Trey Edward Shults surgiu no meio cinematográfico dois anos atrás com seu primeiro filme, “Krisha”, um favorito de festivais feito com o orçamento irrisório de 30 mil dólares e com seus próprios familiares como atores.

“Krisha”, que fala sobre vício e foi inspirado na vida pessoal de seu roteirista e diretor, se tornou um dos filmes mais bem falados do ano e venceu vários prêmios.

Agora, Shults, de 27 anos, parece ter acertado novamente com uma mistura de suspense psicológico e terror motivado por uma experiência profundamente pessoal, que tem recebido críticas entusiasmadas.

“Ao Cair da Noite”, que estreia nos cinemas dos Estados Unidos na sexta-feira, gira em torno de uma família de três pessoas, liderada pelo pai Paul, interpretado por Joel Edgerton, que tenta sobreviver em uma América do Norte infestada por uma praga.

O filme começa com uma morte chocante e se torna cada vez mais perturbador e paranoico quando outra família de três integrantes aparece na casa rústica e remota em busca de refúgio. Paul a aceita de má vontade.

Shults disse que o ímpeto de fazer o que chamou de um filme de terror assustador, emotivo e nada convencional veio da morte de seu próprio pai.

“A cena de abertura do filme… é o que eu disse a meu pai em seu leito de morte, e ele estava cheio de medo e remorso e não queria se deixar ir”.

“Foi uma coisa traumática que mudou a minha vida, e dois meses depois daquilo eu escrevi este roteiro, e foi como se tivesse jorrado de mim em três dias… eu estava claramente me debatendo com as emoções que estavam na minha cabeça e aplicando isso a esta narrativa ficcional”, contou.

Shults disse que grande parte do papel do filho adolescente no filme, Travis, que tem pesadelos, também se baseia nele mesmo.

“Tenho dificuldade para dormir. Sou mesmo uma coruja, e a noite é quando meu cérebro está realmente ativo e é quando todos os outros estão dormindo e você tem que confrontar seus próprios pensamentos em um mundo que está silêncio”.

Apesar das boas crítica, uma pessoa que não assistiu ao filme finalizado foi o próprio Shults.

“Fizemos uma pequena exibição de teste com uma versão bem mais crua um tempo atrás, eu tinha tomado umas bebidas e comecei a soluçar incontrolavelmente no final dele, o que acho que se deveu ao fato da natureza pessoal do filme, mas também por eu estar tão exausto de trabalhar e das bebidas”.

“Não o assisti desde então”.

da Agência Reuters