém me perguntar o que acontece na trama de Amantes Eternos, acho que não saberia responder a pergunta. Mesmo assim, esse foi um dos filmes que mais me deixou ligado enquanto assistia, e isso é mérito da excepcional direção de Jim Jarmusch, que com elegância e domínio de linguagem cinematográfica, nos faz um convite irresistível para apreciar uma belíssima obra de arte.

Ao final da sessão de Garota Exemplar, pensei: Fincher é foda. Mesmo sendo um diretor de estúdio, trabalhando com projetos sob encomenda, sendo obrigado a dar retorno financeiro, ele consegue inserir o seu estilo, seus filmes não têm nada de genérico, e a sua condução permanece ágil, inteligente, instigante e nos tira do lugar de conforto. Dos grandes. Aparentemente não há nada de mais no trabalho de direção de Nebraska, mas isso não poderia estar mais errado. O tom cômico e melancólico do filme é trabalho de um diretor extremamente talentoso, que trabalha nas sutilezas do roteiro, e que sabe que afetações apenas atrapalhariam o resultado final. É muito importante que se valorize o trabalho de Payne, sempre responsável por trabalhos de ótimo gosto. O prêmio David Lynch de 2014 vai para… Jonathan Glazer! Escancarando que não está nem aí para o roteiro, e que quer criar atmosfera através de signos pouco usuais, Glazer alcança um resultado interessantíssimo, abrindo o seu filme a diversas interpretações, com a estranheza reinando. Vale, no mínimo, a visita.

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Gabriel Oliveira
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  2. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
  3. David Fincher, por Garota Exemplar
  4. Spike Jonze, por Ela
  5. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
  6. Ari Folman, por O Congresso Futurista
  7. Denis Villeneuve, por O Homem Duplicado
  8. Jonathan Glazer, por Sob a Pele
  9. Joel e Ethan Coen, por Inside Llweyn Davis: Balada de Um Homem Comum
  10. Asghar Farhadi, por O Passado

Comentários

Imagine conduzir um mesmo filme ao longo de doze anos, tendo que lidar com todos os contratempos possíveis nesse extenso período de tempo, como atores que eventualmente quisessem desistir da empreitada (o que ocorreu com Lorelei Linklater, filha do diretor). Foi preciso muita força de vontade e dedicação à sua visão do projeto para que Richard Linklater conseguisse dar conta de Boyhood – Da Infância à Juventude durante todos esses anos e mantivesse sua unidade criativa, sem deixar seu nível de qualidade cair. O resultado é uma obra que apela a nossos sentidos, nossa memória e nossa identificação, graças ao talento do diretor americano em lidar com experiências e sentimentos humanos, dessa vez potencializando de certa forma o que já tínhamos visto na trilogia Antes do Amanhecer.

Que Martin Scorsese é um diretor de renome não é novidade pra ninguém, mas não deixa de ser impressionante que um senhor de mais de 70 anos consiga manter, à frente de uma obra como O Lobo de Wall Street, um ritmo cheio de energia que deixa gente de 20 e poucos anos como eu no chinelo. Seguindo o mesmo caminho para marcar seu nome como um dos grandes do cinema americano, David Fincher demonstra mais uma vez o seu nível de maturidade técnica em Garota Exemplar e brinca com a percepção do público acerca de seus personagens.

Spike Jonze, por outro lado, estabelece em cena um relacionamento entre um homem e uma máquina sem nunca soar piegas ou forçado, além de proporcionar uma bela reflexão sobre os nossos tempos em Ela. Já Wes Anderson alia toda a sua tradicional exatidão estética a uma história que, embora aparentemente leve, esconde em seu interior também a reflexão sobre o passado, a memória e tempos de guerra num país que nunca existiu.

Completando a lista, decidi listar nomes de diretores que ousaram desafiar o público com decisões arriscadas e assumiram de fato a visão artística de seus filmes, ainda que o resultado nem sempre tenha sido o melhor. É o caso de Ari Folman, que comanda a mistura surreal de live action e animação em O Congresso Futurista e lança sua crítica ao modelo da grande indústria cinematográfica sem poupar ninguém, desde agentes e atores até os chefões executivos e o próprio público. Jonathan Glazer não se importa nem um pouco em mastigar a história ao espectador em Sob a Pele e prefere instigar e provocar sua audiência, inclusive com uma visão pessimista digna de Lars Von Trier nos minutos finais de seu filme. Já Denis Villeneuve dá continuidade a uma trajetória de sucesso, que já lhe rendeu obras como Incêndios e Os Suspeitos, e dessa vez demonstra a habilidade em manter a tensão durante todo o decorrer de O Homem Duplicado, além de ter domínio completo sobre todos os elementos visuais e simbólicos de seu longa.

Da mesma forma, os irmãos Coen brincam com a estrutura de Inside Llweyn Davis: Balada de Um Homem Comum, e Asghar Farhadi tem o total domínio da mise-en-scène e do desenvolvimento da história contada em O Passado, sabendo como lidar com seus personagens e revelar importantes elementos da narrativa aos poucos.

RichardLinklater

Ivanildo Pereira
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  2. David Fincher, por Garota Exemplar
  3. Spike Jonze, por Ela
  4. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
  5. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
  6. Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
  7. Alexander Payne, por Nebraska
  8. Pawel Pawlikowski, por Ida
  9. Joel e Ethan Coen, por Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum
  10. Dennis Villeneuve, por O Homem Duplicado

Comentários

Todos grandes cineastas que realizaram excelentes trabalhos. Os Coen fizeram um filme atípico, mas muito pessoal para eles, e Pawlikowski e Villeneuve apostaram no clima para chamar a atenção do espectador. Payne é um contador de histórias, enquanto Fincher e Anderson aliam essa qualidade ao refinamento cada vez maior dos seus estilos. Scorsese mostra porque é um dos grandes ao demonstrar energia jovem e anárquica, e Jonze e McQueen criam histórias profundamente emocionais que afetam o espectador. Porém, de certo modo, Linklater em Boyhood reúne todas essas características. Trata-se do trabalho mais belo de um diretor que valoriza a vida comum e tudo que ela tem a oferecer, e faz dela o assunto dos seus melhores trabalhos.

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Renildo Rodrigues
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  2. Spike Jonze, por Ela
  3. David Fincher, por Garota Exemplar
  4. Mariana Rondón, por Pelo Malo
  5. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
  6. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
  7. Karim Aïnouz, por Praia do Futuro
  8. Lars Von Trier, por Ninfomaníaca
  9. Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
  10. Alexander Payne, por Nebraska

Comentários

2014 foi o ano em que testemunhamos uma das experiências mais fantásticas já vistas no cinema: o trabalho de Richard Linklater em “Boyhood – Da Infância à Juventude”. O diretor simplesmente registrou, durante dez anos, as mudanças na vida de Mason (Ellar Coltrane), das mais banais às mais transformadoras – tudo, afinal, é vida –, só que em tempo real.

Não, o filme não dura dez anos: Linklater simplesmente reuniu o mesmo elenco por algumas semanas ao longo dos dez anos seguintes e saiu com este filme, um dos testemunhos mais sublimes e poéticos do ato de… viver.

Diante desse esforço monumental – e já que há muito Linklater merecia estar no primeiro escalão dos diretores americanos – realmente não há como competir. Mas os outros grandes diretores de 2014 também deixaram filmes magníficos pelo caminho.

Spike Jonze com seu olhar melancólico sobre o romance homem/máquina em “Ela”, David Fincher marcando outro gol com o suspense “Garota Exemplar”, Martin Scorsese revivendo o genial cronista do submundo de filmes como “Os Bons Companheiros” e “Cassino” em “O Lobo de Wall Street”, Mariana Rondón com o perturbador registro do cotidiano venezuelano em “Pelo Malo”, Wes Anderson e o encantador “O Grande Hotel Budapeste” herdaram os postos mais altos.

Karim Aïnouz criou o grande filme brasileiro do ano, o amargo e poético “Praia do Futuro”, enquanto Lars Von Trier emplacou a terceira maravilha seguida com “Ninfomaníaca”. Fechando o ranking, os oscarizáveis Steve McQueen (“12 Anos de Escravidão”) e Alexander Payne (“Nebraska”) vão se firmando como criadores de peso em Hollywood.

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Susy Freitas
  1. Richard Linklater, por Boyhood – Da Infância à Juventude
  2. Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
  3. David Fincher, por Garota Exemplar
  4. Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
  5. Pawel Pawlikowski, por Ida
  6. Jennifer Kent, por The Babadook
  7. Lars Von Trier, por Ninfomaníaca
  8. Bong Joon-Ho, por Expresso do Amanhã
  9. Christopher Nolan, por Interestelar
  10. Luc Besson, por Lucy

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Richard Linklater e Martin Scorsese bem que poderiam estar juntos no primeiro lugar da lista, mas a balança pendeu para o trabalho de paciência, persistência e foco do primeiro por 12 anos para ficar no topo do pódio. Em todo caso, é de aplaudir de pé o domínio dos aspectos técnicos e artísticos que nosso segundo lugar apresenta, sem grandes esforços, ao público.

Domínio é a palavra-chave para definir o trabalho de David Fincher, Christopher Nolan e Luc Besson em 2014. Com um roteiro cheio de absurdos e pitadas habituais de misoginia que ele (e Hollywood) adora, David Fincher mostrou que, com um pouco de atenção, pode conduzir com maestria qualquer trama, mesmo uma um tanto boba como a de Garota Exemplar. Da mesma maneira, Luc Besson pegou o roteiro estúpido de Lucy e transformou num filme eletrizante, visualmente impecável, conduzido com um tipo de loucura “autoral” que nenhum outro blockbuster conseguiria atingir com outro diretor. Já Christopher Nolan e seu habitual rigor técnico encontraram no espaço a ambientação para o qual ambos se encaixariam como uma luva. Não fosse a parte melosa e nada natural do roteiro de Interestelar, muito provavelmente o americano teria enfim realizado a obra-prima que persegue e estaria no topo desta lista.

Enquanto Nolan ficou no “quase” (um “quase” bem dirigido, no final das contas), Bong Joon-Ho alcançou com Expresso do Amanhã o que os irmãos Wachowski vêm tentando desde que encerraram a saga de Matrix: dirigir um filme cheio de ação, aventura, temas profundos pertinentes à condição humana e trama intrincada. E o sul-coreano fez isso sem precisar colocar seus personagens filosofando muito, deixando o roteiro e as reações humanas no ambiente hostil em que se passa a história falar mais sobre nós que muito discurso por aí, e tudo isso com cenas impressionantes de luta!

Com foco na composição e na autoria, Wes Anderson, Pawel Pawlikowski, Jennifer Kent e Lars Von Trier completam a lista. Cada um a seu modo trouxe algo único às histórias que seus filmes contaram a nós em 2014: Anderson com a habitual simetria e bom humor; Pawlikowski com o peso do silêncio; Kent, talentosa diretora estreante, com uma noção de linguagem cinematográfica invejável; e Von Trier com a audácia que não, não gerou um dos melhores filmes do ano, mas sim uma obra de proposta provocativa clara e estrutura bem delineada que merece ser lembrada.

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COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos cinco críticos do Cine SET elegem o seu ‘TOP 10′. Critério leva em conta filmes lançados no circuito comercial do Brasil entre 1o de Janeiro e 31 de Dezembro de 2014.

Para cada lista, fizemos a pontuação semelhante à da Fórmula 1:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!