Um breve parêntese antes de começarmos nossa lista…
As origens do cinema remontam a dois fenômenos bastante distintos. Por um lado, temos os experimentos científicos de captura e reprodução de imagens em movimento; por outro, relacionam-se ao mundo do entretenimento, quando paramos para pensar que muitas dessas reproduções eram exibidas em quermesses, ou se lembrarmos de que a fantasmagoria e o próprio cinematógrafo dos irmãos Lumière eram, grosso modo, “zoeira” para divertir um público nada especializado.
O estabelecimento do cinema como objeto de culto e valoração como arte gerou a cinefilia, e com ela a adoração pelos filmes e o desejo de saber mais sobre eles. Esse saber passa, antes de tudo, pela experiência de cinema, o prazer (hoje cada vez mais antiquado?) de ver o filme quietinho na sala de exibição e transportar a mente para o universo que passa pela tela e direciona os sentidos do espectador. Nesse processo, rir, chorar, assustar-se e, enfim, reagir ao filme é um acontecimento absolutamente normal. É aí que o caldo engrossa.
A experiência de ver um filme é muito diversa para um cinéfilo e uma pessoa que vai apenas para se divertir. Não que o primeiro não se divirta, mas seu prazer é, digamos, mais exigente…
E assim o cinéfilo se depara com o duro desafio de lidar com a parcela do público que simplesmente não entende que ele está na sala de cinema para viver junto com os personagens, e não apenas para se distrair por cerca de 110 minutos, o que normalmente faz com que sua expressão no momento dos trailers já seja algo mais ou menos assim…
… porque, na verdade, ele está avaliando o tamanho da besteira que fez ao sentar próximo das pessoas que podem atrapalhar sua experiência de fruição. Mas quem seriam, afinal, as pessoas erradas para se sentar do lado num cinema?
O ruim é que 97% das vezes tem alguém assim -_- ksk