Dheik Praia

Sem querer revelar projetos previstos para 2014, Dheik Praia afirmou que pretende manter a média de rodar, pelo menos, um curta-metragem por ano. “Filmar sem dinheiro é bem complicado, porém, a vontade de gravar algo é sempre maior, principalmente, por escrever muito. Muitas vezes acabo contando com o apoio dos meus colegas de sala de aula do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual da UEA”.

Sobre o aprendizado na UEA, Dheik disse estar muito feliz com os resultados alcançados, mesmo com os obstáculos encontrados ao longo da formação acadêmica. “Primeira turma de um curso é sempre complicado por ser um período de adaptação. Porém, tem sido algo muito importante para mim toda a teoria e conceito passados em sala de aula seja quanto a construção, análise e crítica de um filme. Seria uma pena, caso se confirme, que essa pode ser a única turma a ser formada no setor pela universidade”.

Em 2013, Dheik conseguiu ser selecionada por três filmes diferentes no Amazonas Film Festival. Mesmo admitindo falhas no processo de montagem, a diretora afirma que “Um Braço de Rio no Quintal” é o qual mais se parece com ela. “O curta traz questões sociais e antropológicas interessantes, além de ser algo pelo qual todo mundo passa”. Dheik também participou da produção de “Strip Solidão”, obra dirigida por Flávia Abtibol. “Aprendi muito durante as gravações, pois, pude compreender melhor todo o processo fílmico”.

Francis Madson e Marcos Tubarão foram elogiados por Dheik pelos trabalhos em “Jardim de Percevejos” e “Fora do Eixo”, respectivamente. “Ambos fizeram os filmes que mais chamaram minha atenção em 2014. O Madson trouxe uma proposta narrativa diferente, enquanto o Tubarão deu a cara a tapa, trazendo uma série de pensamentos sobre a nossa sociedade”. Quanto ao cinema amazonense, ela aponta a evolução técnica das produções locais como ponto positivo. “Por outro lado, sinto ainda uma falta de projetos que tragam reflexões quanto àquilo que vivemos. Entretenimento é ótimo e precisa ser feito, porém, acredito que possamos ir além. Também creio ser necessário termos uma visão geral, ou seja, enxergar a importância daquilo que estou fazendo para o setor”.

Filmes Preferidos de 2013: “Gravidade” (“angustiante”) e “Pelo Malo” (“muito sensível; maravilhoso”).

Izis Negreiros

Experiente realizadora no audiovisual amazonense, Izis Negreiros começa a rodar o curta-metragem “Príncipe da Encantaria” na última semana de maio. A diretora informou que este projeto será voltado para o público infantil e vai contar a lenda da magia em torno do boto. “O principal destaque do elenco será a atual rainha do Peladão, Brenda Carioca, como um dos personagens principais do trabalho”, afirmou.

Com “Príncipe da Encantaria”, Izis mantém a tradição de lançar um filme a cada dois anos. Segundo ela, esse período de pausa entre um projeto e outro é necessário para que possa trabalhar com qualidade os curtas-metragens. A última obra da diretora, “Terra dos Meninos Pelados”, venceu três prêmios no 4° Festival de Cinema Curta Amazônia 2013 realizado em Porto Velho.

Outro foco dela em 2014 será no projeto de longa-metragem intitulado “Santo Casamenteiro”. “Inscrevi o filme no Fundo Setorial do Audiovisual e o resultado da primeira fase deverá ser divulgado em abril. Estou esperançosa que dê certo”, disse. A diretora explicou que a obra pretende ser voltada para um humor popular semelhante a “Auto da Compadecida” e “Cine Holliúdy”.

Izis considerou a safra de filmes lançados no Amazonas em 2013 como insatisfatória pela falta de verba das produções. “A técnica dos realizadores continua ótima, porém, sem dinheiro não há como produzir com qualidade. Atualmente, prefiro somente fazer um filme no momento em que tiver um gestão profissional e possa pagar cada pessoa envolvida na produção. Sofri e ainda sofro sem os recursos necessários para fazer um curta, mas prezo sempre pela estética”.

Filmes Preferidos de 2013: “As Aventuras de Pi”, “Indomável Sonhadora”, “O Som ao Redor”

Saleyna Borges

Nome importante dentro da Casa do Cinema, Saleyna Borges coordenou as Vernissages de Cinema Amazonense em 2013. Para este ano, a previsão é que o projeto seja mantido. “O que talvez mude é a sessão ser composta por obras de um diretor apenas. Assim, cada segunda ou sábado, a gente encontra um diretor diferente a cada semana e amplia o espaço para que os interessados exibam seus filmes no CineTheatro Guarany”.

Segundo Saleyna, as Vernissages surgiram após a ideia nascida no departamento de difusão cultural da Casa do Cinema comandado por Sérgio Cardoso. “Fizemos um levantamento do que já havia sido feito e começamos pelas produções atuais inéditas. O mais positivo foi ver o público lotar as sessões. Ver o interesse das pessoas pelo produto audiovisual amazonense foi algo extraordinário”.

Além das Vernissages, a agenda da Casa do Cinema será cheia de atividades. Parcerias com o núcleo de audiovisual do Amazon Sat para a cessão do escritório de produção da Amazonas Film Commission para as reuniões, testes de elenco e ensaios serão realizadas neste primeiro semestre. “Também já está agendado o mesmo espaço para a produção do novo longa do Sérgio Andrade, a partir do segundo semestre. Como aconteceu com “A Floresta de Jonathas”, o filme será produzido na Casa do Cinema. Com isso, teremos, pelo menos, quatro ou cinco meses de movimentação intensa na casa”.

Por fim, Saleyna se mostrou empolgada com a qualidade do cinema produzido no Amazonas. “Hoje já temos produções que se preocupam com todos os setores de um filme, desde a seleção de elenco até equipe técnica. O amadurecimento dos realizadores já é um ponto a favor. Acredito que a UEA está fazendo um excelente papel na profissionalização dos futuros técnicos em audiovisual. Os encontros e debates das vernissages são ótimos para a ampliação dos pontos a melhorar”.

Filmes Preferidos de 2013: “Cores”, “Tatuagem” e “Sanã” (curta-metragem). Amazonenses: “Histeria” e “A Lista”.

Elisa Bessa

Passando uma temporada fora de Manaus, Elisa Bessa ainda não tem projeto definido para realização de curtas-metragens neste ano. Assim que regressar à capital amazonense, ela vai analisar projetos antigos ou começar algo novo.

Com filmes como “Lady Murphy” e “No Rádio do Seu Coração” no currículo, Bessa se dedicou em 2013 para a produção literária e viagens de estudos culturais. A única produção feita no campo do audiovisual no ano passado foi a obra “Fui”, produzida para o Festival Um Amazonas. “Também ministrei uma Oficina de Direção de Cena pela Secretaria estadual de Cultura no mês de setembro.

PS: Procuradas pelo Cine Set, Keila Serruya e Flávia Abtibol não responderam os questionamentos da reportagem até o fechamento desta matéria.