O período de volta às aulas na Universidade Federal do Amazonas marca também o retorno do Cine & Vídeo Tarumã. O projeto comandado pelo professor da Faculdade de Informação e Comunicação, Tom Zé, traz, nesta semana, três filmes com temática feminista. Todas as sessões são gratuitas, com início às 12h30 e ocorrem no auditório Rio Negro, localizado no hall do IFCHS, antigo ICHL.

O sueco “Mulheres Divinas” abre a programação nesta segunda-feira (12). Dirigido por Petra Volpe, o filme traz a história de Nora, uma jovem dona de casa. Ela vive uma vida tranquila com seu marido e seus dois filhos numa pequena aldeia. Eles ainda não tinham sido afetados com as grandes revoltas sociais e o movimento de 1968, mas, é aí que Nora começa a fazer campanha pelo direito de voto das mulheres.

“Mulheres sem Homens” será a atração da quarta-feira (14). A produção se passa em 1953, no Irã quando um golpe de estado apoiado pelos norte-americanos e ingleses derrubou o primeiro-ministro democraticamente eleito, Mohammad Mossadegh, e reinstalou o Xá no poder. Ao longo de vários dias quatro mulheres diferentes da sociedade iraniana estão reunidas nesse contexto de turbulência política e social. Fakhri (Arita Shahrzad), uma mulher de meia-idade presa a casamento sem amor e que deve lidar com seus sentimentos por uma antiga paixão que acaba de retornar da América. Zarin (Orsi Toth), uma jovem prostituta, que tenta escapar à devastadora situação de não poder mais ver os rostos dos homens. Munis (Shabnam Toloui), uma mulher politicamente consciente, que procura resistir à reclusão imposta a ela por seu irmão religioso fanático. Faezeh (Pegah Ferydoni), amiga de Munis, que permanece alheia ao tumulto nas ruas e anseia apenas em se casar com o irmão dela.

Por fim, “Filha da Índia”, de Leslee Udwin, fecha a programação na sexta-feira (16). O longa inicia após um grupo de seis homens estuprar uma mulher de 23 anos anos em um ônibus, em dezembro de 2012 em Nova Déli. Dias depois ela morre no hospital por graves ferimentos internos. Indignadas pela violência, mulheres do país inteiro vão às ruas protestar, mobilizando uma onda mundial de aversão a tal ato. Entrelaçada com a história, as vidas, valores e mentalidades dos estupradores com quem a cineasta teve acesso. Uma reflexão sobre a sociedade e seus valores que geram tais atos violentos e um apelo otimista para uma possível mudança.