O Festival de Cannes foi palco para o lançamento mundial de “Irrational Man”, novo filme da carreira de Woody Allen. Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (14), o cineasta nova-iorquino mostrou aquilo que o consagra nas telas: humor sarcástico e irônico, a autodepreciação característica, leves tons de insegurança e reflexões sobre a vida.

O cineasta revelou que não consegue assistir os próprios filmes após finalizá-los. “Eu faço um filme e nunca retorno para vê-lo. Se você assistir de novo, sempre haverá algo errado e que seria capaz de aprimorá-lo. E isso é terrível. Faria todos os meus filmes de novo”, afirmou Allen.

Responsável por clássicos como “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, “Manhattan” e “A Rosa Púrpura do Cairo”, o diretor nova-iorquino filosofou durante a coletiva e disse acreditar que os artistas enganam a si mesmos quando tentam empregar algum sentido à existência humana em suas obras. “Você está vivendo em um universo aleatório e está em uma vida sem sentido. Tudo que você cria em sua vida vai desaparecer, assim como a Terra e o universo”, declarou, complementando ainda que nem mesmo gênios como Michelangelo e Beethoven sobreviverão no fim.

Woody Allen estava inspirado e revelou ter conhecido Emma Stone quando via um clipe na televisão ao fazer esteira na casa onde mora. Detalhe: a atriz acabou sendo a protagonista dos dois últimos filmes dele “Magia ao Luar” e, agora, “Irrational Man”. Já a escolha por trabalhar com Parker Posey se deu pelo simples fato de achar bonito o soar do nome da atriz.

Sobre a série que vai escrever e dirigir para a Amazon, Woody Allen fez valer seu estilo autodepreciativo. “É um erro catastrófico para mim. Nunca devia ter me metido nisso. Eu achei que seria fácil fazer um projeto de seis horas e meia, porém, é muito, muito difícil. Espero não desapontar a Amazon. Não sou bom o suficiente para isso. Não sei o que estou fazendo”, disse.

Pergunta do Cine Set: quanto disso é zoeira com a nossa cara?