O produtor e diretor americano George Lucas criticou nesta sexta-feira (16) a Academia, instituição que organiza a cerimônia do Oscar, porque ela prioriza mais a política do que a arte nas escolhas dos premiados.

Em entrevista à emissora “CBS” Lucas, de 70 anos, e criador de sagas como “Star Wars” e “Indiana Jones”, afirmou que a Academia é um reflexo da comunidade de Hollywood, majoritariamente masculina e branca.

Por isso, ele afirmou que não ficou surpreso com a falta de diversidade racial na polêmica lista de indicados ao Oscar que foi divulgada ontem.

Pela segunda vez desde 1998, os 20 atores que concorrem a uma das estatuetas são caucasianos, mesmo com o destaque do filme “Selma”, sobre o movimento de direitos civis liderado por Martin Luther King.

“Selma” disputará duas estatuetas, de melhor música e melhor filme, mas foi ignorado para os prêmios de melhor direção e melhor ator, nos quais os afro-americanos Ava DuVernay e David Oyelowo figuravam como claros candidatos.

Lucas elogiou o trabalho da dupla e classificou “Selma” como um “filme maravilhoso”.

“O que acontece com a Academia é uma campanha política que nada tem a ver com o desempenho artístico”, criticou o cineasta, que revelou não ser membro da instituição.

O criador de “Star Wars” destacou que a falta de diversidade em Hollywood é algo “bem conhecido”, que pode ser verificado se as atenções se voltam para além do discurso oficial.

O recente ataque de hackers à Sony Pictures revelou mensagens nos quais a vice-presidente do estúdio, Amy Pascal, e o produtor Scott Rudin faziam brincadeiras racistas sobre os gostos cinematográficos do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Lucas ganhou em 1991 um prêmio especial de personalidade, uma espécie de “Oscar honorário”, concedido pela Academia, algo que considerou como “uma tremenda honra”.

O diretor foi nomeado quatro vezes ao Oscar, mas nunca foi recompensado com uma estatueta.