A terceira temporada da série “A Rainha do Sul” estreará nesta quinta-feira nos Estados Unidos e será marcada por um empoderamento da protagonista Teresa Mendoza, interpretada pela brasileira Alice Braga, que nunca havia permanecido por tanto tempo em um mesmo papel.

Na nova temporada, a personagem central pretende readquirir o controle da sua vida, segundo explicou a atriz em entrevista à Agência Efe.

“Teresa está no comando da própria vida. A terceira temporada é marcada por um forte empoderamento da personagem. Ela não foge e não quer participar das manipulações e abusos que a rodeiam. Quer ter o controle e mudar a sua vida”, contou.

“Interpretar Teresa é muito interessante porque as coisas mudaram muito desde a primeira temporada. Claro que é diferente fazer cinema e televisão. Esta personagem oferece uma evolução constante e isso faz com que esteja muito viva e as situações nunca se repitam. É um desafio lindo”, acrescentou.

“A Rainha do Sul” é baseada no romance homônimo do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte sobre o mundo do narcotráfico. No Brasil, a série foi inicialmente exibida pelo canal “Space” e posteriormente pelo “TNT Séries” e pela Netflix, que tem as duas primeiras temporadas disponíveis. Nos EUA, a emissora “USA Network” é responsável pela exibição.

A partir da terceira temporada, a protagonista Teresa, decidida a construir um império das drogas por conta própria, opera sem a antiga sócia, Camila Vargas (Verónica Falcón), embora esta queira se vingar pela morte do marido.

“Meu objetivo é humanizar a personagem. Não quero que o público goste ou sinta pena dela. Quero humanizá-la e mostrar a realidade das suas decisões em um mundo particularmente difícil. No narcotráfico, uma vez dentro, não dá para sair”, declarou Braga.

De acordo com a atriz, apesar da temática similar a “Narcos”, série produzida pela Netflix, existem diferenças claras entre as duas.

“‘Narcos’ segue o caminho da história da cocaína, e a nossa série segue a trajetória desta mulher. As circunstâncias ao seu redor a transformam na rainha do narcotráfico. Os focos são diferentes”, apontou.

Conhecida pelos papéis em filmes como “Eu Sou a Lenda”, “Predadores”, “O Ritual”, “Na Estrada” e “Elysium”, Alice Braga, hoje com 35 anos, é consciente que, para uma mulher “é muito raro encontrar um personagem assim, historicamente interpretado por homens”.

“É uma honra tremenda para mim. Não é fácil encontrar um protagonista feminino que também seja tão poderoso. Gosto de ver que há cada vez mais séries e filmes que seguem este caminho. Não fomos os primeiros a fazê-lo, mas somos parte da mudança”, manifestou.

A atriz já tem outro grande projeto entre mãos: “Os Novos Mutantes”, novo filme dos X-Men, no qual interpretará a médica Cecilia Reyes.

A história contará como cinco mutantes adolescentes, em pleno processo de aprendizagem do controle de seus poderes, devem escapar de uma instalação secreta onde permanecem contra a vontade sob custódia do governo.

“Já fiz a minha parte, mas vamos gravar novas cenas. Estão escrevendo para incluir surpresas. Sou muito fã da franquia”, comentou.

O filme chegará às telonas em agosto de 2019. Até lá, Alice Braga se dedicará à sua produtora, Los Bragas, com a qual vai estreará a comédia “Samantha!” em julho para a Netflix. Além disso, prevê lançar documentários focados em histórias brasileiras.

“Não queremos esperar que o telefone toque, e sim contar as nossas próprias histórias”, concluiu.

da Agência EFE