Encerrando o Festival de Cannes no dia 19, ‘Who Killed Don Quixote’, filme em que o diretor americano Terry Gilliam trabalha há quase 20 anos irá ser apresentado. O longa-metragem, considerado por muitos um projeto ‘maldito’, começou a ser rodado em 2000 e quase não teve a possibilidade de estrear devido a um conflito com o produtor português Paulo Branco.

Branco que comprou seus direitos de autor-diretor através de sua empresa Alfama Films. Em troca,tinha se comprometido, entre outras coisas, a manter a data da filmagem em outubro de 2016 e a respeitar as decisões artísticas de Gilliam. Mas durante a pré-produção, os muitos desacordos entre ambos levaram o produtor a suspender o início das filmagens. Gilliam então procurou a produtora espanhola Tornasol, e com ela filmou o longa-metragem entre março e junho de 2017, na Espanha e Portugal.

O diretor lançou um procedimento ante a Justiça francesa para anular o contrato de cessão de seus direitos em favor de Branco. Mas em 19 de maio de 2017, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor, embora tenha rejeitado seu pedido de parar as filmagens.

“Suas petições são ridículas. Tenta arrecadar o máximo com um filme que não produziu”, declarou Gilliam à imprensa, afirmando que Branco lhe pede uma compensação de 3,5 milhões de euros.

Este episódio judicial prolonga um pouco mais a “maldição” que atinge há quase duas décadas “O homem que matou Dom Quixote”. Em 2000, Gilliam teve que interromper a filmagem de sua adaptação livre da célebre obra de Miguel de Cervantes, com Jean Rochefort, Johnny Depp e Vanessa Paradis, devido a uma série de infortúnios, como inundações no set de gravação e uma hérnia de disco sofrida pelo já falecido ator francês. Ele tentou ressuscitar o projeto em várias ocasiões, deparando-se com a falta de financiamento, até conseguir filmar o longa no ano passado.

da Agência France Presse