No começo do ano “Cinquenta Tons de Cinza” foi um enorme sucesso de publico, tendo arrecadado cerca de 500 milhões de dólares em bilheteria mundial, e em breve virão duas continuações para completar a adaptação para o cinema da trilogia literária da autora E. L. James. Porém, hoje foi revelado que pelo menos uma pessoa ainda não o viu: a própria roteirista do projeto, Kelly Marcel, que demonstra um pouco de mágoa com relação à produção e revela o conturbado processo de bastidores do filme.

Marcel falou sobre o filme no podcast do site do também escritor Bret Easton Ellis, autor de “Psicopata Americano” que foi, por um período, candidato a roteirizar “Cinquenta Tons”. “Muito do que aconteceu no filme partiu meu coração”, afirmou Marcel. A roteirista também revelou que houve conflitos entre ela e James durante o processo de escrita do roteiro. “Eu queria fazer algo diferente com o roteiro e deixei isso claro para os produtores e para o estúdio. Eles se mostraram entusiasmados e adoravam as coisas que eu queria fazer. Diziam: ‘Você pode escrever o que quiser e ser bem artística’, o que acabou sendo um grande papo furado. James disse: ‘Não é isso que eu quero e não acho que esse seja o filme que os fãs estão esperando’. No fim das contas, acabamos com um roteiro meio-a-meio, uma concessão para agradar a nós duas, mas ela ainda foi corajosa para encarar as coisas que teve de deixar de fora [do roteiro]“.

Marcel também confirmou que houve tensões entre James e a diretora do filme, Sam Taylor-Johnson, que achava “muito difícil” ficar “presa” à visão da autora. De acordo com a roteirista, sempre esteve claro que James é quem teria controle final sobre a produção do estúdio Universal. No fim das contas, Taylor-Johnson se recusou a voltar para dirigir a continuação, que deve estrear em 2017 sob o comando de um novo diretor.

A roteirista concluiu dizendo que não viu o filme porque não conseguiria fazê-lo “sem sentir uma profunda dor por causa das diferenças entre o que está na tela e o que eu escrevi inicialmente”.