E que ano foi esse, hein? 2017 teve sua cota de ótimos filmes (uma quantidade surpreendentemente alta deles, aliás), mas o ano do cinema foi marcado principalmente pelos escândalos – nenhum maior do que a quebra do muro de silêncio que durante décadas abafou os abusos de atores, diretores e produtores famosos de Hollywood, e que enfim acordou a opinião pública para acusar e boicotar os criminosos. Mas coube de tudo no nosso bonde: um mico histórico no Oscar, a expansão a níveis impensáveis (e perigosos) de uma gigante da indústria americana, o registro das flutuações da política pelo cinema brasileiro, e até a inauguração de uma sala voltada a filmes de arte em Manaus. Vamos relembrar, então, os fatos mais marcantes do cinema em 2017, em Manaus, no Brasil e no mundo.



1. Movimento #MeToo: vítimas de abuso rompem o muro de silêncio em Hollywood

 2017 será lembrado como o ano em que as mulheres tiveram voz em Hollywood. Infelizmente, não terá sido através de oportunidades iguais de trabalho, ou de desempenhos artísticos memoráveis (embora sejamos gratos a Patty Jenkins e Gal Gadot por terem feito de Mulher-Maravilha uma entrada feminina estupenda no universo dos blockbusters), mas da coragem de expor as práticas rotineiras de agressão e abuso sexual dos homens mais poderosos de Hollywood.

Graças à iniciativa conjunta de várias profissionais do cinema, desde atrizes consagradas como Ashley Judd e Angelina Jolie à documentarista independente Jennifer Lynn Newson, o movimento #MeToo, nascido nas redes sociais como uma resposta às dezenas de acusações de assédio contra o figurão de Hollywood Harvey Weinstein, ganhou dimensões globais e escancarou o lado mais sombrio da indústria do cinema, além de se converter num fórum para que mulheres do mundo inteiro relatassem seus sofrimentos sob o jugo de homens em posição de poder. Reputações que pareciam intocáveis, carreiras que pareciam exemplares, figuras que pareciam referências em suas profissões, todas desmoronaram sob o peso das acusações – e quer saber? O mundo ficou melhor por isso.

Que ninguém nunca mais seja vetado em um filme porque não dormiu com Weinstein, ou tema ser marginalizado por agentes e empresários porque não quis ceder às investidas de Kevin Spacey (cuja resposta às acusações foi especialmente triste, tentando desviar o foco de seus crimes angariando simpatias por se assumir gay). E que a triste história da qual o #MeToo deu testemunho seja erradicada de vez, em qualquer ambiente de trabalho.



2) Mickey Mouse, senhor de Magneto: a Disney compra a Fox

Uma das últimas notícias a sacudir o ano foi a compra de uma gigante do cinema americano por outra gigante, ainda mais imponente. Estamos falando, claro, da Fox e da Disney.

A fusão, que foi celebrada por muita gente (“finalmente podemos ter os X-Men e os Vingadores no mesmo filme!”) na verdade é o mais próximo que a indústria do cinema já teve de um monopólio, e os sinais parecem claros de que o estúdio de Mickey pretende usar esse poder obscenamente grande a seu favor: há alguns meses, jornalistas do Los Angeles Times tiveram o acesso às sessões para críticos vetado pela Disney, por uma suposta “cobertura desfavorável” dos seus filmes, o que levou outros grandes portais americanos, como o Washington Post e o A.V. Club, a boicotar as estreias da companhia. E a empresa já anunciou que pretende lançar o seu próprio serviço de streaming, o que significaria a retirada de boa parte das séries mais populares da Netflix do catálogo, dando à Disney uma vantagem considerável em sua chegada nesse mercado.

E quem vibrou com a possibilidade de “unificação” do universo Marvel, well, deveria considerar que todos os filmes do estúdio do Homem de Ferro, nos últimos anos, têm exatamente a mesma estrutura, a mesma dosagem de humor e ação, a mesma fórmula, enfim, enquanto a casa dos Simpsons ao menos tentou soprar vida nova às suas franquias, com filmes como X-Men: Primeira Classe (2011) e Logan (2017). Deixo para vocês as conclusões.



3) O ano bipolar da DC: do céu com Mulher-Maravilha para a decepção de Liga da Justiça

Parafraseando o início deste texto, “e a DC, hein?”. Enquanto a Marvel vai se engessando numa fórmula tão bem-urdida quanto sem surpresas (embora Thor: Ragnarok tenha sido uma breve lufada de ar fresco), o lar de Batman e Superman vive num eterno pêndulo, criando altas expectativas, quebrando a internet com seus trailers, mas sem conseguir acertar uma receita de sucesso.

E o pior: sem ter sequer confiança em seu próprio material. O filme mais aguardado e comentado do ano passado, Esquadrão Suicida, foi um caso claro, com longas refilmagens em uma produção caríssima e estrelada, onde se espera que tudo esteja acertado nos mínimos detalhes antes das câmeras começarem a rodar. O resultado, apesar da bilheteria gigantesca, foi tido como uma decepção por fãs e críticos. Ficou mais claro ainda diante da confiança esbanjada por Mulher-Maravilha, em que o time de Patty Jenkins, diretora, e Gal Gadot, atriz, criou uma aventura descomplicada, carismática e elétrica, prontamente recompensada com a oitava maior bilheteria mundial do ano.

A indecisão voltou a bater com o contestado Liga da Justiça, que prometia cimentar os personagens da DC na consciência cinéfila, da mesma forma que o primeiro Vingadores (2012) solidificou o time da Marvel. Mais uma vez, o “comitê” por trás dos filmes DC vacilou, pondo Joss Whedon (o mago por trás daquele primeiro Vingadores, por sinal) para refilmar a versão já pronta de Zack Snyder, que teria supostamente se “afastado” da produção por motivos pessoais. Nessa salada, qualquer visão criativa, como a de Jenkins, se perdeu, e o resultado é mais um filme da produtora que “não chegou lá”, como a própria DC parece obstinada a não chegar.


4) A ascensão da direita no cinema brasileiro: Polícia Federal, Real, O Jardim das Aflições

Uma das coisas mais intrigantes da arte é essa capacidade que ela tem de funcionar como um espelho, radiografando as mudanças na mentalidade da população. No Brasil, o cinema se prestou maravilhosamente a essa função, mostrando o quanto o país atualmente anda inclinado às teses e à visão de mundo da parcela mais conservadora da sociedade. Em outras palavras – para cunhar uma expressão original –, a direita.

2017 pode ser considerado o ano em que a direita brasileira chegou às telas, como expressão política aberta e assumida. O filme mais visto nas salas nacionais, por exemplo, foi Polícia Federal: A Lei É para Todos, que tenta propor uma versão hollywoodiana dos bastidores da Operação Lava-Jato, opondo mocinhos (os investigadores da PF, o juiz Sérgio Moro) e vilões (o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores, em traços abertamente histriônicos, caricaturais). De forma similar, Real – O Plano por Trás da História tenta fazer o mesmo com os responsáveis pela criação da moeda brasileira. O documentário O Jardim das Aflições, que apresenta as opiniões e a obra do filósofo Olavo de Carvalho, referência intelectual da direita brasileira, teria sido objeto do maior crowdfunding já realizado no cinema nacional, segundo seus realizadores (ainda não foi possível confirmar nem comparar os números), além de provocar o triste episódio em que cineastas retiraram seus filmes de inscrição no festival Cine Pernambuco, em protesto por este ter colocado o doc na sua mostra competitiva.

Trata-se de um movimento surpreendente no cinema brasileiro, mais alinhado ao pensamento de esquerda, mas bastante iluminador de sua época e sociedade. Estejamos atentos para ver o que 2018 disse sobre nós.


5) Oscar 2017: o fla-flu de Moonlight e La La Land e o mico histórico no final

2017 começou a ser um ano especial em fevereiro. Naquele mês, o Oscar, a tradicional e manjadíssima premiação anual da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, teve dois momentos antológicos, que deixam muito atrás a selfie de Ellen DeGeneres com famosos em 2014.

Primeiro, a contenda entre Moonlight: Sob a Luz do Luar e La La Land: Cantando Estações, que opôs torcidas apaixonadas como uma final de Brasileirão. Artigos inflamados ganharam a internet, charangas foram armadas nas redes sociais, passeatas e panelaços agendados pelo zap-zap. A vitória seria não de um filme, mas de um compromisso ideológico: de um lado, a homenagem passadista e conservadora de um filme aos grandes musicais do passado, com um elenco principal branco e loiro e que ainda por cima apregoava o purismo no jazz, uma forma de arte criada por músicos negros. Do outro, uma história de forte conteúdo social, que tratava da coming-of-age de um menino negro, pobre, homossexual e crescendo em meio a uma vizinhança dominada pelo tráfico de drogas.

O triunfo final de Moonlight teve, sim, sua carga de agenda social, mas foi o mérito de um filme sensível, corajoso no tema, e com uma riqueza humana que La La Land simplesmente não tinha – e nem precisava ter: com sua homenagem esfuziante, colorida e romântica ao mundo do cinema, a obra queria apenas ser um deleite escapista, no que se saiu brilhantemente. Em vez de aderir ao fla-flu, deixe a querela de lado e assista aos dois filmes por suas qualidades distintas.

Mas o que realmente marcou 2017 nos anais da premiação foi o mico histórico na entrega do prêmio de Melhor Filme. Tudo começou de maneira simpática, com Warren Beatty e Faye Dunaway (a dupla de Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas) reunidos no palco em homenagem aos 50 anos do movimento Nova Hollywood, para anunciar o vencedor. Beatty abre o envelope, faz uma pausa, confuso, e mostra-o a Dunaway, que crava: La La Land! A equipe maravilhada sobe ao palco, um burburinho começa a se formar atrás, e a confusão está armada – o prêmio foi anunciado errado!

Para delírio da internet, pela primeira vez na história a Academia teve de admitir a entrega errada de uma estatueta – Beatty teria recebido por engano o envelope de Melhor Atriz, em vez do de Melhor Filme –, para espanto total e silêncio até das torcidas em fúria. No saldo, o Oscar mais animado que nós vimos em muito tempo.



6) Podres poderes: a influência do Rotten Tomatoes no cinema mundial

E a crítica parece que ainda tem poder sobre as escolhas dos consumidores. Ou, pelo menos, a soma delas, como aparece no agregador de resenhas Rotten Tomatoes. Desde seu surgimento, em 1998, o site se tornou uma referência para os frequentadores de cinemas nos Estados Unidos, a tal ponto que, em 2017, nomes importantes (e frequentemente mal-avaliados) da indústria, puxados pelo diretor Brett Ratner (mais um cujos repetidos casos de assédio vieram a lume com o #MeToo), pediram o fim da página, afirmando tratar-se de um desserviço e de uma forma injusta de avaliar as novas produções.

Atualmente, estima-se que 36% dos frequentadores habituais de cinema nos EUA baseiem suas escolhas nos rankings do RT, número suficiente para determinar a glória ou o fracasso de um filme. Os índices são especialmente sensíveis na temporada de verão, quanto os estúdios lançam suas apostas mais caras. Nesse ano, dois casos simbólicos foram os de Baywatch e A Múmia, duas franquias de peso, com nomes gravados na memória do público e a presença de astros em suas fileiras. Ou seja, duas apostas dadas como certas apenas pela curiosidade da plateia, não importando se seriam bons filmes ou não. Até poucos anos atrás, esse seria o raciocínio. Dessa vez, graças aos péssimos rankings divulgados no RT (19% de avaliações positivas para o primeiro, e trágicos 15% para o segundo), ambos os filmes foram muito abaixo do esperado na bilheteria. Da mesma forma, dois campeões de 2017, Guardiões da Galáxia 2 e Mulher-Maravilha, amealharam índices acima dos 80%.

Não acho que o sistema seco, matemático, de avaliação do Rotten Tomatoes seja o melhor caminho para se conhecer a fortuna crítica de um filme, ou mesmo o seu real valor com o passar do tempo, assim como tampouco acredito que o site seja responsável, como Ratner alega, por enterrar de forma grosseira obras que mereceriam um olhar mais atento (um comentário diretamente atrelado à recepção fraca de Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça, que Ratner produziu), mas um dado emerge claro dessa polêmica: com tantos filmes em circulação, o público anseia por uma curadoria confiável. Crítica, é aqui que você entra.



7) Um leão entre grandes mentirinhas: a volta por cima de Nicole Kidman

2017 também teve espaço para histórias de redenção. Depois de anos em descrédito, acumulando filmes ruins e plásticas mal-concebidas que escondiam o seu grande talento, Nicole Kidman voltou a ter um ano triunfal neste ’17.

Ninguém duvida que a atriz australiana seja uma das intérpretes mais dotadas de sua geração, mas Kidman, tal como Matthew McConaughey em 2014, provou que ter uma centelha não basta: é preciso se desafiar, buscar papéis mais complexos, fugir de amarras de gênero, de padrões de beleza, das expectativas do público. Depois de um começo de década bastante irregular, em que projetos cheios de hype como Grace de Mônaco (2014) e Rainha do Deserto (2015) foram fracassos, enquanto independentes como Terra Estranha (2015) reafirmaram a garra e a vitalidade da atriz, Kidman emplacou uma participação comovente em Lion – Uma Jornada para Casa (2016), cuja indicação ao Oscar de Atriz Coadjuvante pavimentaria o terreno para a acolhida entusiástica à série Big Little Lies, onde a atriz vive a infeliz dona de casa Celeste Wright – o que, por sua vez, a levaria a outra série aclamada, a sequência de Top of the Lake, China Girl. (O Oscar, aliás, renderia outro momento icônico de Nicole Kidman em 2017, com aquela maneira altamente memizável de bater palmas).

Não bastasse isso, Kidman esteve também em dois indicados à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2017, o drama O Estranho que Nós Amávamos, de Sofia Coppola, e o terror The Killing of a Sacred Deer, de Yorgos Lanthimos. Como admirador de longa data da atriz, só me resta dizer: que venha muito mais.



8) Destino sombrio: o fracasso colossal do “Dark Universe”

Perto da Universal, a DC teve um ano bom à beça.

Enquanto a casa de Batman ao menos pode se vangloriar de mobilizar um público gigantesco a cada novo lançamento, além de ter emplacado cifras e resenhas altamente positivas em Mulher-Maravilha, o estúdio do globo terrestre não acertou com nenhuma de suas franquias originais em 2017. Nenhuma derrota, porém, foi tão fragorosa quanto a do chamado “Dark Universe”, que pretendia relançar, em moldes contemporâneos (melhor seria dizer marvelísticos), os monstros mais icônicos do estúdio, figuras lendárias como Drácula, Frankenstein e o Homem Invisível.

Quando foi anunciado, em maio deste ano, o “Dark Universe” parecia ser uma aposta à prova de falhas. Estrelas como Tom Cruise, Russell Crowe, Javier Bardem e Johnny Depp já estariam comprometidos com os novos filmes, os monstros eram figuras de apelo universal, e referências para universos cinemáticos de sucesso povoados por criaturas fantásticas não faltavam. E, no entanto, como não morder os pobres canudos em angustiada frustração, diante de um produto tão risível como A Múmia, o primeiro fruto do dito “Dark Universe”?

Com uma trama absolutamente previsível (quando não francamente estúpida), personagens etéreos e indistintos, Crowe com cara de cansado e um Cruise no piloto automático, A Múmia não entusiasmou ninguém, além de mandar o alarme mais estridente à empresa sobre o desleixo com que esta vem tratando suas valiosas propriedades.

Eu disse mais estridente, porque não foi o único: todos os filmes “quentes” da Universal em 2017, à exceção de Velozes e Furiosos 8, foram fracassos, senão de público, então na falta de ambição e novidades, incluindo séries do porte de 50 Tons de Cinza e Meu Malvado Favorito.

Não fossem o simpático Viagem das Garotas e a distribuição do brilhante Corra!, a Universal não teria nada para se elogiar em 2017.

Fica também o alerta para Cruise: sua outra parceria com o estúdio no ano, Feito na América, é um filme evidentemente melhor, o que não é lá muito mérito, mas seu desempenho modesto no box office prova que reciclagem é a palavra de ordem para o ano que se inicia.

Uma última consideração sobre o “Dark Universe”: será que nome é agouro?


9) Cine Casarão: Manaus ganha primeiro cinema independente em décadas

Duas coisas bastante inesperadas aconteceram no cinema amazonense em 2017: o secretário de estado de Cultura há 22 anos, Robério Braga, enfim deixou a pasta, permitindo que novas concepções e posturas sobre a produção artística no Amazonas possam florescer; e a cidade de Manaus ganhou a sua primeira sala de cinema independente desde a década de 1990.

O Cine Casarão, localizado no espaço cultural Casarão de Ideias, no Centro da cidade, é desde já um dos espaços mais queridos pelos cinéfilos da cidade, com sua programação arrojada, dedicada aos filmes fora do circuito blockbuster, e sua localização charmosa, bem no coração do Centro histórico da cidade. O Cine SET faz questão de saudar essa iniciativa super-vinda para oxigenar a programação local e melhorar a vida de quem anseia por bom cinema de todos os tipos, escopos e gêneros.



10) Trama de despedida: a aposentadoria de Daniel Day-Lewis

Não poderíamos deixar de incluir, entre os acontecimentos marcantes do ano cinéfilo, a triste notícia da aposentadoria de Daniel Day-Lewis.

O britânico de 60 anos, único ator na história a ter conquistado por três vezes o Oscar de Melhor Ator, emitiu um comunicado discreto em junho deste ano, onde anunciava que, após seu trabalho mais recente com o diretor americano Paul Thomas Anderson, Phantom Thread (com o título brasileiro provisório de Trama Fantasma), ele iria parar de trabalhar como ator.

Com os fãs de cinema ainda recolhendo os cacos de si mesmos após o anúncio, o ator explicou, em entrevista recente à W Magazine, que a experiência do filme foi de uma exaustão emocional que ele nunca tinha sentido com tamanha intensidade, e que a sua vontade agora é “ver o mundo de outra maneira”. Em sua carreira, Day-Lewis sempre foi conhecido pela entrega fanática a seus trabalhos, a ponto de viver na pele dos personagens durante toda a filmagem, mesmo que isso lhe custe danos físicos, como as lesões que sofreu ao longo da produção de Meu Pé Esquerdo, onde vivia um homem com paralisia quase total dos membros.

Com Phantom Thread vicejando nas listas de melhores do ano de críticos sortudos que tiveram a chance de vê-lo, nós ficamos ainda mais ansiosos: trata-se não apenas da nova colaboração entre Day-Lewis e Anderson, a dupla genial e perfeccionista que criou um dos filmes supremos da última década, Sangue Negro (2007), como a (até agora) última chance de ver em ação um dos melhores atores a já terem agraciado a tela grande.