Caio Pimenta analisa quais produções e atores deveriam vencer o Globo de Ouro nas seguintes categorias: Melhor Filme de Drama e Comédia/Musical, Ator, Atriz, Coadjuvantes, Direção, Roteiro, Animação e Filme Estrangeiro.
Em Melhor Filme Estrangeiro, por mais que considere “Parasita” um filmaço com uma história repleta de reviravoltas muito bem construídas, vou torcer em vão para o “Dor e Glória”. É o melhor filme do Almodóvar desde “Fale com Ela” e é interessante porque, ao mesmo tempo, em que você entra na alma do diretor você consegue captar ainda mais a essência do cinema dele. É uma obra belissíma.
Em Melhor Animação, eu vou fugir um pouquinho da Disney, Pixar para ficar com “Como Treinar Seu Dragão 3”. Não que a franquia seja uma maravilha, mas, foi bastante regular enquanto durou. Mas, a verdade é uma só: desde que “O Rei Leão” não vença, para mim, já tá ótimo.
O meu voto para melhor roteiro vai para “O Irlandês”. Isso porque o texto do Steve Zaillan consegue ser extremamente conciso, fornecer um amplo retrato histórico do jogo de poder e das tensões sociais dos EUA e desenvolver grandes personagens. É um trabalho monstruoso.
Nos coadjuvantes, eu vou ficar com os favoritos: o Brad Pitt e a Laura Dern. O Brad Pitt é um dos atores com uma das carreiras mais sólidas do cinema americano sendo um dos pontos altos do excelente “Era uma vez em Hollywood”. Já Laura Dern que durante muito tempo não conseguia bons papéis no cinema e, agora, está em uma fase brilhante, fora que a última cena dela em “Histórias de um Casamento” é genial.
Nas atuações de comédia/musical, eu fico com os azarões: Eddie Murphy, em “Meu Nome é Dolemite”, e a Bernie Feldstein, de “Fora de Série”. Apesar de ter feito muito filme ruim, o Eddie Murphy, quando está em bons projetos, é excelente. Fora que premiá-lo pode ser um prêmio de consolação, pois, dificilmente, ele será indicado ao Oscar. Já Bernie Feldstein está em um filme que merece descoberto por mais gente: “Fora de Série” é extremamente corajoso, ousado e muito, muito engraçado. E a Bernie é, sem dúvida, uma das melhores coisas do filme.
Entre os protagonistas de filmes dramáticos, daria os prêmios para o Joaquin Phoenix, de “Coringa”, e a Scarlett Johansson, de “História de um Casamento”. A Scarlett já fazia muito tempo merecia este reconhecimento da temporada de premiações, além do que, ninguém merece mais uma atuação de cinebiografia saindo vencedora. E o Joaquin Phoenix consegue fazer um Coringa à altura do Heath Ledger. Precisa dizer mais alguma coisa?
Na categoria de Melhor Direção, minha torcida é para o Bong Joon-Ho, “Parasita”. Principalmente, porque seria inacreditável um cara com um filme da Coreia do Sul vencer monstros sagrados como Scorsese e também o Tarantino. Seria para fazer história total!
E nos prêmios principais, para mim, “Era uma vez em Hollywood” tem que levar em Melhor Filme Comédia/Musical e “O Irlandês” em drama.