Interpretar Andy Kaufman em “O Mundo de Andy” foi uma chance para Jim Carrey refletir sobre sua própria identidade e o impacto que o falecido comediante cult teve em sua pessoa, disse o ator nesta terça-feira.

Carrey foi ao Festival Internacional de Cinema de Veneza para apresentar “Jim & Andy: the Great Beyond – the story of Jim Carrey & Andy Kaufman with a very special, contractually obligated mention of Tony Clifton”, um documentário sobre a filmagem da cinebiografia de 1999.

O diretor Chris Smith usou centenas de horas de cenas de bastidores para mostrar como Carrey mergulhou nos papéis de Andy Kaufman e Tony Clifton, o personagem de um cantor de boate repugnante criado pelo humorista norte-americano.

O documentário, que está sendo exibido fora da mostra competitiva do festival, contém imagens intercaladas com entrevistas com o Carrey atual, refletindo o que significou para ele interpretar Kaufman.

“Ele (Smith) fez com que se tratasse de identidade, e no final essa é a verdadeira lição da experiência toda”, disse Carrey aos jornalistas, acrescentando que viver Kaufman lhe permitiu colocar de lado seus próprios dilemas, que ele teve que enfrentar quando o filme terminou.

“Passamos a vida correndo atrás de âncoras”, afirmou o ator canadense de 55 anos ao comentar como as pessoas se apegam a nacionalidades e outros rótulos para se definirem.

Carrey contou que sua interpretação do detetive particular “Ace Ventura” foi sua própria tentativa de “destruir Hollywood, não ser parte dela… de debochar do protagonista”.

“A maioria de nós está usando (uma máscara), e quando alguém é autêntico se torna muito difícil para todos os outros usarem uma máscara”, opinou no festival de Veneza, que termina no dia 9 de setembro.

da Agência Reuters