A indústria de audiovisual contribuiu, em 2009, com 0,57% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), sendo R$ 19,8 bilhões de contribuição direta à economia brasileira e R$ 15 bilhões de forma indireta. Os resultados, em valores de 2013 corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazem parte do estudo inédito Contribuição Econômica do Setor Audiovisual Brasileiro, apresentado hoje (29) no RioMarket, área de negócios do Festival do Rio, evento que traz, até o dia 8 de outubro, os destaques cinematográficos do ano no país. O RioMarket ocorre paralelamente às exibições e é o canal para que executivos, diretores, técnicos e roteiristas negociem produções e discutam formas de desenvolver, produzir e comercializar novos filmes.

A apresentação dos dados contou com a participação de Ricardo Castanheira, da Motion Picture Association, e de Silvia Rabelo, do Sindicato Interestadual da Indústria Audiviosual (Sicav) e da Labo Cine do Brasil. O estudo, desenvolvido pela Tendências Consultoria Integrada, para a Motion Picture Association na América Latina (MPA-AL) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual (Sicav), indica que em 2012 a indústria audiovisual criou cerca de 110 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. “Com isso, pode-se afirmar que para cada emprego gerado no setor, outros 1,09 são gerados nos demais setores da economia”, aponta o estudo.

A arrecadação direta de impostos somou R$1,6 bilhão em 2009, que em valores corrigidos de 2013 atingem R$ 2,1 bilhões. O impacto indireto em outros setores chegou a aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

De acordo com a avaliação, o setor é comparável a outros de destaque na economia nacional, como os de turismo, impressão e esportes. Em 2012, o audiovisual gerou massa salarial em torno de R$ 4,2 bilhões, o que significa crescimento de 37% em cinco anos, uma vez que em 2007 registrara R$ 3 bilhões.

Segundo Ricardo Castanheira, o estudo mostrou a contribuição do audiovisual para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, apontando ainda caminhos para o aperfeiçoamento do quadro legal e regulatório. “Confirma-se assim o gênio criativo dos brasileiros e a oportunidade imensa para essa indústria crescer no país e no estrangeiro, assim como a relevante contribuição social e econômica na criação de empregos qualificados. É importante unir esforços e encontrar as melhores soluções legais e regulatórias que promovam ainda mais o potencial do setor, considerando as inovações tecnológicas em curso”, disse.

Para Silvia Rabello, trata-se de um levantamento necessário e oportuno, porque permite análise séria e rigorosa sobre a importância do setor para a economia nacional e aponta importantes caminhos para a evolução. “Dada a relevância cultural, social e econômica do nosso setor, são necessárias mais ações que estimulem o respectivo desenvolvimento sustentável, a modernização e internacionalização”, destacou.

por Cristina Indio do Brasil
da Agência Brasil