A 18ª edição da Goiânia Mostra Curtas celebrará a trajetória de dois grandes nomes do cinema brasileiro: a atriz brasiliense que cresceu no Pará, Maeve Jinkings, e Silvia Cruz, fundadora da Vitrine Filmes, empresa dedicada à distribuição de produções, sobretudo brasileiras. A ampla programação da Goiânia Mostra Curtas inclui, todos os anos, homenagens que buscam reverenciar a trajetória de importantes personalidades do cenário audiovisual brasileiro. Neste ano, as homenageadas escolhidas estão em sintonia com o tema da mostra que propõe ressignificar o papel das diferentes mulheres no audiovisual. O festival é realizado entre 2 e 7 de outubro, no Teatro Goiânia, com entrada franca.

“Na edição de 2018, a Goiânia Mostra Curtas avança com discussões voltadas para o papel da mulher no audiovisual. Não por acaso, as homenageadas representam o feminino que preenche as várias camadas que permeiam o audiovisual, seja em um set, produção, direção e distribuição, como também mulheres que exploram suas visibilidades para promover a reflexão sobre a presença política da mulher no mercado cinematográfico”, afirma Maria Abdalla, diretora geral do festival.

Com sete premiações na categoria de melhor atriz, outras sete indicações e uma menção honrosa em festivais nacionais e internacionais, Maeve é um dos fortes nomes do cinema brasileiro atual. Participou de filmes como  “O Som ao Redor”, “Big Jato”, “Boi Neon”, “Aquarius”, além de curtas-metragens expressivos como “A Terra Treme”, “Loja de Répteis” e “Estátua!”, entre outros. Na TV, ela fez sua estreia em 2015 na novela “A Regra do Jogo”, da Rede Globo, com uma personagem de forte apelo social e popular. Em 2018, integrou o elenco da super série “Onde Nascem os Fortes”, dirigida por José Luiz Villamarim.

A escolha da atriz para receber homenagem na mostra goiana diz respeito também à postura de Maeve perante às questões da mulher. Engajada com as pautas do movimento feminista, sociais e políticas, a atriz acredita que a mulher tem sido sub representada em todos os níveis. “A visibilidade da mulher precisa ser reforçada de forma consciente nas equipes do cinema, em todo o processo criativo. Se alguém acha que está chato falar disso, se prepare porque ainda temos uma vida inteira para falar e garantir que as próximas gerações falem mais ainda“, assegura. Maeve ainda acredita que as mudanças nesse momento da história estão partindo das mulheres e, para ela, é preciso proporcionar que esse poder seja mostrado nas narrativas, para garantir que a história da humanidade seja recontada sem a ótica opressora de gênero.

Dentro do audiovisual, Silvia Cruz tem atuação em campo diferente de Maeve, mas também representa a força da mulher que atua no meio cinematográfico. Fundadora da Vitrine Filmes, a empresa dedicada à distribuição de filmes desde 2010  já possui mais de 130 títulos de longa metragem em seu catálogo e tem mais de 50 títulos já fechados para os próximos três anos. Para ela, o cinema brasileiro é uma arte extremamente pulsante, com filmes que contam histórias e dialogam com os mais diversos públicos, mas o cenário ainda é desfavorável para a mulher. “Dos 160 filmes brasileiros lançados no último ano apenas 16% deles foram dirigidos exclusivamente por mulheres. Enquanto distribuidora é também de minha responsabilidade buscar resolver esse hiato, em prol do fortalecimento da perspectiva e da presença das mulheres no cinema”, acredita.

Cruz é também presidente da ANDAI (Associação Nacional dos Distribuidores do Audiovisual Independente), associação que fundou em 2017. Formada em Administração de Empresas com Ênfase em Marketing pela ESPM, antes de fundar a Vitrine filmes passou por empresas como Pandora Filmes, Europa Filmes, pela produtora Coração da Selva e pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

com informações de assessoria