O filme de terror de Darren Aronofsky sobre a destruição da Terra pela humanidade, “Mãe!”, foi concebido em somente cinco dias, disse nesta terça-feira o diretor norte-americano antes da estreia mundial do filme.

Aronofsky, mais conhecido por “Cisne Negro” e “O Lutador”, disse no Festival de Cinema de Veneza que a maioria de seus filmes demora anos para serem criados, mas que este foi diferente.

Ele foi inspirado pelo que viu ao seu redor e sua inabilidade em fazer algo sobre: dos Estados Unidos deixando o acordo climático de Paris, um iceberg derretendo no Ártico a pessoas passando fome enquanto outras vivem em abundância.

O resultado é uma metáfora apocalíptica rica em sentidos religiosos, ambientais e políticos.

Jennifer Lawrence interpreta mãe, uma jovem esposa que vive com seu marido poeta, interpretado por Javier Bardem, em uma isolada casa de campo. Enquanto ele está tentando superar uma séria crise de bloqueio criativo, ela está ocupada restaurando a casa da família de seu marido.

A aparente existência idílica do casal começa a desmoronar quando visitantes inesperados – começando com Ed Harris e Michelle Pfeiffer – chegam à sua porta.

Jennifer, cujos papéis normalmente focam em fortes lideranças femininas, é empurrada para interpretar alguém que vive para fazer o marido feliz e solicitada a dar e dar até não ter mais nada a entregar.

“Foi uma personagem completamente diferente de qualquer coisa que já fiz antes, mas foi também um lado completamente diferente de mim mesma que eu não estava em contato, ainda não conhecia realmente”, disse a vencedora do Oscar de 27 anos.

O filme de duas horas de duração se passa em uma casa, uma grande quinta cercada por campos de grama. Aronofsky disse que queria construir sobre a ideia de que embora possamos ignorar o que está acontecendo do outro lado do mundo, nós todos podemos nos identificar com o desconforto de ter alguém invadindo nossas casas e privacidades.

Este filme é sobre “como as pessoas são insaciáveis. Há este consumo infinito”, disse.

O título provisório do filme era “Dia 6”, referente ao dia que Deus criou a humanidade.

da Agência Reuters