Há alguma coisa muito errada nas comédias feitas para cinema no Brasil. A busca pelo riso certamente não é determinada por uma cartilha com regras definidas, portanto cada um é livre para buscar a sua maneira de fazer rir. Infelizmente essa liberdade de escolha em vez de estimular os nossos comediantes a buscar o novo, parece dizer pra eles que a comédia é a manifestação artística do menor esforço, a que se conecta com o público com mais facilidade, e por isso não é necessário pesquisar, estudar, investigar nada uma vez que o “jeito” engraçado basta para fazer rir.
Mas não estou dizendo nada de novo. Quem acompanha as comédias produzidas pelo cinema brasileiro nos últimos anos sabe do que estou falando, e relatar isso aqui muda quase nada. É Fada! é dos líderes de bilheteria no Brasil (assim como outras comédias nacionais foram em anos anteriores). No final do ano, o longa vai inchar o número de espectadores que os filmes brasileiros alcançaram em 2016, vai arrecadar um bom dinheiro, e agora eu vou ser o antipático aqui de novo. A roda gira.
A trama preguiçosa e banal nos apresenta a Geraldine (Kéfera Buchmann), uma fada que perde as suas asas após levar um peteleco do ex-técnico da seleção brasileira de futebol, Luís Felipe Scolari, durante a semifinal da Copa do Mundo por dar um conselho mal recebido pelo treinador – sim, é sério, é assim que o filme começa. Para ter as suas asas de volta ela precisa ajudar Júlia (Klara Castanho), uma adolescente que, recém-chegada numa escola de classe alta, não possui um bom relacionamento com os colegas, e ainda convive com os desentendimentos do pai operário com a mãe socialite.
Não podemos nos esquecer de que É Fada! é dirigido por Cris D’Amato, diretora de outra atrocidade, S.O.S Mulheres Ao Mar (2014). A cineasta apresenta um olhar aguçado para realizar obras equivocadas, além é claro, de um cinema de péssima qualidade. Enquanto o seu filme anterior é um absurdo manifesto machista (disfarçado de empoderamento feminino), este seu novo trabalho possui tantos preconceitos que fica difícil saber por onde começar.
O conceito de fada aqui é modificado, e agora este ser mágico é a garota diferentona, danada, que quer zoar, provocar, safada, safadinha e safadona (como ouvimos incessantemente na música dos créditos finais), cheia de falas e gírias da moda, antenada com os memes e gifs mais tops do momento, e que sempre retira do seu ânus os objetos necessários para ajudar a sua cliente.
Até aí “tudo bem”, mas o que a diretora e os seus roteiristas não perceberam é o tom terrivelmente preconceituoso, ignorante e equivocado que a personagem Geraldine traz para o filme! A extreme makeover que ela traz para a vida de Júlia é “arrumar” (esse é o verbo utilizado pela personagem) o cabelo da garota através de uma chapinha; encher o seu Instagram e Facebook de fotos em lugares que ela não foi; mentir para impressionar o boy e assim conseguir ficar com ele; fazer ela negar o pai e o amigo pobres para parecer rica e assim impressionar as típicas meninas populares/metidas/arrogantes, ou seja, transformar a garota num ser genérico e superficial cheia de boniteza.
Tudo isso tendo como álibi uma frase curta dita no final do filme: “É errando que se encontra o caminho certo”. Sério? Passamos por 80 longos minutos de um filme muito mal realizado, com nada de engraçado, acompanhando uma série de absurdos que a fada induz a garota a fazer, tudo para aprendermos junto com ela que é errando que se aprende? O máximo que podemos aprender é que é errando muito que se faz uma comédia de sucesso de público no Brasil.
Esse álibi também não cola pela série de comentários absurdos que a personagem comete quando, por exemplo, diz de maneira pejorativa que o cabelo de um rapaz parece uma samambaia, ou quando diz que é contra falsificação por isso parou de ir à China. E sendo preconceituoso se aprende o quê?
Mas quem me dera que os defeitos do filme estivessem “apenas” aí. D’Amato tem a sutileza da pata de um elefante para estabelecer os conflitos do filme, que por sinal abusam de clichês. A escola na qual a garota estuda foi tirada de algum filme do John Hughes nos anos 1980, em que apenas o estereótipo norte-americano foi pinçado sendo (mal) encaixado de maneira grosseira no contexto brasileiro. Os conceitos mais batidos de bullying, e das diferenças entre as classes sociais dos alunos são repetidos a exaustão pra fixar bem na nossa cabeça.
Os personagens, todos, são absolutamente rasos na sua criação e desenvolvimento. A fada é diferentona, safadinha; a garota é infeliz e tímida e vislumbra a chance de ser bonita e popular; o pai é honesto, trabalhador humilde que se decepciona com a perda de valores da filha; a mãe é rica, indiferente, e se preocupa apenas se a filha está bem vestida e tem amigos ricos; e as vilãs são vilãs porque o mal é legal de fazer. Os supostos arcos dramáticos envolvendo estas figuras são previsíveis, e demonstram como o trabalho desde sempre se contentou em trabalhar com arquétipos pra facilitar a compreensão da geração do Youtube – o público alvo do filme por contar com Kéfera no elenco – que, acostumada com vídeos de curtíssima duração, poderia ficar desestimulada a assistir ao filme se os personagens propusessem uma discussão minimamente complexa. Sei.
Isso sem contar as situações mal planejadas e desenvolvidas, como a levitação fora de hora em um momento específico porque “deu erro” na chamada pro mundo das fadas, numa festa vendida como bombante, mas que foi filmada de maneira esvaziada e desanimada; a sequência risível (talvez o único momento que dei uma risada) em que o filme tenta assumir um tom dramático ao propor um conflito pela guarda de Julia por conta dos desentendimentos dos pais; além da sequência em que a vilã aparece e fala todo o seu plano e o que o levou a realizar tamanha maldade.
A pegada publicitária da fotografia e montagem denota a total falta de criatividade e capacidade de D’Amato como diretora. Deve ter sido difícil e caro o aluguel do drone para fazer as imagens de apoio e transição, pois fica claro que cada segundo em que é possível inserir uma imagem aérea ela é inserida, mesmo quando o recurso já cansou há tempos. Parece que a diretora considera sofisticado o efeito, e se apaixonou pela ideia, quando no fundo temos apenas uma sensação artificial trazida por um efeito criativamente pobre.
Outro ponto que deve ser um desafio e tanto para a diretora é a decupagem nas cenas de dança. Pra quê tantos cortes, meu Deus? Pra dar ritmo a cena? Tal característica demonstra uma notável incapacidade de D’Amato, pois não causa o efeito esperado, apenas nos deixa perdidos, com uma leve dor de cabeça, sem saber onde está cada coisa. As duas sequências de dança mais importantes do filme são verdadeiramente constrangedoras.
Os efeitos digitais chamam a atenção negativamente nos tirando do filme. O desenho de produção da “floresta” onde vive Geraldine parece ter sido feito por um aluno de primeiro período de design utilizando um Windows 95, enquanto que a inserção digital de um copo de Rei do Mate na cena do clube explicita o quanto este filme não é levado a sério nem mesmo pelos seus realizadores.
Mas como já disse lá no início da crítica, esse texto não muda muita coisa. Vida que segue.
Adorei.
ta certo
Recalqueeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nunca ouvi falar de vc e nem de nenhum filme que vc dirigiu…aceita q dói menos…..recalcado….kkkkkk
Seu imbecil Opinião é livre no Brasil o filme é horrível , não e por quer alguém não gostou do filme da sua idolosinha que ele esta com inveja seu pirralho .
E o respeito põe aonde?
N vc q disse q a opinião no Brasil é livre?
Então pq n respeita a dele?
Sim ele tem a opinião de gostar do filme mas falar que quem não gostou é ”recalcado” é pura burrice , parece que hoje em dia você e obrigado a gostar de tudo é por isso que a cultura brasileira esta morrendo .
Esse pais esta uma merda por causa de gente imunda como você.
Todas as críticas, Omelete, Adoro Cinema, Cine Pop, Folha de São Paulo, Plano Crítico… Diz o mesmo; é um filme ruim, fraco… O filme só funciona para pessoas como você.
Bem ele nao roubou dinheiro para fazer lixo igual e esse ela roubou quanto capitalizou dinheiro publico e sim o fime e um lixo feito para pessoas cuja a fabrica de bosta e na cabeça feito vc
Cadê a argumentação???
Esses fãs da Kefera que não sabem nem o que estão falando…
Nossa, já pediu teste de paternidade do Dicionário Aurélio?
Faça que tem boas chances de dar positivo.
(se não entendeu procure “Dicionario aurélio, pai dos…”) viu?
A boa notricia é que pela ausencia de cerebro voce estaria a salvo em um apocalipse Zumbi.
Nossa, já pediu teste de paternidade do Dicionário Aurélio?
Faça que tem boas chances de dar positivo.
(se não entendeu procure “Dicionario Aurélio, pai dos…”) viu?
A boa noticia é que pela ausência de cérebro você estaria a salvo em um apocalipse Zumbi.
Ne preciso dizer mais nda ja sei que é fã da kefera
Ele foi até generoso de dar 1. Filme nota 0
e eu tambem nunca te vi em nenhum filme
O gordinho que coça o saco o dia inteiro resolve destilar pelos dedinhos o seu veneno. Para tentar curar a sua carência e ser notado de alguma maneira “olhem, me notem, eu tenho uma crítica”. Pelo menos é realista quando diz no final que sua crítica não muda nada. E não muda mesmo absolutamente nada. “vida que segue”.
Fala de um filme para aburrecentes como se ele devesse trazer a literatura brasileira dos antigos sábios de gerações passadas. Como se algum jovem fosse querer gastar para ver um filme assim.
A ideia nunca é ensinar nada, é fazer dinheiro, é fazer rir. É retratar uma época, que ainda vazia, é a nossa época. A crítica tem que ser do porque a sociedade gosta de ver filmes assim, e não ao filme quando ele é feito. Se existem filmes assim é porque tem gente que paga para assisti-los, e gosta.
Essa critica soa mais como um recalque de um pseudo intelectual critico de cinema, que nunca conseguiu sair do anonimato (e duvido muito que algum dia saia), do que uma crítica realmente construtiva de alguém que entende de cinema e sociedade.
Mário.
Seu comentário é muito preconceituoso, se não concorda, não há necessidade de ser tãoprepotente .
Faça uma busca no Google “críticas A Fada ” e crie um adjetivo pejorativo a todos criticos que não concorde com sua opinião.
Porque o “gordinho” não está sozinho sobre tais opiniões.
Inclusive até agora não li uma crítica positiva sobre esta produção.
Diego Bauer , Parabéns pela matéria.
Parabéns pelo tamanho da bosta que você expeliu pela boca Mario!
??????
?????
Só olhar na internet as avaliações negativas que esse filme possui. Ofender outra pessoa por causa de uma critica é vergonhoso.
Moderação não aprova comentários que discordem do texto “página super democrática”. É bom criticar os outros mas é foda receber críticas né? Tisc tisc…
Oi? 😉
Aceitamos sim, Mário.
Até mesmo de pessoas que são desrespeitosas.
hahahahaha o trailer já diz tudo né kkkk
Péssimo filme, faixa etária 12 anos….hummm. Muitos palavrões. Afff….entre outras coisas.
nao gostei desse negosio de maiores para de 12 anos
acho que isso e frescura todas as crianças de hoje em
dia sabe palavroes
As bichas ficam loucas kkkkkkkkkkkk, Critica honesta, de uma merda que todo mundo já sabe que é uma merda, mas é sempre assim, se alguém intelectualmente superior diz que é uma merda, dizem, “você não viu não pode falar”, se você vê a merda e constata que realmente é uma merda, as bichas ficam loucas. kkkkk, muito boa crítica, parabens.
KKKKKKKK
os cara não aceita que o filme é ruim mano puta que pariu esses fã da kefera são mais engraçados que o filme dela
Prevejo palpiteiros de merda querendo defender um filme de merda .
Ótima critica, mas acho que todas as notas devem ser zero!
Prefiro ver o filme do Pelé…
Olha eu li muita coisa, mas o que você fez foi prolongar um texto que poderia facilmente ser uma frase(ou duas):
-Não gostei do filme, mas talvez o publico alvo nem seja eu. Os jovens, fãs e pessoas que já passaram por esse tipo de exclusão retratada no filme possivelmente vão curtir.
-Eu pessoalmente não gosto da forma que a Cris D’Amato dirige os filmes dela.
?????
Alef, discordo de sua opinião. Acho necessário o autor da crítica explicar todos os motivos que o fizeram não gostar do filme, isso evita que pessoas que discordem da opinião do autor entrem na defensiva. As duas frases que você sugere são facilmente questionáveis, eu mesma se as tivesse visto como crítica invalidaria, na minha pesquisa sobre a repercussão do filme. Invalidaria porque sempre tento fazer uma pesquisa honesta para formar uma opinião e para isso preciso de argumentos válidos.
Eu quero entender a lógica dessa gente que fala em “recalque”.
Para começar não sabem o que é “recalque” (dicionário não dá choque, gente).
Para continuar, eles parecem acreditar que somente quem tenha feito MAIS sucesso que uma pessoa pode criticá-la. Como se os defeitos e erros fossem relativos ao sucesso, não à qualidade.
Falta muito amor nesse mundo, mas falta muito mais interpretação de texto e lógica argumentativa.
Meu Deus é filme para adolescente. Gente chataaaaaaaa.
Esse filme é para adolescentes o público da Kéfera é adolescente e nem venham dizer os adolescentes são idiotas em curtir uma bosta dessa, porque quando você era um adolescente tbm gostava de coisas de adolescentes que para adulto é coisa idiota deixa as crianças serem felizes que inferno.
O problema é que a 20 anos quando eu era adolescente até as coisas ruins, e olha que não eram poucas, conseguem ser melhores e com mais qualidade que hoje. Até mesmo os filmes do Trapalhões com todos os defeitos conseguem ser mil vezes melhor e mais criativos que É Fada.
Isso porque os adolescentes de hoje em dia são fantoches, facilmente manipuláveis, é só ver os comentários, todos defendem o filme ou a Kéfera com unhas e dentes mas sem nenhum argumento plausível.
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Gostei muito da opinião, apesar de não concordar 100%.
Esse filme é uma completa merda mesmo, levei minha filha de 11 anos porque ela me implorou para assistir tal filme no cinema, e saí de lá chocado, e me sentindo culpado por ter levado minha filha criança para assistir uma imundice dessas, o filme só fala de coisas imbecis, não é uma comédia engraçada, é forçada, ver a crianças sorrindo nos momentos de “safadeza” da fada me deixou mais desconfortável ainda, crianças de 7 anos já entendem a maldade nas palavras de uma atriz pervertida, lamentável, sem falar no momento em que a atriz principal tem que expressar vergonha do pai pela condição financeira, esse filme é uma aberração e deveria ser proibido de ser veiculado nesse país.
Xi, Diego, não ligue para o pessoal que vem aqui pra xingar você. É sempre assim. Quando alguém faz uma crítica (e, convenhamos, essa porcaria de filme da Kéfera necessita críticas), lá vem a turba enfurecida com as tochas e os forcados. Entenda-se “turba enfurecida” por “fãs de Kéfera”.
eu seguei a uma conclução e gostaria de compartilha-la com vcs … todo mundo é chato … exatamente … nerds,otakus,velhos,crianças,burros,inteligentes,eu,você,animais,internet,oxigênio,ganhar,perder,deus,estudantes,TODO MUNDO É CHATO e ponto final mais sabendo lidar tem se um jeito
ps: filme lixo n perderia meu tempo e dinheiro com tamanha besteira.
Parabéns pelo texto, Diego Bauer, lindão! ? Ofilme de fato é ruim.
Resenha do filme: é uma bosta!