A força-tarefa da Operação Lava-Jato está coletando informações sobre o financiamento do filme “Lula – O Filme do Brasil”, cinebiografia do ex-presidente. O ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, devem prestar depoimentos sobre o caso em breve. As informações são do jornal O Estado de São Paulo e O Globo.

Com doações entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, as empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS foram algumas das financiadoras do filme orçado em R$ 12 milhões. Em depoimento no dia 11 de dezembro, Palocci foi questionado sobre a relação que teria com a produção de “Lula – O Filho do Brasil” para ajudar na captação de recursos. Apesar de afirmar preferir ficar em silêncio naquele momento, o ex-ministro disse estar disposto a ajudar a elucidar os fatos.

Ainda de acordo com o Estadão, Marcelo Odebrecht prestou depoimento no mesmo dia e falou sobre a situação envolvendo o filme. A Polícia Federal apresentou emails extraídos do computador dele relativos ao financiamento do projeto endereçados a executivos da empreiteira. Segundo o jornal, as mensagens informam que o ‘italiano’ (codinome ligado a Palocci nas investigações) teria cobrado o apoio do grupo ao longa e também faziam menção ao ‘seminarista’ (codinome de Gilberto Carvalho, ex-ministro de Lula).

Procurado pelo jornal O Globo, o produtor Luiz Carlos Barreto negou qualquer participação de Palocci e Carvalho nas negociações para obter recursos para o longa. “Não nada debaixo do tapete. Não tive contato com o Palocci para conversar sobre o filme. Nunca usamos a influência e o prestígio dele. O Gilberto sempre disse que não iria se envolver”, declarou, confirmando ainda que a Odebrecht pediu para não ser creditada como financiadora de “Lula – O Filho do Brasil”.