De presidentes a serial killers, o diretor vencedor do Oscar Oliver Stone não deixa de explorar figuras controversas, mas inicialmente recusou quando foi perguntado se queria fazer um filme sobre o ex-terceirizado na Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden.

“Não queria fazer, não queria problemas”, disse Stone à agência de notícias Reuters. Swnoden é interpretado por Joseph Gordon-Levitt, de “(500) Dias com ela” e “A origem”.

Mas o diretor de 70 anos, conhecido por filmes como “Platoon”, “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, “Assassinos por Natureza” e “Wall Street: Poder e Cobiça”, disse ter mudado a cabeça após conhecer Snowden na Rússia.

“Embora estivesse preocupado com o filme ser chato e tedioso, também vi como um suspense dramático. Senti que não iria conseguir audiência com um filme no estilo documentário”, disse Stone.

“Snowden”, que estreia nos EUA nesta sexta-feira – e no dia 22 de setembro no Brasil, segundo o site IMDb -, traça a jornada de Snowden de um conservador agente da CIA a um membro da NSA, até deixar os Estados Unidos em 2013 e expor à população comum os programas de vigilância em massa do governo.

Ele atualmente vive na Rússia e é procurado pelo governo norte-americano sob acusações de espionagem. A Anistia Internacional e outros dois grupos lançaram nesta semana uma campanha para que ele fosse perdoado.

Stone e Snowden se encontraram algumas vezes na Rússia e concordaram que o filme seria uma dramatização. Então o filme foi paralisado quando Stone foi procurar estúdios para financiamento. O diretor se negou a dizer quais estúdios procurou.

“Vivemos naquele clima, de definitivamente, acredito, autocensura”, disse Stone.

“Não acredito que a NSA tenha ligado para alguém e dito ‘não faça isso’, mas quem sabe? A verdade é… você entra no clube ou você é excluído.”

da Agência Reuters