Ao longo de quase quatro minutos ficamos esperando pelo segredo do título de O Segredo de Amanda. Quando ele enfim é revelado, vem com a força de um anticlímax, porque os realizadores Evanildo Oliveira, Hellen Karen Gurgel e Ildelan Almeida dos Santos não conseguem dar o passo final, não conseguem mostrar o verdadeiro impacto da revelação.

Percebe-se que se trata de um filme coletivo: Oliveira, dos Santos e Gurgel são também os atores do curta de Tefé. Gurgel é a Amanda do título, uma garota sendo perseguida na floresta por três sujeitos armados com facões. A atmosfera de suspense já é de cara bem construída, graças à câmera inquieta e à trilha sonora eficiente e tensa. Realmente, está tudo no lugar no curta, da montagem até a atuação de Gurgel, que convence neste início e contribui para a tensão.

Porém, o minuto final, o da recompensa para toda a preparação, não consegue ser executado a contento pelos realizadores. O problema não é tanto o fato de não haver explicação, mas sim pelo fato de a cena em si não conseguir expressar realmente o terror do momento. O resultado final é mais acidentalmente divertido e engraçado do que impactante. Isso não chega a estragar a experiência porque ela é limitada e se constituiu num exercício de suspense, uma “brincadeira”, uma história com uma pegadinha no final. Mas se o final fosse mais legal, a brincadeira seria mais divertida.

Poxa, um pouquinho a mais de sangue já ajudaria.