Hoje o Diário vai ser bem mais curtinho do que o normal devido ao dia ter sido muito atípico: toda a programação do festival que vi hoje estava concentrada no mesmo local, no caso, o Grand Théâtre Lumière. Dei benza deus que pude dormir até um pouco mais tarde hoje e chegar no Palais às 10h para pegar a sessão das 11h30 de The Square, do Ruben Östlund – um barato de filme, inclusive.

Visto o filme, foi o tempo de sair, entrar na fila (que já estava andando) e voltar pro Grand Théâtre para ver 120 Battements per Minutes, do Robin Campillo, às 15h. Agora, um desabafo: para ver esses dois filmes, vocês imaginam o quanto de coisa perdi? Para quem não tá em Cannes, talvez seja impossível mensurar a quantidade de filmes que são exibidos aqui todos os dias. Até pra quem tá, é difícil crer. São tantos eventos em tantas salas que ninguém poderia dar conta. Nas seis horas em que eu fiquei no maior cinema do festival, pelo menos dez filmes foram exibidos nas principais mostras.

Em verdade, não faltam mostras: além da Seleção Oficial, existe a Quinzena dos Realizadores, a Semana dos Críticos, a Cannes Cinephiles, o Cinema de la Plage, a Cannes Classic, a Cannes Acid e os projetos do Marché du Film. Isso pra não falar do Fora da Competição e das Seánces Speciales.

Tendo dito isto, eu afirmo que boa parte da experiência de Cannes envolve você aceitar tudo o que não vai ver. Hoje, inclusive, precisei lidar com esse sentimento pela primeira vez nesta cobertura: não consegui entrar na Seánce Special de Come Swim, curta da Kirsten Stewart, porque a Salle Bunuel, que o exibiu, lotou muito rapidamente. O jeito foi encerrar o dia tomando uma caipirinha no estande brasileiro no Marché: totalmente 0800 e boa.

Amanhã temos mais três filmes na agenda! Bora lá!

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