O elenco de TOC – Transtornada, Obsessiva e Compulsiva esteve em São Paulo, na última terça-feira (31), para a divulgação do filme, que estreia nesta quinta-feira (1) em todo o Brasil. A protagonista Tatá Werneck chegou acompanhada de Vera Holtz, Ingrid Guimarães, Daniel Furlan e dos diretores e roteiristas Paulinho Caruso e Teo Poppovick.

Na trama, Kika K (Tatá Werneck) é uma atriz que está em novelas, campanhas publicitárias e é idolatrada por milhões de fãs. Mas, por trás das aparências, está em crise com sua vida pessoal e profissional, enquanto precisa lidar com as limitações de seu Transtorno Obsessivo Compulsivo. Kika se depara com Felipão, um fã obsessivo (Luis Lobianco), um namorado galã sem noção (Bruno Gagliasso) e os compromissos profissionais marcados pela exigente empresária (Vera Holtz).

Divertidos e bem entrosados, os atores falaram sobre como foi tratar de um tema que permeia o mundo dos famosos. Tatá Werneck, em particular, disse estar feliz em mostrar um lado da fama que a maioria das pessoas não imagina.

“É um filme que fala da necessidade irreal que todos nós temos de controlar a vida. Ao mesmo tempo, é uma busca incessante pela felicidade, de acharmos que conseguindo fama e sucesso vamos ser felizes”, disse a atriz.

Assim como a personagem Kika, Tatá admitiu que já pensou em desistir de tudo. “Penso nisso diariamente. É um tema que me toca muito, porque eu não sei viver sem isso, mas viver com isso me gera uma série de ansiedades. Sou muito cobrada e criticada quando não estou 100% disponível para dar uma cambalhota”, revelou. “Trabalhamos com material humano, são as nossas dores. Acho que é natural que a gente pense em desistir às vezes. A Fernanda Montenegro diz que a gente deve desistir, sim. A não ser que você não consiga mesmo viver fazendo outra coisa, porque é um campo em que se está sempre muito vulnerável”.


Tatá e Ingrid: rivalidade na tela, amizade fora dela

No filme, a protagonista se sente constantemente intimidada por Ingrid Guimarães (que interpreta a si mesma), uma atriz famosa e mais experiente com quem disputa os maiores papeis da emissora em que trabalham. Apesar da rivalidade na história, Ingrid fez questão de ressaltar que só tem amor por Tatá.

“Eu fui muito louca em deixar colocarem meu nome nesse personagem”, disse, gargalhando. “Obviamente, aquela não sou eu. A gente se ama. Tatá e eu temos uma história muito bonita juntas no cinema. Por isso, fiz questão de participar deste filme”.

Embora interprete uma atriz que está disposta a jogar sujo para alcançar suas metas, Ingrid acredita ser importante falar da pressão que mulheres sofrem para se manter na indústria. “É interessante falar sobre este tema. Essa coisa das gerações, a ‘velha’, a ‘nova’. Essa pressão para fazer de tudo porque daqui a pouco surge uma mulher mais nova. É loucura. É importante mostrar a rivalidade velada que existe na profissão, essa coisa de ‘quem ficou para trás e quem está chegando’”.


“É muita exigência, comparação e cobrança”, critica Vera Holtz sobre fama precoce

Atualmente interpretando a vilã da novela das nove, “A Lei do Amor”, Vera Holtz conseguiu um tempo na apertada agenda de gravações para divulgar “TOC”. Para a atriz, a obsessão pela fama, como a enfrentada pela personagem de Tatá Werneck no filme, coloca uma pressão prejudicial para a vida de artistas ainda muito jovens.

“[Sobre o personagem de Tatá] É um personagem muito exigido pela televisão, pela publicidade, pelo teatro, pela família, um personagem com múltiplas identidades. É muito interessante falar sobre isso no Brasil e mostrar que muitos artistas passam por isso, vivendo nessa urgência e de as pessoas acharem que precisam fazer tudo com rapidez. Não entendo essa ideia de que você precisa ser rica aos 16 anos, senão não vai ser reconhecido, é uma loucura. É muita exigência, comparação e cobrança”, declarou Holtz, acrescentando que vive uma empresária inescrupulosa no filme.