Emerson Medina

Diretor de Et Set Era, grande vencedor da categoria Amazonas no Amazonas Film Festival de 2012, Emerson Medina decidiu aprimorar-se em 2013 realizando cursos em São Paulo. Como resultado de uma dessas preparações surgiu o curta Papo de Elevador, selecionado para a mesma categoria no AFF do ano passado.

E 2014 promete ser bastante proveitoso para Medina, que vem com dois curtas-metragens: “Estou gravando Nascer, Crescer e Negar, sobre um homem com dificuldade de aceitar a passagem do tempo. E farei outro, Peneira, pelo Concurso de Roteiro do Amazon Sat. Sobre uma mãe tendo que conseguir a grana da taxa do teste da escolinha de futebol do filho pra base dos grandes clubes. A peneira do titulo. Esse ainda vou ver elenco e pré-produção”.

Filmes favoritos de 2013: Tatuagem, de Hilton Lacerda; Elena, de Petra Costa; A Espuma dos Dias, de Michel Gondry.

Rafael Ramos

Depois da boa repercussão de A Segunda Balada, não se viu nenhum curta produzido em 2013 por Rafael Ramos. Mas definitivamente isso não significa que ele esteve parado, muito menos que foi um ano pouco produtivo: “Foi muito bom, foi o ano que mais estudei cinema. Fui pra São Paulo início do ano. Lá fiz direção de fotografia com Alziro Barbosa, um curso de filmagem com HDSLR (máquina fotográfica), voltei pra Manaus, dirigi um episódio de uma  série pra Amazon Sat e dirigi um videoclipe pra banda Malbec. Voltei pra São Paulo de novo e continuei estudando fotografia, fiz também uma oficina de roteiro e direção no SESC. Conferi a mostra internacional de SP.  Também  fui pra alguns debates e palestras, uma delas com o Sergio Machado e outra com o genial Eduardo Coutinho”.

Mas 2014 já tem alguns curtas-metragens previstos: “Tenho dois roteiros. Um mandei pro PROARTE e se chama E se essa estrada não levar a lugar nenhum, uma espécie de road movie onde abordo dois assuntos que  me instigam bastante: solidão e crise familiar. O segundo roteiro se chama A Foto, A Menina e O Guarda-Chuva inspirado num conto do Yasunara Kawabata chamado O guarda-chuva, que fala sobre um casal de garotos que se apaixonam em um dia que se cruzam numa loja de fotografia. E apesar de se encontrarem na loja algumas vezes, eles nunca conseguem revelar seus sentimentos. Ainda não tem data pra começar. A única coisa que acertei foi a atriz que vai fazer a garota que é a Jéssica Amorim. Mas pretendo gravar esse semestre”.

Porém, muito mais do que permanecer produzindo, Ramos afirma que quer realizar trabalhos diferentes do que já fez, como diz ao analisar o que mais chamou a sua atenção do que foi produzido por aqui: “Vi pouca coisa. Na época das vernissages e do Amazonas Film Festival, estava em São Paulo. Mas do pouco que vi achei bem interessante  o ”Jardim de Percevejos”, do Francis Madson. Dando suas devidas proporções, é uma coisa à la David Lynch. É um trabalho experimental verde, mas ainda sim divertido e bem feito tecnicamente. Se tratando de Manaus, isto é sensacional. Aqui na cidade, por cultura e  por muito tempo, a gente ter ficado sem um curso específico na área, as nossas referências e conhecimento no cinema foram basicamente filmes.  E isto sem um estudo apropriado da linguagem da narrativa da dramaturgia e outros elementos cinematográficos acaba gerando trabalhos sem nenhuma originalidade. Por vezes, soa uma cópia mal feita de algum filme americano ou algo do tipo. Falo isto porque sou daqui e tenho esse vício. É genuíno. Somente estudando que a gente vai discernindo o que é referência e o que é cópia e por aí vai. O papel do artista é sempre se reinventar. Talvez esse trabalho influencie outros realizadores daqui a se arriscarem mais”.

Filmes Preferidos de 2013: Azul é a Cor Mais Quente, de Abdellatif Kechiche; O Mestre, de Paul Thomas Anderson; e Tatuagem, de Hilton Lacerda.

Moacyr Massulo

Nome que já se vê e ouve falar há bastante tempo, Moacyr Massulo teve em 2013 os seus resultados mais expressivos. Mesmo não tendo o seu filme selecionado no Amazonas Film Festival (essa curadoria…), H20 participou do Festival de Cine de Direitos Humanos na Argentina e do Festival Brasileiro de Filmes de Aventura, Turismo e Sustentabilidade, em Paraty no Rio de Janeiro, além de ter colaborado para uma série de filmes, dentre eles, o superpremiado, Germes.

E este ano dará resultados melhores que 2013? Sim, por que não? “2014 já começa com dois novos curtas da minha trupe. Com os 20 roteiros selecionados pelo Núcleo de Cinema do Amazon Sat que vamos rodar durante o ano, dois filmes por mês. Tenho o documentário sobre futebol que tá em fase de pesquisa. Tem o primeiro filme da minha companheira Erika Guedes, que vamos rodar em abril. Tem o curta de ficção que filmei ano passado mas será lançado este ano. Final do ano tem o novo longa do Sérgio Andrade, Antes o Tempo Não Acabava. Espero ver as produções da turma de cinema da UEA. Espero ver o Fórum Audiovisual do Amazonas mais ativo. Espero ver mais filmes de alternativos e de arte nos cinemas de Manaus. Espero participar de outros festivais de cinema pelo Brasil, depois que fui pela primeira vez descobri o quanto é importante percorrer festivais e fazer contatos. Minha agenda pra 2014 tá tão cheia que não vai dar nem tempo de pensar se está sendo produtivo ou não, só quando acabar o ano e olhar para trás é que vai ser possível identificar se foi um ano produtivo. Mas, espero que seja!”.

Filmes Preferidos de 2013: “Amor”, “Blue Jasmine” (“sou grande fã de Woody Allen”) e “O Som ao Redor” (“tinha amigos no projeto e admiro há muito tempo o Kléber Mendonça Filho”)

Diego Nogueira

Nome que certamente se ouvirá falar bastante nos próximos anos, Diego Nogueira já venceu prêmios no Amazonas Film Festival, como o de melhor roteiro, em 2012, por Póstumo, e o de melhor ator ano passado por A Lista.

Para 2014, vários projetos já irão contar com a colaboração de Nogueira: “Tenho dois projetos de curtas, além de ter recebido convites para dirigir clipes de bandas da cidade. Um dos curtas, que se chama Gula já estava com gravação marcada, mas resolvi adiar por conta do trabalho e da faculdade, e me dedicar ao segundo projeto, chamado Se eu corro, cujo roteiro estou finalizando. Ambos os projetos têm elenco definido, e envolvem atores de teatro e não atores. Nenhum deles têm previsão de estreia. Além disso, irei atuar no Al Dente, filme do Rod Castro e Leonardo Mancini”.

Quando perguntado se acredita que 2014 pode dar ainda mais resultados que o ano passado, a resposta é bastante otimista: “Sem dúvidas. Já estou ansioso pelos filmes que serão produzidos pelo Amazon Sat, que premiou novos e consagrados roteiristas da cidade. É um excelente projeto. Deveriam fazer mais desses, outras empresas poderiam entrar no jogo. Espero sinceramente que a qualidade de histórias também se eleve, junto com a qualidade técnica. É o passo que o cinema baré tem que dar, pra se consolidar de uma vez por todas e mostrar sua cara com mais frequência nos festivais afora”.

Ricardo Manjaro

Quando penso no que de melhor o cinema amazonense conseguiu fazer nos últimos anos, admito que o nome de Ricardo Manjaro é certamente um dos primeiros a aparecer. A Última no Tambor pode até ter os seus clichês de roteiro, mas a direção, somada com a ótima atuação de Breno Castelo, chama muita atenção.

Ano passado Manjaro, acompanhado de Edson Corrêa, realizou o ambicioso O Necromante. O resultado final dividiu opiniões de quem viu, não foi selecionado na, digamos, discutível seleção do Amazonas Film Festival em 2013, e acabou ficando escondido do grande público, que não teve a oportunidade de dizer o que achou.

Logo após o fim das filmagens, Manjaro foi para São Paulo buscar aperfeiçoar seus conhecimentos realizando cursos na cidade. Quando recebeu as perguntas que enviei, ele gentilmente respondeu com essa declaração: “Eu acabei não conseguindo lançar nada no ano passado. O corte de O Necromante não funcionou muito bem e eu tava muito distante do projeto, vamos tentar salvá-lo ainda. Não acompanhei os lançamentos do ano em Manaus porque passei metade do ano fora da cidade, por isso não posso comentar, gostaria de ter vindo na época do festival, mas não pude. É uma pena que eu não tenha muito o que responder sobre o ano passado nem dar dicas do futuro no momento, estou estudando em outra cidade e talvez ganhando fôlego pra voltar a produzir algo”.