O Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), um dos mais importantes do mundo, anunciou nesta quinta-feira (23) que a partir deste ano reduzirá a programação e exibirá 20% menos filmes após ter recebido críticas.

Na próxima edição, que será realizada em setembro deste ano, o evento passará de 16 para 14 programas. Além disso, veículos de imprensa locais informaram que o festival eliminará duas das 11 salas de exibições que utiliza.

O diretor artístico do TIFF, Cameron Bailey, justificou a eliminação de programas e filmes para satisfazer o público e críticos de cinema, além de manter a qualidade do festival.

“Temos o desafio de proporcionar uma generosa escolha de filmes às mais de 400 mil pessoas que comparecem ao festival, então manteremos um forte enfoque na seleção de filmes”, afirmou Bailey em comunicado.

No ano passado, o festival, realizado durante dez dias na cidade canadense, exibiu quase 400 filmes, entre longas-metragens e curtas de 83 países do mundo. A redução anunciada nesta quinta-feira significa que desta vez o TIFF ficará reduzido a 300 filmes.

O evento, que é considerado o preferido pelos grandes estúdios para estrear os filmes que querem utilizar para concorrer ao Oscar, foi criticado nos últimos anos porque sua dimensão dificultava que críticos, produtores, distribuidores e o público acompanhassem os dez dias de exibições.

No ano passado, a revista “Variety” publicou um artigo que questionava se o tamanho do evento estava prejudicando o festival, assim como o trabalho dos profissionais.

O artigo também criticava o enfoque do TIFF em obter candidatos ao Oscar e estrelas de Hollywood em detrimento de outros filmes menos comerciais.

O festival aceita “praticamente qualquer filme com um par de estrelas que estiverem dispostas a desfilar pelo tapete vermelho”, disse a “Variety”.

Mas a redução de filmes e salas de projeção também pode representar um aumento dos preços para o público. No ano passado, o preço de algumas exibições chegou a 58 dólares canadenses (quase US$ 43, cerca de R$ 137 na cotação atual) pela adoção de um sistema “dinâmico” que eleva os preços dependendo da demanda para cada filme.

O sistema foi criticado por encarecer um festival que nasceu como uma mostra para aproximar os habitantes de Toronto a filmes de países que nunca chegariam às salas de cinema do país, que está fora do alcance de muitos cinéfilos.

da Agência EFE