O Caixa Belas Artes, na capital paulista, recebe entre os dias 18 de fevereiro e 2 de março uma mostra de cinema com filmes do francês François Ozon. Um dos diretores autorais do cinema francês contemporâneo, Ozon ganhou público internacional  em 2002 com o longa-metragem 8 mulheres, com importantes nomes no elenco, entre eles Catherine Deneuve, Isabelle Huppert e Emmanuelle Béart. A exibição inclui 15 longas e 3 curtas-metragens.

A mostra tem por objetivo destacar a importância da narrativa e estilística dos filmes selecionados, produzidos entre 1994 e 2014, que mostram o universo dos conflitos familiares por meio de diferentes narrativas: densas, elaboradas ou com humor ácido.

“A importância de Ozon é a multiplicidade de como ele trabalha e atualiza a linguagem cinematográfica. É um diretor muito autoral, bem na linha daqueles diretores do cinema moderno da década de 60, da Nouvelle Vague francesa, como Godard e Truffaut. Ele mantém a linha de um cinema intimista a partir das pesrpectivas que tem”, informou a curadora da mostra, Marília Lima.

Sobre a trajetória do diretor, Marília disse que seu primeiro longa-metragem foi Sitcom – nossa linda família, de 1998, filme provocador, com bastante sátira e ironia. Um tempo depois, veio Sob a areia, de 2000, mais denso e com narrativa mais realista.

“Aí é que ele mostra um outro lado, um Ozon que consegue trabalhar com narrativas mas rarefeitas. Ele se revela um diretor bem autoral, não só irônico que faz críticas sociais, mas que também sabe trabalhar com narrativas mais densas”, acrescentou a curadora.

Segundo ela, o adjetivo rarefeito exprime o que seria uma narrativa sem muitos dramas, fugindo do gênero melodramático. “A história é de uma mulher que o marido desaparece. O filme mostra a vivência dela depois do desaparecimento do marido. Não tem drama. É como se fosse vazio esse sentimento da mulher”, disse Marília.

A curadora também destacou o filme Dentro da Casa, no qual Ozon trabalha questões de metalinguagem, a obra dentro da obra e como os personagens ficionalizam a própria história. “É um filme muito interessante.”

Swimming pool – À beira da piscina”, de 2003, é considerado pelo diretor como o mais pessoal de seus filmes, que, junto aos demais títulos, revelam sua forma cinematográfica, de experimentador de linguagem e criador de imagens que possibilitem novas relações com o espectador.

Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). O passaporte válido para todos os filmes da mostra custa R$ 30.

da Agência Brasil