Nós, os dois malucos por terror do Cine Set – leia-se: Danilo Areosa e Ivanildo Pereira – fizemos no ano passado uma lista de sugestões de terror para comemorar a Sexta-Feira 13 de vocês, queridos leitores (http://www.cineset.com.br/dicas-de-terror-para-sexta-feira-13/). Agora, para celebrar a primeira Sexta-Feira 13 de 2017, e com votos de que este seja um ano de boa sorte para todos nós, estamos repetindo a dose com novas dicas para esta noite que convida ao terror. Sem mais delongas, vamos à lista, e divirtam-se…

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À Sombra do Medo (2016)

Onde ver: Netflix

Lançado no começo deste ano na Netflix, esta produção é conhecida como “o Babadook iraniano”. Porém, o trabalho do estreante Babak Anvari tem seus próprios méritos ao mostrar uma trama ambientada na Guerra Irã-Iraque, ocorrida na década de 80, na qual mãe e filha, Shideh (a ótima Narges Rashidi) e Dorsa (Avin Manshadi), vivem isoladas em um apartamento depois que o marido foi lutar no conflito. Logo, um Djinn (espírito maligno presente na mitologia ocidental) passa a assustar as duas no local. À Sombra do Medo lembra pelo enredo O Exorcista e Invocação do Mal, só que Anvari vai além dos meros sustos para criar uma interessante alegoria que fala sobre os horrores da guerra, o fundamentalismo religioso e o preconceito cultural e machista da sociedade mulçumana dentro de uma temática familiar da maternidade. Ótimos sustos, uma assustadora atmosfera e um horror de conotações sociais fortes fazem desta produção iraniana uma boa pedida para conferir nesta sexta-feira 13. 


O Último Capítulo (2016)

Onde ver: Netflix

Esta produção Netflix traz a direção de Oz Perkins – para quem não sabe, filho do lendário ator de Psicose (1960), Anthony Perkins. O longa é indicativo do talento do diretor, que cria uma história bem atmosférica sobre uma enfermeira (a ótima Ruth Wilson) que vai até uma casa isolada para tomar conta de uma renomada autora. A casa é assombrada, como sempre ocorre nesses filmes, mas pelo quê exatamente? Por fantasmas ou pela imaginação da autora enferma? Cabe ao espectador descobrir, neste filme que realmente possui um ritmo lento, mas a experiência acaba sendo no final recompensadora. Para espectadores que desejam fugir dos jump scares (aqueles sustos baratos como um acorde na trilha sonora ou um gato que pula em frente à câmera) e apreciar algo diferente, mais insidioso… 


O Convite (2016)

Onde ver: Netflix

Ser convidado para um jantar na casa da ex-esposa – com quem você não fala há anos – e do atual marido dela, juntamente com amigos do passado, parece ser um programa inusitado, porém simples. O problema é que durante a confraternização, você passa a notar que existe algo de muito estranho no Reino da Dinamarca. Está é a sinopse de O Convite, ótimo thriller de horror psicológico. A diretora Karyn Kusama entrega um produto carregado de tensão claustrofóbica – daquelas de você cravar as unhas na fronha do lençol – numa embalagem de paranoia à lá Hitchcock. A ambientação, o incômodo da situação, a fragilidade emocional do protagonista – uma atuação fantástica de Logan Marshall-Green – transformam O Convite em um suspense sutil, mas sufocante na sua essência. Por isso, pense duas vezes antes de aceitar o convite para sair ou jantar com a ex, ainda mais se ele for feito numa sexta-feira 13.


Assim na Terra Como no Inferno (2014)

Onde ver: Netflix ou Net Now

É found-footage este aqui. Mas calma, leitor, não desanime ainda. Dê uma chance a este trabalho do diretor John Eric Dowdle e você pode experimentar algo criativo e um pouco diferente do tradicional deste formato. A história é meio absurda: uma jovem arqueóloga reúne uma equipe para explorar as catacumbas do subsolo de Paris em busca da “Pedra Filosofal” – aquela mesma da lenda. Porém o filme, que foi realmente gravado nas sombrias catacumbas e túneis da capital francesa, é uma experiência que prega algumas surpresas no espectador, e apresenta um visual fantástico, cortesia das locações, e uns truques de câmera engenhosos do diretor. O filme prova que, com criatividade, até os clichês e truques mais batidos podem ganhar vida nova.

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Rastro da Maldade (2015)

Onde ver: Netflix ou Net Now

Um pequeno grupo liderado por um xerife (Kurt Russell) precisa libertar um forasteiro, uma enfermeira e um subdelegado sequestrados por uma tribo de índios canibais. Rastro da Maldade, dirigido por S. Craig Zahler, é uma das obras mais imprevisíveis e estranhas do ano passado, uma mistura entre faroeste e terror que é um encontro bizarro entre Rastros de Ódio do mestre John Ford e Cannibal Holocausto de Ruggero Deoddato. Mais que expor a maldade do ambiente e dos selvagens, o filme eleva a discussão à esfera humana, construída sob uma forte atmosfera de suspense. Com um elenco fantástico (além de Russell, temos Patrick Wilson, Matthew Fox e um inspiradíssimo Richard Jenkins), Rastro da Maldade apresenta uma trama intimista e perversa para conquistar o público. Nada como um bando de índios canibais para alegrar a sexta-feira 13.

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Drácula/Frankenstein (1931)

Onde ver: Telecine Cult

Para quem deseja algo mais clássico, vale muito a pena pegar no Telecine Cult a dobradinha Drácula e Frankenstein, com os dois longas exibidos em sequência. Essas duas pedras fundamentais, não apenas do gênero terror, mas do cinema como um todo, marcaram época e merecem ser vistos ou revistos. Verdade, eles não assustam mais, porém qualquer fã de cinema precisa experimentá-los pelo clima soturno, pela direção de arte incrível – a teia de aranha do Drácula e o castelo de Henry Frankenstein, influenciados pelo Expressionismo alemão, até hoje impressionam – e pelas brilhantes atuações de Bela Lugosi como o conde vampiro e Boris Karloff como a criatura reanimada. É principalmente por causa deles que, mais de 80 anos depois, ambos os filmes continuam encantando fãs no mundo inteiro.