Mestre da MPB e um dos pilares da Tropicália, Gilberto Gil marcou história no audiovisual brasileiro com suas belas composições. Dono de hits que estouraram em novelas, o baiano também participou de trilhas sonoras de importantes filmes do cinema nacional, incluindo composições autorais.

A história de Gil nos cinemas começou ao compor a trilha sonora do pouco lembrado “As Cariocas” (1966), adaptação dos contos do livro homônimo escrito por Sérgio Porto/Stanislaw Ponte Preta dirigido pela dupla Fernando de Barros e Roberto Santos. Dois anos depois, ele trabalhou em “Balada de Página Três”, de Luiz Rosemberg Filho. Foi em 1970, o baiano reuniu nomes fundamentais da Tropicália como Gal Costa e Rogério Duprat para a trilha de “Copacabana, Mon Amour”, de Rogério Sganzerla.

Depois de “Copacabana, Mon Amour”, Gilberto Gil fez a trilha do documentário “Passe Livre” (1974) e voltou aos longas de ficção em “Terra dos Milagres” (1977), do mestre Nelson Pereira dos Santos. Para este trabalhou, o artista compôs a bela “Babá Alapalá”. Ainda trafegando pela música africana, ele compôs a trilha de “Quilombo” (1986), de Cacá Diegues, e voltou a firmar parceria com o diretor de “Rio 40 Graus” no projeto “Jubiabá”.

Para “Um Trem Pras Estrelas”, Cacá Diegues resolveu chamar novamente Gil para compor a trilha sonora. Na canção-tema do longa, o mestre da Tropicália contou com a colaboração de um gigante do Rock Brasil dos anos 1980, Cazuza. A música chegou a ser regravada pelo ex-líder do Barão Vermelho no dia ‘Ideologia’, de 1988.

Com a crise do cinema brasileiro devido ao fim da Embrafilme na Era Collor, Gilberto Gil também deu um tempo na sétima arte. O retorno aconteceu após 13 anos de hiato ao trabalhar na trilha sonora de “Eu, Tu, Eles”. E para que volta: no filme de Andrucha Waddington, ele compôs a já clássica “Esperando na Janela”.