Para quem é um parceiro habitual de diretores como Michael Bay e Peter Berg, a oportunidade de trabalhar com Martin Scorsese seria uma chance de ouro. Quando se trata de Mark Wahlberg, porém, as coisas não são bem assim. Em entrevista à revista GQ, o ator revelou que recusou sucessivos convites do mestre do cinema americano para participar de “Os Infiltrados”.

O ator explicou que a recusa se dava pelo fato de não ter interesse de ser coadjuvante de Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Jack Nicholson. Sabendo da grande chance, o agente de Wahlberg disse a Scorsese que ele estava disposto a aceitar o papel mesmo com o cliente falando o oposto. “Eu disse: ‘não vou fazer o filme’. Queria um papel diferente, além de outras coisas. Negociamos sobre isso durante muito tempo, mas, falei a Marty: ‘não quero fazer'”, relembrou.

Depois de um longo silêncio, Scorsese disse apenas um ‘ok’ à rejeição do ator. Após o diretor deixar o local, o agente de Wahlberg perdeu a paciência com o ator em uma ligação telefônica e soltou um palavrão, ordenando: “Vá falar com ele (Scorsese)!”.

Mal sabia o astro que o diretor e o executivo já tinham um plano para fazê-lo mudar de ideia. “Eles me colocaram em um avião durante um fim de semana para ir até o escritório de Marty. Li o roteiro de novo, estava muito chateado e disse novamente que não iria fazer. Martin me olhou e disse: ‘Olha esta parte, olha o que você vai fazer com estas pessoas’. Ele sabia que eu conhecia aquele mundo de Boston e tinha falado com ele sobre improvisar e fazer as coisas do meu jeito. Por fim, Scorsese disse: ‘Cara, você está livre para fazer o que você quiser'”.

A possibilidade de improvisar fez Mark Wahlberg ceder e aceitar participar de “Os Infiltrados”. Sorte a dele: o trabalho no longa foi a primeira e até hoje única indicação ao Oscar da carreira.