A atriz australiana Eryn Jean Norvill confirmou que seu compatriota, o ator Geoffrey Rush, tocou em seus peitos durante a produção da obra “King Lear”, em uma declaração escrita apresentada nesta quinta-feira ao Tribunal Federal de Sydney.

Apesar do conteúdo do documento não ter sido publicado, a própria Norvill declarou durante uma audiência preliminar, segundo a emissora pública “ABC”, que o premiado Rush tocou em seus peitos e deslizou as suas mãos pelas costas.

A Companhia de Teatro de Sydney produziu a obra de William Shakespeare entre novembro de 2015 e janeiro de 2016.

A declaração escrita faz parte da defesa apresentada pela companhia Nationwide News, proprietária do jornal “Daily Telegraph”, contra uma demanda interposta pelo ganhador do Oscar de melhor ator em 1996 por um artigo publicado no tablóide em 30 de novembro de 2017 acusando Rush de “conduta inadequada”.

O Tribunal Federal desprezou em março os argumentos da defesa para rejeitar a demanda por considerar que a qualificação de “conduta inadequada” se baseava em considerações “vagas e imprecisas”.

O julgamento devia ter começado em julho, mas o processo se deteve a pedido da defesa para incluir o testemunho de Norvill como testemunha.

O juiz Michael Wigney questionou hoje a decisão da atriz australiana de participar do último momento depois de ter mantido durante “vários meses” a posição que não queria que a envolvessem no processo.

O advogado Alec Leopold, que defende o “Daily Telegraph”, explicou ao juíz que Norvill é uma atriz “relativamente jovem” que sentia-se “reticente” a falar contra um “ator com experiência e muito emblemático”.

A advogada de Rush, Sue Chrysanthou, lembrou que o tablóide publicou a polêmica informação sem contar então com a opinião da atriz. “Ela não queria que a história fosse publicada”.

da Agência EFE