Em comemoração ao Dia Nacional do Samba, celebrado nesta quinta-feira (2), a Caixa Cultural do Rio de Janeiro está apresentando até o próximo dia 13 a inédita mostra de cinema O samba pede passagem. São 40 filmes, entre longas, médias e curta-metragens, dos gêneros ficção e documentário, selecionados pelo critério de serem obras que buscam ampliar o debate sobre a relevância sociocultural do samba.

Os filmes escolhidos pelos curadores da mostra, Gabriel Meyohas e Thiago Ortman, atravessam todas as épocas do cinema brasileiro, da chanchada aos documentários contemporâneos, passando pelo Cinema Novo e pelo cinema marginal. Também fazem parte da programação  filmes raros como O Rei do Samba (1951), cinebiografia de José Barbosa da Silva, o Sinhô, um dos mais importantes compositores da música popular nos anos 20 do século passado.

Documentários musicais que revisitam figuras como Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Clementina de Jesus e Paulo Vanzolini estão entre os destaques. “Esses artistas geniais se destacaram ao perceber o samba não só como vértice da canção popular, mas como um movimento interessantíssimo para se contar histórias, chorar e sorrir o amor, descrever o espaço e almejar o empoderamento social”, comenta o curador Meyohas, também cineasta e autor do curta Agoniza, mas não morre,  de 2011.

Além da exibição de filmes, fazem parte da mostra três mesas-redondas. A primeira ocorrerá na sexta-feira (4), às 18h, sobre A História Social do Samba, que será contada pelo historiador Luiz Antônio Simas e pelo poeta, compositor e produtor cultural Hermínio Bello de Carvalho.

No domingo (6), às 18h, a professora de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Giovanna Dealtry, e o professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bernardo Oliveira, debaterão o tema Samba, força de subversão, sobre a influência do gênero como força social, revolução, arte e construção de arquétipos. A terceira mesa, no dia 10, às 19h, será Noel, a Vila que fez samba também, uma aula cantada descontraída sobre o Poeta da Vila, a cargo do jornalista e biógrafo de Noel, João Máximo, e do cantor e pesquisador Alfredo Del Penho.

O Dia Nacional do Samba foi instituído há 53 anos, em dezembro de 1962, quando foi realizado no Rio o primeiro Congresso Nacional do Samba. A principal comemoração é o Trem do Samba, que arrasta multidões da Central do Brasil até o bairro de Oswaldo Cruz, na zona norte. Há alguns anos, porém, o trem sai no primeiro sábado de dezembro, para não prejudicar a circulação das composições no horário de pico do final da tarde.

A mostra de cinema O samba pede passagem tem ingressos a R$ 4, a inteira, e R4 2, a meia-entrada. A relação completa de filmes e os horários das sessões estão disponíveis no site da Caixa. A Caixa Cultural fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro do Rio.

da Agência Brasil