Com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), começou hoje (10), no Rio de Janeiro, a quarta edição da Mostra Cinema pela Verdade, comemorativa dos 30 anos da volta da democracia no Brasil. O projeto é promovido pelo Instituto Cultura em Movimento (Icem), com apoio da Comissão Nacional da Anistia, do Ministério da Justiça.

A coordenadora da mostra, Tatiana Maciel, informou que o evento vai exibir documentários sobre a ditadura militar, que se estendeu de 1964 a 1985, em 54 universidades públicas e privadas, além de centros culturais de todos os estados e do Distrito Federal.

A sessão inaugural foi hoje de manhã, nas Faculdades Integradas Simonsen, em Padre Miguel, com a exibição do filme Em Busca de Iara, de Flávio Frederico. A película narra a vida da guerrilheira Iara Iavelberg na visão de sua sobrinha, Mariana Pamplona.

“Trazemos filmes que tratam sobre a ditadura militar e têm sessões agendadas no Brasil inteiro”, disse Tatiana. Foram também selecionados para exibição na mostra os documentários Osvaldão, sobre Osvaldo Orlando da Costa, morto na Guerrilha do Araguaia, de Vandré Fernandes, Ana Petta, Fábio Bardella e André Lorenz Micheles; Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg, que retrata o movimento iniciado por jogadores do Corinthians, na década de 80; e 500 – Os Bebês Roubados pela Ditadura Argentina, de Alexandre Valenti, sobre famílias separadas pelo governo militar argentino, de 1976 a 1983.

Tatiana disse que a ideia é fazer mais de 100 sessões no Brasil todo, até o final de abril. Todas as sessões serão seguidas de debates conduzidos por professores das universidades, ex-presos políticos e estudiosos do assunto. De acordo com a assessoria de imprensa do BNDES, participarão também dos debates pesquisadores, integrantes de movimentos sociais, culturais e de direitos humanos, além de equipes que participaram das filmagens dos longas-metragens exibidos na mostra.

Os debatedores são convidados pelos agentes mobilizadores da sessão. Tatiana informou que a mostra tem 27 agentes, um por estado, todos universitários capacitados e responsáveis por mobilizar a sessão e promover o debate nas universidades ou centros culturais. “Então, em cada sessão, dependendo do filme e do local, é convidada uma ou mais pessoas para o debate.”

Segundo Tatiana, a agenda para o resto do país está sendo montada. Para a próxima semana, estão marcadas sessões nas universidades federais do Piauí (dia 14) e de Mato Grosso do Sul (dia 16)  e no Instituto Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, no dia 17.

da Agência Brasil