“Green Book” conseguiu agarrar uma categoria importante e leva como Melhor Roteiro Original. O texto de Peter Farrelly, responsável também pela direção do filme, em parceira com Nick Vallelonga e Brian Currie é uma primeira indicação certeira e com um trabalho completamente diferente aos feitos anteriormente, vide “Debi e Lóide” e “O Amor é Cego” do Farrelly.

Apesar de ter levado o prêmio também no Globo de Ouro, “Green Book” perdeu para “Eighth Grade” de Bo Burnham no WGA Awards, premiação do Sindicato dos Roteiristas, trabalho que sequer foi indicado pela Academia. Ainda assim, a escolha é bem característica as obras que o Oscar gosta de premiar e, claro, coerente com o clima das últimas edições. Especialmente após os protestos do #OscarsSoWhite em 2016.

O longa de Farrelly embora co-escrito também pelo filho de Tony Lip, cuja história baseia o filme, cai em todos os clichês possíveis do gênero, e não de uma maneira positiva. Infelizmente, o roteiro conta com a mesma velha narrativa de redenção do racismo para uma audiência específica se sentir melhor sobre si mesma.

Por isso, entre os vencedores da categoria nas últimas dez edições da premiação, “Green Book” certamente ficaria na lanterninha. Trabalho mais fraco entre os concorrentes, realmente não deveria levar essa. A estatueta merecia ir para o grande Paul Schrader pelo incrível “No Coração da Escuridão” ou mesmo para a dupla de “A Favorita”, Deborah Davis e Tony McNamara.