A turnê de divulgação de “Vingadores: Era de Ultron” vai deixar marcas na vida e na carreira do astro Robert Downey Jr. Há alguns dias ele abandonou uma entrevista no meio ao se recusar a responder perguntas mais pessoais – relembre aqui. Agora, numa entrevista para a Entertainment Weekly, Downey Jr. declarou que não pretende mais fazer filmes independentes e não mediu palavras para detonar essa faceta da produção cinematográfica.

Ao comentar os filmes independentes – nos quais o ator reconstruiu sua carreira depois dos seus problemas e antes do sucesso do primeiro “Homem de Ferro” em 2008 – Downey Jr. afirmou: “É exaustivo [trabalhar em filmes fora dos estúdios] e muitas vezes eles ficam uma droga e aí você se pergunta ‘Onde eu estava com a cabeça?'”.

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E continuou, imaginando uma conversa entre ele e um diretor: “Estou interessado em fazer tipos diferentes de filmes. Mas às vezes os filmes pequenos são os que exigem mais de você porque: [imitando um cineasta independente] ‘Ei, estamos atrasados no cronograma. Você se incomoda em trabalhar no seu aniversário e no feriado de 4 de julho? E a propósito, você poderia pagar pelos serviços de alimentação? Ah, cara, e quando formos a Sundance você pode ficar sentado vendendo o filme por seis dias para que ele arrecade 180 dólares quando estrear em uma sala? E o filme, não é ótimo?'” E Downey Jr. responderia: “Não, seu filme é medíocre e a maioria de vocês é inexperiente e fraco”.

Numa outra entrevista ao The Guardian, Robert Downey Jr. comentou a declaração do diretor Alejandro Iñarritú, vencedor do Oscar por “Birdman” este ano, que chamou os filmes de super-heróis de “genocídio cultural”. A alfinetada do intérprete de Tony Stark não foi nada sutil: “Eu o respeito muito [referindo-se a Iñarritú], para um homem cuja língua nativa é o espanhol, construir uma frase com a expressão ‘genocídio cultural’ demonstra o quanto ele é inteligente”.

Hoje Downey Jr. é o ator mais bem pago do mundo – de acordo com a revista Forbes, ele ganhou 75 milhões de dólares em 2014 – e capaz de tornar qualquer projeto realidade apenas concordando em atuar nele. Por isso, é uma pena vê-lo rejeitar os filmes independentes americanos, preferindo ceder seu enorme talento a projetos medíocres e “iscas de Oscar” como “O Juiz” (2014). Parece que hoje em dia ele se acha grande demais para aparecer em filmes como “Beijos e Tiros” (2005), “Boa Noite e Boa Sorte” (2005), “O Homem Duplo” (2006) e “O Solista” (2008), embora esses títulos se situem entre os melhores da sua carreira.

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