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MELHOR DIRETOR DE 2016

  1. Paul Verhoeven, por “Elle” – 128 PONTOS
  2. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius” – 120 PONTOS
  3. Alejandro González Iñarritu, por “O Regresso” – 72 PONTOS
  4. Todd Haynes, por “Carol” – 68 PONTOS
  5. Gabriel Mascaro, por “Boi Neon” – 67 PONTOS

Gabriel MascaroCaio Pimenta

  1. Gabriel Mascaro, por “Boi Neon”
  2. Paul Verhoeven, por “Elle”
  3. Alejandro González Iñarritu, por “O Regresso”
  4. Denis Villeneuve, por “A Chegada”
  5. Todd Haynes, por “Carol”
  6. Jeff Nichols, por “Destino Especial”
  7. Gianfranco Rosi, por “Fogo no Mar”
  8. Sérgio Oksman, por “O Futebol”
  9. László Nemes, por “O Filho de Saul”
  10. Ryan Coogler, por “Creed”

Comentário

O salto de Gabriel Mascaro de “Ventos de Agosto” para “Boi Neon” mostra a evolução incrível de um dos grandes nomes do cinema brasileiro na atualidade, enquanto Paul Verhoeven faz uma dobradinha cínica e brilhante com Isabelle Huppert. Diferente do escandaloso “Birdman”, Iñarritu consegue ser mais equilibrado em “O Regresso” e volta a impressionar com planos-sequências marcantes. Villeneuve, Haynes e Nichols abusam da elegância e sutiliza ao desenvolver com calma os universos dos seus personagens, mostrando um cinema de raro refinamento estético e narrativo. Rosi e Oksman transitam entre dois extremos (o italiano pelo global e o brasileiro pelo pessoal) em documentários doloridos. O domínio técnico de László Nemes é a única coisa que faz “O Filho de Saul” não cair no esquecimento. Por fim, Ryan Coogler segue sendo um dos diretores mais promissores e talentosos do cinema americano.

Sem dúvida, a lista mais difícil feita com inúmeros nomes importantes deixados de fora como, por exemplo, Andrea Arnold (“Docinho da América”), Adam McKay (“A Grande Aposta”), Jose Luis Guerín (“A Academia das Musas”), Lenny Abrahamson (“O Quarto de Jack”) e, claro, Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”).

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Camila Henriques

  1. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”
  2. Gabriel Mascaro, por “Boi Neon”
  3. Lenny Abrahamson, por “O Quarto de Jack”
  4. Todd Haynes, por “Carol”
  5. Denis Villeneuve, por “A Chegada”
  6. Robert Eggers, por “A Bruxa”
  7. Ryan Coogler, por “Creed – Nascido para Lutar”
  8. Sean Baker, por “Tangerine”
  9. Danny Boyle, por “Steve Jobs”
  10. Charlie Kauffman, por “Anomalisa”

Comentário

Menções honrosas: Deniz Gamze, As Cinco Graças; Dan Trachtenberg, Rua Cloverfield, 10; Gareth Edwards, Rogue One; Alejandro Gonzalez Iñarritu, O Regresso; Paul Verheoven, Elle; Tim MIller, Deadpool.

O cinema nacional teve dois clássicos instantâneos em 2016 e a explosão de sentimentos causadas por “Aquarius” e “Boi Neon” foram suficientes para garantir a KMF e Gabriel Mascaro os primeiros lugares dessa lista.

Lenny Abrahamson mostrou que dramas-familiares-com-cara-de-Oscar não precisam ser carregados de pieguice, enquanto Todd Haynes provou que os livros de Patricia Highsmith são obras-primas cinematográficas em potencial, com mais uma grande história sobre mulheres. Já Dennis Villeneuve confirma seu status de diretor mais interessante da atualidade com o belo ‘A Chegada’. Ansiosa para ver o que ele faz com ‘Blade Runner’. Ryan Coogler conquistou o mainstream com ‘Creed’ e Robert Eggers fez todo mundo voltar a ir para o cinema para assistir a um filme de terror, com o complexo “A Bruxa”.

Fazer filme com iPhone tá liberado? Tá, e no caso de Sean Baker, o resultado foi belíssimo em “Tangerina”. Charlie Kauffmann – um queridinho particular meu – realizou mais um grande estudo de personagem com ‘Anomalisa’. Por fim, Danny Boyle ganhou seu lugar na lista ao dosar seu estilo frenético em favor de um trabalho mais sóbrio em ‘Steve Jobs’.

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Danilo Areosa

  1. Paul Verhoeven, por “Elle”
  2. Robert Eggers, por “A Bruxa”
  3. Todd Haynes, por “Carol”
  4. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”
  5. Pedro Almodóvar, por “Julieta”
  6. Anita Rocha da Silveira, por “Mate-me Por Favor”
  7. Alejandro González Iñárritu, por “O Regresso”
  8. Tom McCarthy. por “Sportlight”
  9. Clint Eastwood, por “Sully – O Herói do Rio Hudson”
  10. Hirokazu Koreeda, por “Nossa Irmã Mais Nova”

Comentário

Foi um ano excelente no quesito direção. A volta do holandês maluco Paul Verhoeven não poderia ser melhor: Elle é polêmico, complexo e multifacetado que jamais deve ser reduzido a um olhar misógino. Robert Eggers, por sua vez, é o responsável pelo horror do ano com A Bruxa. Ele cria um trabalho clássico meticuloso, sem recorrer a nenhum Jump Scare. Entre os veteranos artesões do cinema de arte, Todd Haynes, Pedro Almodovar e Hirokazu Koreeda continuam emocionando a alma humana com seus olhares sobre as relações. Carol, Julieta e Nossa Irmã Mais Nova representam o cinema da emoção de 2016.

Da safra mais nova de diretores, o americano Tom McCarthy mostrou por meio da direção sóbria, um cinema old school de denúcia no ótimo Spotlight. Entre os brazucas, nem toda a polêmica envolvendo Aquarius apagou o brilho da força crítica do filme de Kleber Mendonça Filho. Já Anita Rocha representou o cinema feminino com seu olhar assustador sobre a mórbida realidade juvenil em Mate-Me Por Favor. Clint Eastwood comprova em Sully – O Herói do Rio Hudson que hoje é o melhor cineasta para des(re)construir heróis americanos. E a Academia abraçou de vez Alejandro González Iñárritu com O Regresso. Você pode até odiá-lo, mas é inegável o talento do cineasta de criar obras intensas sobre a natureza humana.

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Diego Bauer

  1. Paul Verhoeven, por “Elle”
  2. Ciro Guerra, por “O Abraço da Serpente”
  3. Richard Linklater, por “Jovens, Loucos e Mais Rebeldes”
  4. Gabriel Mascaro, por “Boi Neon”
  5. Adam McKay, por “A Grande Aposta”
  6. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”
  7. Quentin Tarantino, por “Os Oito Odiados”
  8. Lenny Abrahamson, por “O Quarto de Jack”
  9. Ethan e Joel Coen, por “Ave César”
  10. Charlie Kaufman e Duke Johnson, por “Anomalisa”

Comentário 

Paul Verhoeven é um diretor ímpar, que não se encaixa em parâmetros. O seu cinema é desafiador, escorregadio, cínico e fica forte na cabeça. Com Elle temos o seu retorno em grande estilo. O Abraço da Serpente é uma experiência cinematográfica diferenciada, e a direção de Guerra tem total consciência da força da história que resolveu contar, tendo uma sequência, a da alucinação, como um dos grandes momentos do cinema no ano.

É uma pena que a genialidade (isso mesmo!) de Linklater como diretor seja praticamente invisível aos olhos desatentos daqueles que buscam “algo a mais”. Jovens, Loucos e Mais Rebeldes é um daqueles filmes que só este diretor tem capacidade de realizar com tanta potência na atualidade. Mascaro parece ter a consciência de que os seus excelentes personagens são fortes o suficiente pra carregar um filme, e que basta nós acompanharmos a sua busca por alguma satisfação nos intervalos de suas rotinas árduas. Isso torna Boi Neon um dos melhores filmes do ano.

O subestimado Mackay finalmente conseguiu um pouco mais de atenção com o excelente A Grande Aposta, em que a sua inconseqüência (os seus filmes anteriores com Will Ferrell mostram bem isso) é dosada de maneira certinha com um olhar duro sobre os excessos do capitalismo nos Estados Unidos. Apenas um diretor com tanto conhecimento de linguagem cinematográfica seria capaz de realizar um filme como Aquarius. Cada plano, cada movimento de câmera, cada raccord, enfim, cada escolha aqui demonstra alguém que sabe exatamente o que está fazendo, e o faz muito bem.

Tarantino já fez tantos filmes extraordinários, que até pode parecer que Os Oito Odiados é um fracasso. Mas este filme mostra que o diretor permanece com fôlego e com um controle de cena afinadíssimo com o seu ótimo elenco. Quem assistiu a Frank já percebeu o quão Lenny Abrahamson era promissor, mas com O Quarto de Jack o diretor mostrou uma face ainda mais madura e sensível. Sem dúvida um nome para permanecer de olho.

Irmãos Coen, mesmo com um filme excessivamente frio e racional, são figuras obrigatórias em listas de fim de ano desde… desde um tempão. Em Ave César, a ironia permanece certeiro, e aponta para lugares inesperados. Anomalisa é o filme mais humano do ano, e isso se deve muito às escolhas da direção de Kaufman e Johnson, numa animação introspectiva e desacelerada.

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Gabriel Oliveira

  1. Todd Haynes, por Carol
  2. Kleber Mendonça Filho, por Aquarius
  3. Denis Villeneuve, por A Chegada
  4. Paul Verhoeven, por Elle
  5. Ciro Guerra, por O Abraço da Serpente
  6. Alejandro González Iñárritu, por O Regresso
  7. Lenny Abrahamson, por O Quarto de Jack
  8. Robert Eggers, por A Bruxa
  9. Quentin Tarantino, por Os Oito Odiados
  10. Anne Fontaine, por Agnus Dei

Comentário

Nas mãos de outro diretor, Carol correria o risco de passar batido como mais um “romance proibido de época”. Nas mãos de Todd Haynes, com uma delicadeza singular e uma precisão cirúrgica no olhar, é uma das obras mais poéticas do ano. De um lado a poesia, do outro, o libelo à resistência impresso em cada marca do cinema de Kleber Mendonça Filho em Aquarius.

A Chegada é o Interestelar que deu certo, graças ao talento de Denis Villeneuve, numa direção calculada que balanceia relações humanas com tons de suspense e ficção científica. Paul Verhoeven nunca desvia sua câmera das ações cínicas de seus personagens em Elle, e isso faz dele o provocador do ano. Enquanto isso, Ciro Guerra foge de qualquer exotismo possível em O Abraço da Serpente e embarca em um retrato honesto e necessário da Amazônia.

Persona megalomaníaca à parte, Alejandro Gonzáles Iñárritu entrega o épico do ano com O Regresso. Em escala menor, Lenny Abrahamson e Anne Fontaine optam por abordagens mais sensíveis em O Quarto de Jack e Agnus Dei, ao passo que Robert Eggers se revela um mestre em ambientação no sufocante A Bruxa. Por fim, Tarantino dá uma polida no próprio jeito Tarantino de ser, e, problemas de ritmo à parte, toma seu tempo e domina um jogo de gato e rato como ninguém em Os Oito Odiados.

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Ivanildo Pereira

  1. Robert Eggers, por “A Bruxa”
  2. Paul Verhoeven, por “Elle”
  3. Denis Villeneuve, por “A Chegada”
  4. John Carney, por “Sing Street”
  5. Adam McKay, por “A Grande Aposta”
  6. Quentin Tarantino, por “Os Oito Odiados”
  7. Alejandro G. Iñarritu, por “O Regresso”
  8. Ryan Coogler, por “Creed”
  9. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”
  10. Karyn Kusama, por “The Invitation”

 Comentário

Menções honrosas: Joachim Trier de Mais Forte que Bombas, Yorgos Lanthimos de O Lagosta, e Ava DuVernay de A 13a. Emenda.

Na minha lista de melhores diretores temos duas surpresas: um nome que surgiu este ano e outro que se reencontrou após experiências ruins e voltou a fazer um bom trabalho. Sobre o primeiro caso falarei de novo mais à frente, mas sobre o segundo só se pode dizer “Bem vinda de volta” para a diretora Karyn Kusama, que entrgou um exercício de suspense excepcional com The Invitation.

Na lista estão também nomes que disputaram o ultimo Oscar (Iñarritú e o ótimo McKay), o brasileiro Mendonça Filho (o nome do ano no cinema nacional, tenha-se gostado ou não de Aquarius), o muito talentoso Coogler, e Carney, que entregou mais uma obra singela e irresistível, com muita música.

Villeneuve e Verhoeven (outro que merece um entusiasmado “Bem vindo de volta! Sentimos sua falta”) criaram filmes que fogem do padrão e que desafiam o publico. Eles não nos pegam pela mão, ao invés disso nos guiam (ou no segundo caso, nos arremessam) em suas histórias ricas e interessantes. E Quentin Tarantino  também merece um lugar aqui: suspeito fortemente que daqui a alguns anos seu Os Oito Odiados será melhor apreciado. É outro filme que não trata paternalisticamente o espectador, uma visão ácida e cínica de um artista iconoclasta sobre o seu país.

E no primeiro lugar, o caso do nome surgido este ano que descrevi no início. Com A Bruxa, Eggers criou algo raríssimo hoje em dia: o filme de terror elevado (odeio o termo, mas vá lá, “de arte”), no qual as imagens e os sons se dedicam não a jogar sangue e sustos no espectador, mas sim a mexer com as noções psicológicas e religiosas de cada um. A Bruxa foi feito para perturbar e consegue, e com ele Eggers se mostra um legítimo sucessor de Kubrick e seu O Iluminado. 

alejandro gonzalez inarritu oscar 2015Lucas Jardim

1. Alejandro González Iñarrítu, por “O Regresso”
2. Sean S. Baker, por “Tangerine”
3. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”
4. Paul Verhoeven, por “Elle”
5. Ciro Guerra, por “O Abraço da Serpente”
6. Anna Muylaert, por “Mãe Há Só Uma”
7. Veronika Franz e Severin Fiala, por “Boa Noite, Mamãe”
8. Todd Haynes, por “Carol”
9. Gabriel Mascaro, por “Boi Neon”
10. Tim Miller, por “Deadpool”

Comentário

2016 teve um ano cheio de missões hercúleas quando o assunto é direção: Alejandro Gonzáles Iñarrítu quase levou a equipe à loucura para fazer O Regresso, Ciro Guerra se meteu em meio à Amazônia colombiana para o provocativo O Abraço da Serpente, Paul Verhoeven se lançou no cinema francês com mais 70 anos de idade com Elle e Sean S. Baker se aventurou a gravar o longa Tangerine com TRÊS IPHONES. Além disso, os brasileiros Kléber Mendonça Filho, Anna Muylaert e Gabriel Mascaro desafiaram a perenemente árdua realidade do cinema nacional para trazer filmes que tocam em questões interessantíssimas e super atuais: Aquarius, Mãe Há Só Uma e Boi Neon, respectivamente. Além deles, Veronika Franz e Severin Fiala se destacaram pela bravura no controle da ambientação no aterrorizante Boa Noite, Mamãe e, no espectro inverso, Tim Miller abusou de uma edição frenética para trazer o insano Deadpool à vida nos cinemas.

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Pâmela Eurídice

  1. Adam McKay, de “A Grande Aposta”
  2. Sean Baker, de “Tangerine”
  3. Kleber Mendonça Filho, de “Aquarius”
  4. Alejandro González Iñarritu, de “O Regresso”
  5. Denis Villeneuve, de “A Chegada”
  6. Ava DuVernay, de “A 13a Emenda”
  7. Gareth Edwards, de “Rogue One – Uma História Star Wars”
  8. Deniz Gamze Ergüven, de “Cinco Graças”
  9. Todd Haynes, de “Carol”
  10. Robert Eggers, de “A Bruxa”

Comentário

McKay conseguiu vender os motivos da crise americana de 2009 num filme atrativo, dinâmico e eletrizante, criando uma atmosfera que te deixa em 220 volts durante os mais de 120 minutos em que se quer descobrir se realmente foi uma grande aposta. Iñarritu conseguiu entregar um épico real que mantém as cenas vivas na memória, mas o grande mérito do diretor foi a escolha de sua equipe técnica. “O Regresso” seria completamente diferente sem a visão inebriante de Lubezki, que se consagra como um dos melhores fotógrafos de nossa era, e a precisão e ritmo de Mirrione, o diretor mostra que seu trabalho se assemelha a de um maestro em guiar a orquestra.

Em contrapartida, Baker apresenta um filme com cenas fluidas e um elenco a vontade, que permite cenas divertidíssimas, principalmente quando você descobre a ousadia do diretor em gravar com um iphone e ter muitas dessas cenas improvisadas. Mesmo que esta não seja uma novidade no cinema independente, Baker utilizou as particularidades do equipamento que tinha a mão em benefício da obra. E que obra!

Ousadia também teve Kleber Mendonça Filho, com suas atitudes políticas e, principalmente, por estas serem um reflexo da sua obra, que retrata um exemplar do Brasil nos últimos anos. Assemelha-se a DuVernay que nos imerge na raiz social, cultural do sistema penitenciário dos EUA. De maneira atraente e uma sacada genial ao atrelar o discurso dos entrevistados, música e imagens, ela potencializa a denúncia local que tem reflexos mundialmente. É o grito iniciado em Selma que aqui incomoda bem mais.

Ergüven também nos fez refletir sobre a situação feminina em pleno século XXI e a repreensão, ignorância e tantas outras barreiras e preconceitos que enfrentamos dia após dia por sermos mulheres. Eggers expôs isso de maneira sutil, preenchendo nossa mente de inquietudes e nossos olhos de um bom terror psicológico.

Villeneuve parece passear por gêneros e consegue obter sucesso neles. A empreitada em A Chegada lhe confere mais um degrau na crescente ascensão. Todd Haynes também constrói uma grande história com um olhar distante dos clichês e arrebatador.

Edwards não decepcionou, conseguiu aliar o spin off a saga original, emocionou e tornou a Força real dentro de cada um de nós.  “Eu estou com a força e a força está comigo”

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Susy Freitas

  1. Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”
  2. Paul Verhoeven, por “Elle”
  3. Sean S. Baker, por “Tangerine”
  4. Richard Linklater, por ,”Jovens, Loucos e Mais Rebeldes”
  5. Gabriel Mascaro, por “Boi Neon”
  6. Apichatpong Weerasethakul, por “Cemitério do Esplendor”
  7. Anna Muylaert, por “Mãe só há uma”
  8. Whit Stillman, por “Amor & amizade”
  9. Jeff Nichols, por “Destino Especial”
  10. Andrea Arnold, por “Docinho da América”

Comentário

Por mim, o Top 5 dessa lista pode ser considerado todo como primeira posição. Ainda que “Aquarius” não seja perfeito, não se pode negar que a pegada de Kleber Mendonça Filho é essencial para que a mensagem do filme tenha se tornado tão simbólica para 2016. Mesmo que tiremos o longa desse contexto social e político em ebulição, a atenção aos detalhes, o uso inteligente das referências e a cara absolutamente brasileira-sem-clichês o coloca no topo da lista. Junto a ele, temos Paul Verhoeven, que transmitiu com maestria todo o ar tenso e doentio que a trama de “Elle” pede, enquanto Sean S. Baker fez com que transbordasse vida e humanidade do universo marginal em que “Tangerina” se passa.

Embora passe longe do mundo underground, foi exatamente o mesmo efeito que a direção precisa de Richard Linklater deu a “Jovens, Loucos e Mais Rebeldes!”. Traduzindo esse efeito para a realidade do interior do nordeste brasileiro e apenas intensificando a noção de autoria do diretor, Gabriel Mascaro entregou um dos melhores filmes brasileiros do ano em “Boi neon”.

Continuando a lista ainda com foco num cinema autoral e único, o tailandês Apichatpong Weerasethakul e seu onírico e hipnotizante “Cemitério do esplendor” ficaram na sexta posição, seguido pela brasileira Anna Muylaert por “Mãe só há uma”, um filme que traz o experimental e o popular de forma intrigante em sua direção. Com “Amor & amizade”, Whit Stillman deu todas as características que fazem com que um filme de época seja memorável, destacando-se aí a ótima direção de atores. Já Jeff Nichols, excelente como sempre, deu uma carga emocional impressionante que remonta a Spielberg em início de carreira ao sci-fi “Destino Especial”. A estreia de “Docinho Americano” aos 45 do segundo tempo no Brasil garantiu ainda a última posição do ranking ao ótimo trabalho de Andrea Arnold.

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos nove críticos do Cine SET elege o seu ‘TOP 10’. Critério leva em conta filmes lançados nos cinemas, streaming ou televisão no Brasil entre 1o de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016.

Para cada lista, fizemos a pontuação semelhante à da Fórmula 1:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!

*Texto original alterado para substituir a equivocada expressão humor negro.