O resgate arriscado de um time de futebol de meninos tailandeses e seu técnico de um complexo de cavernas inundado comoveu o mundo todo, e sua história pode estar a caminho de Hollywood.

Mergulhadores libertaram os últimos quatro dos 12 garotos nesta terça-feira (10), encerrando uma missão perigosa que durou mais de duas semanas.

A saga lembra o resgate de 33 mineiros chilenos que ficaram presos durante 69 dias em 2010, acontecimento que foi transformado no filme “Os 33”, de 2015, estrelado por Antonio Banderas.

Como o resgate chileno, o drama tailandês representa a coragem da vida real diante de circunstâncias angustiantes, disse Mike Medavoy, produtor de “Os 33”. “É provável que a saga vire um filme ou série de TV em algum momento”, acrescentou.

“Ela trata dos triunfos dos indivíduos e grupos de seres humanos sobre a tragédia. É uma história incrível.”

Produtores já estão na Tailândia

Produtores da Pure Flix, um estúdio especializado em filmes cristãos e para a família, já estão no local para realizar entrevistas preliminares para um possível título, segundo a rede de notícias australiana AAP.

“Vejo-o com um grande filme de Hollywood com astros de primeira”, disse Michael Scott, sócio-diretor da Pure Flix, à AAP. O estúdio não respondeu a pedidos de comentário.

O esforço para retirar os meninos e seu treinador se transformou em uma corrida contra o relógio por causa da expectativa de chuvas fortes que ameaçavam inundar os túneis.

“É uma combinação de grande risco e grande heroísmo”, disse a agente literária Judi Farkas, que representou o autor Antonio Mendez na venda dos direitos de seu livro “Argo” para o filme homônimo, que rendeu um Oscar a Ben Affleck.

Mas a transposição do drama tailandês para as telas enfrenta alguns obstáculos.

Primeiramente, os cineastas precisariam obter a autorização das famílias de cada um dos garotos, do técnico e de qualquer um dos agentes de resgate que queiram retratar para ter seus relatos pessoais sobre o que ocorreu. As idades dos meninos variam entre 11 e 16 anos.

E reproduzir o resgate na tela pode sair caro. Medavoy disse que um filme custaria menos do que “Os 33” porque filmar na Tailândia é mais barato – mas os cineastas teriam um desafio a mais pelo fato de as cenas de resgate acontecerem em águas turvas, o que não foi um fator na produção chilena.

da Agência Reuters