Jimmy Christian se destacou dentro da fotografia no Amazonas como um dos primeiros a investir no potencial das câmeras de celular e IPhones. A paixão pelo cinema estendeu esta inovação para o cinema vindo documentários como “Fogo no Cerrado”, “Bodó com Farinha” e “Ruas de Rio”. Agora, o cientista político e um dos fundadores do Núcleo de Antropologia Visual do Amazonas (Navi-Ufam) prepara a estreia na ficção com “Lago Maldito”.

Prevista para ser gravada em março deste ano na região das ruínas de Paricatuba, em Iranduba, o curta vai abordar uma conhecida lenda amazônica com toques de horror. Em “Lago Maldito”, Jimmy traz a história de um monstro surgido após uma mulher ficar grávida do boto. Ao nascer, ele é abandonado no rio, mas, acaba resgatado por uma bruxa que vive na floresta. Durante 20 anos, o ser se alimenta de crianças até que um grupo de estudantes chega na região do lago para fazer uma pesquisa e se deparam com todo o horror instalado no local.

Para o elenco, “Lago Maldito” terá um grupo de 12 jovens não-atores dos bairros do Santo Antônio e São Raimundo. “Juntei pessoas que tinham vontade fazer cinema e o projeto. O fotógrafo divide o roteiro de “Lago Maldito” com o DJ Mellody e, segundo ele, busca inspiração no estilo de Stephen King. “É uma história básica de filme de terror. Estou fazendo porque é algo que dá para se filmar dentro de um projeto independente e barato”, declarou.

Filmes de gênero em ascensão no Amazonas

Nos últimos anos, realizadores audiovisuais da produção amazonense vêm investindo em projetos dentro do cinema de gênero. Ricardo Manjaro, por exemplo, comandou os suspenses “A Última no Tambor” e “O Necromante”, enquanto Sérgio Andrade está na pós-produção da ficção científica “A Terra Negra dos Kawá”. Já o terror ainda sofre com produções de maior qualidade, resvalando quase sempre no terrir.

Jimmy Christian observa nesta ascensão dos filmes de gênero algo importante para o cinema do Amazonas. “É sensacional! Para mim, este é o cinema de verdade, ou seja, quando você trabalha um gênero, uma ideia. Tenho visto mais filmes como o policial tendo diálogos melhores, sendo mais bem feitos. Isso amplia o nosso leque de histórias a serem contadas”, disse.

A falta de recursos pode não ser o ideal para se trabalhar em um filme, porém, Jimmy não acha que seja um impeditivo para realizar um material de boa qualidade. “Claro que é sempre bom ter grana para bancar o projeto, mas, nem sempre é possível. Isso acaba sendo driblado pelo amor ao cinema e a vontade de fazer. O legal do processo criativo é encontrar soluções para o problema que você tem”, completou.

Além de “Lago Maldito”, Jimmy Christian tem outros dois projetos: o documentário “Opala Conexão” e “Mawé”. Os dois estão parados e serão feitos somente após o término do curta de terror.

CONHEÇA OS PRINCIPAIS CURTAS DA CARREIRA DE JIMMY CHRISTIAN: