A alegria, a tristeza, o medo, a raiva e o desgosto, transformados em personagens cativantes, são as verdadeiras estrelas de “Divertida Mente”, novo filme de animação dos estúdios Disney Pixar, um pequeno recital de psicanálise inteligente e tocante, acessível a todos e muito aplaudido em Cannes. Produção chega aos cinemas brasileiros no dia 18 de julho.

A Disney Pixar oferece aos pequenos e grandes espectadores a oportunidade de conhecer suas emoções, “essas pequenas vozes que ecoam em sua cabeça”, ao acompanhar uma menina chamada Riley, de seu primeiro choro (de alegria) até sua primeira depressão aos 11 anos, resultado da mudança de sua família a uma grande cidade fria e anônima.

Imerso na cabeça de Riley, o espectador descobre o centro de comando das emoções e pensamentos da garota: a alegria que irradia entusiasmo como deveria, a tristeza que vê tudo preto, o medo que mina sua segurança, a raiva que garante que a justiça reine e o desgosto que impede a criança de se deixar envenenar pela vida.

No quartel-general da consciência de Riley, as emoções estão constantemente interagindo quando uma decisão tem de ser tomada ou uma sensação aparece.

Segunda animação da Pixar a ser apresentada fora da competição no Festival de Cannes, após “Up – Altas Aventuras” em 2009, “Divertida Mente”, também dirigido por Pete Docter, é especialmente belo tecnicamente, com imagens de síntese de grande beleza, servidas por um enredo original e inteligente com novos personagens adoráveis.

“Minha filha foi uma criança exuberante e muito ativa e sociável. Quando completou onze anos, tornou-se muito mais calma. Eu me perguntava o que se passava em sua mente”, disse o diretor em Cannes. “Nossas emoções não são realmente pessoas que vivem em nossas cabeças. Eu espero que eu não tenha estragado nada revelando isso!”, acrescentou.

Saudade, tristeza e alegria

Para “Divertida Mente”, os estúdios Disney Pixar convocaram especialistas, psiquiatras e neurologistas, para compreender melhor o funcionamento da mente e da consciência, incluindo o Dr. Dacher Keltner, professor de psicologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, especialista internacional em emoções humanas.

“Os pesquisadores não concordam sobre o número de emoções. De acordo com os trabalhos do Dr. Keltner, haveria 21, incluindo tédio, desprezo e vergonha. Uma ampla escolha era oferecida a nós e foi emocionante explorá-las. Optamos por cinco emoções sobre as quais quase todos os pesquisadores concordam”, disse o diretor.

Mergulhada em uma verdadeira depressão com o desaparecimento de qualquer emoção positiva, a menina definha, perdendo um por um todos os seus interesses. Em sua cabeça, a alegria desamparada se esforça para restaurar os parâmetros nominais de bem-estar, mas a tristeza, cheia de boa vontade, procura desesperadamente ser útil para a felicidade.

“É extremamente difícil descrever como nossas emoções afetam nosso comportamento, mas o filme consegue expressar de forma brilhante essa luta de controle”, considera Dr. Keltner, que supervisionou o roteiro cientificamente.

Enquanto a criança está prestes a fugir, a alegria entende como a tristeza e a saudade podem tornar-se valiosas aliadas, ao preço de incríveis aventuras e desafios enfrentados de forma brilhante nos meandros da consciência da menina.

da Agência France Press