O mundo do cinema viveu um ano controverso e movimentado. Marcado por um dos maiores escândalos na indústria cinematográfica, o audiovisual viveu seus dias de glória e fracasso. Com grandes retornos e boas surpresas nas produções, diversos artistas viveram suas melhores fases na carreira. A diversidade de gênero, racial e sexual esteve em voga, marcando uma indústria conhecida pela falta de pluralidade.



1. Fim do Silêncio Sobre Assédio Sexual no Cinema

Sem dúvida o fato mais marcante do ano. Após décadas de violações, vítimas romperam o silêncio sobre os abusos sofridos na indústria. Acusado de ter assediado e estuprado diversas mulheres, as queixas contra o produtor Harvey Weinstein desencadearam uma avalanche de denúncias. Outros nomes poderosos, como Kevin Spacey e Louis C.K, vieram à tona. Contudo, esse é um assunto que não se encerra aqui. Hollywood e toda indústria terá que lidar com a podridão dos seus grandes nomes escancarada ao público.



2. Maior Diversidade nas Telas

O cinema mostrou maior pluralidade nas suas escolhas. Protagonizado por um negro homossexual, “Moonlight” levou o Oscar de melhor filme. O terror “Corra!” e a comédia “Girls Trip” marcaram com sucesso gêneros dominados por filmes sem diversidade. A diretora negra Dee Rees alavancou a carreira com elogiado “Mudbound”. A representatividade LGBT entrou em pauta pelo sucesso de “Me Chame Pelo Seu Nome” e “A Guerra dos Sexos”. Longe do ideal, esse é só o início de uma longa jornada. A falta de diversidade dentro e fora das telas é um problema que persiste.



3. Vladimir Brichta

O ator brasileiro estabelecido por seu trabalho na televisão, foi destaque no cinema ao protagonizar “Bingo”. Depois da grande mudança na carreira, Vladimir surpreendeu por sua atuação no drama sobre o palhaço Bozo. Em um papel mais dramático que o usual, o ator foi bastante elogiado pela crítica, alcançando um novo patamar dentro do cinema nacional.



4. Mulher-Maravilha

Segundo filme mais buscado do ano, o longa de Patty Jenkins não representou apenas o alívio para DC Comics depois da maré de fracassos, como também a oitava maior bilheteria do ano. Mulher-Maravilha quebrou o recorde de maior bilheteria de um filme dirigido por uma mulher. E ainda, firmou Gal Gadot como a nova estrela de Hollywood. A atriz foi uma das personalidades mais faladas na mídia e ainda ficou na sexta posição entre as pessoas mais buscadas no Google.


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5. Disney

Responsável por alguns dos maiores lançamentos e pelas principais bilheterias do ano, por “A Bela e a Fera” e “Guardiões da Galáxia Vol. 2”. A companhia protagonizou uma negociação histórica ao comprar a 21st Century Fox. A fusão, que ainda precisa ser autorizada pelo governo americano, é um dos maiores negócios do entretenimento mundial e representa a detenção dos direitos de sucessos como “Os Simpsons” e “Avatar”, tal como de quase todo o universo da Marvel, com X-Men e Quarteto Fantástico.


Agnès Varda vai receber Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes6. Agnès Varda

Com mais de 60 anos de carreira, a diretora belga e um dos maiores expoentes do cinema francês, foi a primeira diretora mulher na história a receber o Oscar honorário pela sua contribuição ao cinema. Além de ter sido incluída na lista anual de “Inesquecíveis” da Cinema Eye’s por seu mais recente trabalho, o documentário “Visages, Villages”. Lançado em colaboração com fotógrafo J.R., a obra já bastante premiada foi pré-selecionada para a lista de indicados para melhor documentário no Oscar 2018.


7. Cinema no Centro de Manaus e no Interior

Depois de 15 anos o centro de Manaus abriu as portas do Cine Casarão. O novo cinema de rua voltado para exibição de filmes nacionais e cinema arte, contou com a exibição do documentário ‘Divinas Divas’ e a presença da diretora e atriz Leandra Leal na inauguração. Com preços acessíveis, até R$ 10, o Casarão representa o resgate do cinema arte na cidade. Além da capital, o interior do estado voltou a ter cinema. Em março, foi inaugurado em Manacapuru o CineKimak, com duas salas e preços convidativos, o empreendimento segue os principais lançamentos comerciais.



8. Gratas Surpresas

Com uma atuação surpreendente em “Bom Comportamento”, Robert Pattinson mostrou que pode ser considerado um grande ator. O diretor indiano M. Night Shyamalan teve seu retorno aos sucessos com o comentado “Fragmentado”. Adam Sandler surpreendeu por sua atuação no drama “Os Meyerowitz”. O sueco Ruben Östlund desbancou grandes nomes e levou para a casa a Palma de Ouro com o terceiro filme da sua carreira, “The Square”. O cinema nacional também trouxe surpresas. A atriz Leandra Leal fez sua estreia como diretora com o elogiado documentário “Divinas Divas”.


9. David Lynch

Marcado pelo seu retorno com Twin Peaks. A série sucesso de críticas, figurou em algumas das listas de melhores filmes do ano mais tradicionais, mesmo gerando polêmicas pelo seu formato. O diretor também foi tema de um documentário que explorou sua vida pessoal. Com último longa-metragem lançado há onze anos e depois de anunciar que não pretende fazer mais filmes, o clássico “Cidade dos Sonhos” voltou para as telas de cinema com uma cópia restaurada em 4K. Resta esperar que essa não tenha sido a última obra de Lynch nas telonas.



10. Kim Min-hee

Dominando os principais lançamentos do cinema coreano, a atriz Kim Min-hee está vivendo seu melhor momento na carreira. Depois do aclamado “A Criada” de Park Chan-wook, que rendeu à sul-coreana prêmios de melhor atriz em 2016, agora é a vez de “Na Praia à Noite Sozinha”, de Hong Sang-soo, garantir a maré favorável. O longa rendeu a Kim o prêmio de melhor atriz no Festival de Berlin e no Gijon Film Festival. Musa de Hong, a atriz participou de todos os projetos do diretor nesse ano, que incluem outros filmes elogiados, como “O Dia Depois” e “A Câmera de Claire”.