Escrever para o Cine Set tem dessas coisas. Às vezes, temos a chance de poder comentar sobre grandes filmes, que nos emocionam ou divertem, e às vezes temos que falar sobre filmes que não merecem nem uma linha de destaque.

E olha que eu achava que Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer (2013) era um candidato impossível de ser batido para o título de pior filme do ano, mas estava muito enganado. Depois de ver Todo Mundo em Pânico 5, o filme protagonizado por Bruce Willis até que parece divertido.

A sinopse é a seguinte: o filme, através de citações a diversos filmes de sucesso dos últimos anos, conta uma história sem sentido, sem rumo, sem pé nem cabeça, e completamente sem graça.

Filmes paródias já tiveram o seu valor, já renderam momentos verdadeiramente engraçados, principalmente os protagonizados por Leslie Nielsen. Mas essa “nova safra” de paródias apresentam uma preguiça intelectual inacreditável, investem sempre nas situações mais previsíveis e batidas, e juram que são engraçadíssimas, que estão reinventando a roda, e assim chamando o público de imbecil o tempo inteiro. E neste filme, isso é levado a última consequência.

No começo (na cena inicial pra ser mais exato) até que dá pra esperar que o filme faça piadas sobre ele mesmo, que mostre que quer, de certa forma, aproveitar de maneira um pouco mais criativa a sua própria bizarrice, quando vemos Charlie Sheen e Lindsay Lohan dividindo uma cama, e um comentando sobre os escândalos da vida pessoal um do outro. Mas infelizmente o filme vai pelo lugar mais pobre. Ele investe unicamente no combo: pra fazer graça alguém vai cair, ou ser atingido por uma frigideira, ou vai bater a cabeça, alguém vai peidar e com o gás um outro vai voar longe, um personagem estranho faz uma dança estranha, ou… tudo isso ao mesmo tempo.

E o que é mais “estranho” é que as piadas se repetem sem parar. Repetem-se quando quer chupar até o caroço alguma situação, como quando, ainda na cena inicial, não para de surgir gente entrando debaixo do lençol; quando os dois caras estão na cabana e tiram armas infinitas; quando o protagonista é levado pela ambulância algumas vezes; ou já no final do filme, naquela piada que as moças falam as palavras do mal, e depois tiram o feitiço, repetindo até a exaustão piadas que originalmente já não são boas, e que repetidas dessa maneira cretina causam qualquer coisa menos vontade de rir.

Sem contar o fato de que “situações gêmeas” são inseridas uma após a outra, dando a sensação de uma espécie de déjà-vu que não acaba nunca, e claro, soma-se a isso o fato de que tudo o que é colocado em cena é absurdamente sem graça.

E tenho que dar um parágrafo especial para falar sobre o “trabalho” de Simon Rex, o protagonista do filme. Acredito que nunca vi uma coisa tão fraca, tão amadora, tão ridícula no cinema. Durante o longa, ficou difícil esconder um sentimento de pena por esse “ator”, pois até hoje ninguém teve a coragem de dizer que ele escolheu a profissão errada, e está passando uma vergonha absurda quando se expõe dessa forma. Aliás, isso se expande a toda a equipe que participa desse “filme”, que se tivesse um mínimo discernimento perceberia que o que fez foi algo para se repensar.

Sei que pode parecer difícil de acreditar, mas já falei sobre tudo do filme. Em outras palavras: o filme é literalmente apenas isso.

Ou será tudo isso?

NOTA: 0,5