O novo Warcraft não nos deixa mentir: diferentemente do que tem acontecido com os quadrinhos, o cinema ainda está a anos-luz de produzir uma obra coesa e satisfatória baseada em videogames – o que é irônico se você pensar o quanto o cinema de ação tem bebido da estética dos jogos e o quanto estes, por sua vez, estão cada vez mais cinematográficos.

Mesmo os fãs dos games (às vezes, principalmente eles) apontam os filmes baseados nessa mídia como estando entre os piores da vida, da existência – então, o Cine Set separou cinco deles para você não deixar de perder (e um que merece a sua atenção).

Tomb-Raider-angelina-jolie-741676_1280_10245 – Tomb Raider: A Origem da Vida

Continuações são problemáticas em qualquer gênero. Quando você tem a missão de continuar um filme irregular com o primeiro “Tomb Raider”, a missão fica ainda mais difícil. “Origem” tem até sequências de ação inspiradas, mas não tem nada de roteiro e o impacto de vermos Angelina Jolie no personagem já tinha passado. Pedestre para dizer o mínimo.


4 – Doom

Doom tentou levar a experiência de jogo de tiro em primeira pessoa para a telona e acabou parecendo uma demo muito longa que fica rodando nas TVs de eletroeletrônicos. Roteiro risível e muita comédia involuntária acabaram enterrando planos para uma sequência. Na boa, nada contra.


3 – Super Mario Bros.

O motivo para a Nintendo estar correndo atrás do prejuízo quando o assunto é adaptação de games. Super Mario Bros é um pesadelo trash, com os personagens queridos da franquia transformados em aberrações maquiadas e a história dada a eles é tosca como se não houvesse amanhã.


2 – House of the Dead: O Filme

Um filme de terror baseado em videogame, House of the Dead é a primeira das contribuições do cineasta Uwe Boll nesta lista (todos dele poderiam constar aqui, mas para fins de variação…). O cara se especializou em fazer filmes baseados em games, sem pé nem cabeça e com CGI de quinta categoria. Neste aqui, todos os clichês de filme de zumbi entram em cena para deixar qualquer espectador insatisfeito, mas já que falamos no Uwe Boll…


1 – Alone in the Dark: O Despertar do Mal

Uma nota pessoal: sinceramente, este é o pior filme que vi na vida. Não sei por onde começar: criaturas demoníacas muito mal feitas, um roteiro que tenta sem sucesso misturar cultos maias, paranormalidade e experimentos do governo, Christian Slater dando a pior atuação da carreira, os sustos mais óbvios da face da Terra. Não tem para onde correr, mas sabe-se lá como, ainda ganhou sequência.


Bonus round: dois filmes bons!

A série “Resident Evil” tem os problemas de roteiro que a maioria das adaptações de games tem, no entanto, ela compensa com puro humor trash e com uma protagonista que, de fato, faz com que nos importemos com a trama em geral (Alice, criada especialmente para os filmes e interpretada por Milla Jovovich).

Os cinco filmes lançados até agora seguem largamente o mesmo padrão (sobreviver a zumbis durante o filme), levando seus personagens a diferentes cenários. De todos, “Resident Evil: Apocalypse” é o que mais se aproxima dos jogos em que é baseado (com muito da história e dos personagens vindo dos games ‘Resident Evil 2’ e ‘Resident Evil 3: Nemesis’). Para quem curte uma trasheira, vale a pena.

Para quem não curte, “Final Fantasy” foi um experimento interessante que mistura ficção científica bem cabeçuda e um CGI tão surpreendente que foi um marco para a época. Foi a primeira animação com personagens tão reais que podiam ser confundidos com pessoas, alguns anos antes da rotoscopia entrar em voga.

A trama, que gira em torno de uma invasão alienígena, é simples na superfície, mas o roteiro se dá ao trabalho de investigar o psicológico de todos os cientistas e militares empenhados em retomar a Terra. Fãs da franquia de jogos homônima chiaram pela falta de ação, pelo ritmo arrastado e pelas atuações estoicas: enquanto tudo isso seja verdadeiro, a boa impressão do filme permanece.