O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estabeleceu parceria com documentaristas da Itália e do Brasil para produzir filme sobre o poder da música em engajar pessoas na implementação da agenda de desenvolvimento sustentável.

O filme contará a história da primeira rede de músicos comprometidos com a sustentabilidade e com a divulgação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O projeto-piloto está sendo implementado pelo PNUD na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e vai disponibilizar um modelo para réplica nos escritórios do programa em 166 países em desenvolvimento

O Rio de Janeiro é o berço da Agenda 2030, o plano de ação global composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que foram ratificados por todos os 193 países-membros das Nações Unidas. Criados na Conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro em 2012, a agenda da ONU e os ODS representam um plano de ação para direcionar padrões de desenvolvimento rumo à sustentabilidade.

A Agenda 2030 é um compromisso dos governos para abordar questões como exclusão e desigualdade que comprometem os avanços no desenvolvimento. Para a ONU, as metas só serão atingidas com a participação ativa dos cidadãos e das organizações da sociedade civil para pressionar seus governos locais e nacionais para se responsabilizarem e cumprirem as metas acordadas internacionalmente.

Projeto-piloto

O projeto-piloto das Nações Unidas com os músicos da Baixada está sendo implementado pelo Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável do PNUD (Centro RIO+) desde junho do ano passado e já engajou cerca de 100 músicos e bandas da Baixada. Algumas das ações incluem oficinas sobre a Agenda 2030 e os ODS na Baixada e produção de um CD promocional com músicas inéditas sobre sustentabilidade.

Os documentaristas, o italiano Christian Tragni e a brasileira Juliana Spinola, e a ONU estão produzindo neste mês o filme em Belford Roxo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e outras cidades na Baixada. Na quinta-feira (19), eles gravaram cenas de uma roda de rap na Casa da Cultura de Belford Roxo.

“A ideia é chegar à população, não através das instituições, que muitas vezes em lugares carentes têm dificuldade de se conectar com a população, mas chegar às pessoas para apresentar esses temas que saíram da Rio+20 através dos artistas e dos músicos que estão fisicamente perto da população”, disse Christian.

O rapper e MC (mestre de cerimônias) Roberto de Oliveira Silva, o Eddi MC, conta que, no ano passado, um grupo de músicos criou o coletivo “Baixada nunca se rende”, que, em parceria com o Centro RIO+, divulga os ODS por meio da música. “Na Baixada, a gente já trabalha com a música que busca a justiça social, o fim da pobreza, há bastante tempo. Esse encontro com a ONU, querendo falar dos ODS, muitos deles a gente já traz na nossa música. Com o rap, a gente fala com a juventude de uma forma mais direta”, disse Roberto.

da Agência Brasil