Um protesto com 40 mulheres das organizações feministas Osez le Féminisme e La Barbe marcou a abertura da retrospectiva de Roman Polanski em Paris. Com a presença do diretor polonês, o evento aconteceu na Cinemateca Francesa. As informações são do site Deadline.

Integrantes do Femen também estiveram na frente do auditório da Cinemateca onde está sendo exibido o novo filme de Polanski, “Baseado em Fatos Reais” e gritavam “Sem glórias para estupradores”. Seguranças retiraram as duas manifestantes do local. Já o Osez le Féminisme fez uma petição para que impedisse a retrospectiva sobre o diretor por considerar o evento um insulto às vítimas dos crimes cometidos pelo polonês.

A ministra da Cultura da França, Françoise Nyssen, declarou que o evento destaca as obras e não o homem. O cineasta e diretor da Cinemateca, Costa-Gavras, também defendeu a realização da retrospectiva.

Em 1977, Polanski admitiu ter tido relação sexual com Samantha Geimer, na época com 13 anos, na casa de Jack Nicholson em Los Angeles. O ator estava viajando. Em troca da confissão, o juiz aceitou não manter acusações mais graves contra o diretor. Convencido, porém, de que o magistrado recuaria em sua promessa e acabaria condenando-o a várias décadas de prisão, o cineasta fugiu para a França.

Ganhador de um Oscar por “O pianista” e casado com a atriz francesa Emmanuelle Seigner, com quem teve dois filhos, o diretor sempre se recusou a voltar para os Estados Unidos sem ter garantias de que não seria preso. Em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis declarou que foi forçada pelo diretor a ter relação sexual, ainda adolescente, com 16 anos. Em agosto, outra mulher, identificada como “Robin”, acusou Polanski de agressão sexual também aos 16 anos de idade, em 1973.