A Polônia vai reabrir o processo de extradição aos Estados Unidos do cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor de idade em 1977, anunciou nesta terça-feira o ministro da Justiça, o conservador Zbigniew Ziobro.

O ministro informou que apresentará um recurso ao Tribunal Supremo para impugnar “uma decisão do tribunal de Cracóvia de não extraditar aos Estados Unidos Polanski, acusado de um crime cruel contra uma menor, o estupro de uma menor”.

A declaração foi feita durante uma entrevista a uma rádio pública.

“Para nós, isto não é uma surpresa”, disse à AFP Jerzy Stachowicz, um dos advogados do diretor de filmes como “Chinatown” e “O Pianista”.

“Nós já esperávamos. O senhor Ziobro já havia declarado há algum tempo que faria isto. No momento não podemos fazer comentários, pois não sabemos se já fez ou se ainda vai fazer”, completou o advogado.

O tribunal de Cracóvia rejeitou no dia 30 de outubro a extradição de Roman Polanski e a promotoria da cidade decidiu não apelar contra a decisão.

O caso

O cineasta foi acusado de estupro em 1977, quando fotografou uma garota de 13 anos na casa do astro Jack Nicholson para um ensaio à revista “Vogue”. Era o segundo dia de trabalho e o diretor de “O Bebê de Rosemary” e “Chinatown” oferece à aspirante à modelo e atriz champanhe e uma droga sedativa, popularizada na época pela fama de aumentar a excitação na hora do sexo.

Polanski ficou preso por 42 dias, após um acordo, e se exilou na França, temenda uma longa pena de prisão. Em 2008, ele foi novamente detido em Zurique, na Suíça, em cumprimento a um mandato dos Estados Unidos. Após dois anos em prisão domiciliar, ele foi libertado em 2010.  Os EUA solicitar a extradição do cineasta em 2014, pela fuga do país antes da sentença.

Em entrevista ao UOL em 2013, a vítima, Samantha Geimer, afirmou que passou muitos anos tentando entender o que havia acontecido naquela noite. “Na minha cabeça, estupro era algo violento, contra sua vontade e sob ameaças. Alguém tentando te machucar (…) Eu não passei por essa experiência. Depois que fui entender que foi um crime sério por conta da minha idade”.

da Agência France Press