Dirão os pessimistas que 2012 está sendo mais um ano fraco para o cinema.

Porém, tendo como base os filmes que estrearam nos cinemas brasileiros a partir de 1º de janeiro, o primeiro semestre deste ano trouxe grandes filmes, ótimas surpresas, além das decepções e atrocidades cometidas contra os cinéfilos.

Vamos a um balanço deste primeiro semestre:

DESTAQUES

– O Artista: não apenas por ser o vencedor do Bafta, Globo de Ouro e Oscar que ele está situado aqui. Brilhante filme de Michael Hazanavicius, traz Jean Dujardin e Berenice Bejo em atuações excelentes e uma trilha inesquecível de Ludovic Bource. Cinema de primeira.

– Gary Oldman: voltou a brilhar em um papel à altura de seu talento em “O Espião Que Sabia Demais”. Criando um personagem meticuloso, frio  e sagaz, ele é a principal atração deste thriller morno.

– Meryl Streep – é fato que “A Dama de Ferro” passa longe de ser um grande filme. Porém, essa americana de 63 anos prova porque é a maior atriz da atualidade nos cinemas.

– A Separação:  drama forte com personagens impossíveis de serem colocados como do bem ou do mal conquistou merecidamente prêmios mundo afora. Destinado àqueles que pensam que filmes iranianos são arrastados e sem-graça.

– Os Vingadores: mesmo sendo previsível o sucesso nas bilheterias, é inegável que o longa se tornou um fenômeno, conquistando  fãs ao redor do mundo inteiro. Só não pode ser considerado o filme do ano, pois agora em julho tem um tal de “Batman” na área.

SURPRESAS

– Michael Fassbander: não chega a ser a revelação de 2012, já que tinha brilhado em “X-Men: Primeira Classe”. Porém, as atuações em “Shame”, “Um Método Perigoso” e “Prometheus” prova que estamos diante de um dos novos talentos da sétima arte.

– Nathalia Dill: linda e talentosa, a atriz é a principal estrela de “Paraísos Artificiais”. Não tendo medo de se expor, a atriz compõe uma personagem densa, sendo a alma do filme brasileiro.

– Jogos Vorazes: quem deixou de ver pensando ser mais um “Crepúsculo”, quebrou a cara. Crítica aos reality shows que surgem a cada dia e a violência constante de nossa sociedade, o filme estrelado pela excelente Jennifer Lawrence é muito mais que um blockbuster tolo.

– Tilda Swinton: o que levou o Oscar 2012 deixar de indicá-la por um trabalho brilhante como “Precisamos Falar Sobre Kevin? Absurdo, no mínimo.

– 2 Coelhos: mesmo com falhas no roteiro, a estreia do diretor Afonso Poyart nos cinemas mostrou que, com boas alternativas, a produção cinematográfica nacional pode produzir boas obras de ação.

DECEPÇÕES

Comédias brasileiras: “Reis e Ratos”, “Billi Pig”, “E Aí, Comeu?” e a bomba-mor “As Aventuras de Agamenon”. Essas foram as principais comédias do cinema nacional no ano. Precisa falar mais alguma coisa?

– Clint Eastwood e Steven Spielberg: dois dos principais cineastas americanos lançaram obras fracas perto de suas extensas trajetórias. “J.Edgar”, “Cavalo de Guerra” e “Tintin” poderiam ser melhores do que são. Uma pena. Pelo menos, Martin Scorsese lançou o excelente “A Invenção de Hugo Cabret” para compensar a turma da velha guarda.

– Madonna: infelizmente, a maior estrela do pop mundial não consegue perceber que cinema não é a praia dela. Com “W.E – O Romance do Século”, mais um fracasso. Deu, né Madonna?

– Branca de Neve: coitada da heroína de Walt Disney. Não bastava as maldades da Bruxa Má, ela ainda teve que aguentar a ganância dos produtores hoolywoodianos. Resultado: os desastres “Espelho, Espelho Meu” e “Branca de Neve e o Caçador”. Se cuida, Cindarela!

– Prometheus: Ridley Scott prometeu uma ficção científica reflexiva, filósofica e que não deveria em nada a “Alien – O Oitavo Passageiro”. Porém, terminamos com um blockbuster vazio. Propaganda enganosa.

– Público Brasileiro: ridículo os fracassos retumbantes de “Xingu”, “Heleno” e “Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios”. Para piorar, cresce a procura aos filmes dublados. Cenário desanimador…